domingo, 25 de maio de 2014

Europeias 2014 — A reacção do Governo


O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, fizeram esta declaração conjunta:

25 Mai, 2014, 21:26


"Quero, em primeiro lugar, felicitar todos os eurodeputados eleitos nesta noite, independentemente da formação partidária por que se tenham apresentado.

Quero felicitar também todos os portugueses que entenderam que era importante ir votar nestas eleições. Infelizmente foi uma minoria que se entendeu associar a esta eleição para o parlamento europeu. Julgo que nesta fase da vida do nosso País, bem como da Europa, teria sido importante que o País tivesse tido uma mobilização maior para estas eleições.

Mas as coisas são como são e espero que todos aqueles que forem eleitos com o escrutínio desta noite possam defender Portugal e o espírito europeu em Bruxelas.

Quero também felicitar o Partido Socialista pela vitória eleitoral que teve esta noite. Não é possível em eleições haver muitos a ganhar, só há um que ganha. Foi o Partido Socialista que ganhou estas eleições e, portanto, felicito-o por essa vitória eleitoral.

A Aliança Portugal ficou evidentemente aquém das suas expectativas. Perdemos estas eleições e quero, no que me toca, reconhecer a responsabilidade política por este resultado.

Creio que, quer o nosso cabeça de lista Paulo Rangel quer, do lado do CDS-PP, o Nuno Melo, fizeram uma grande campanha e honraram-nos muito na forma como defenderam a Aliança Portugal nestas eleições.

Julgo que, a seu tempo, cada um dos partidos fará a leitura mais detalhada dos resultados destas eleições. Quero, em todo o caso, dizer desde já que nem a derrota da Aliança Portugal foi tão grande quanto se prognosticava, nem a vitória do Partido Socialista foi tão folgada quanto foi anunciado."

Passos Coelho recusou ligar o resultado destas eleições ao futuro do Governo que lidera, porque o "governo tem noção clara de qual era objecto destas eleições. Amanhã de manhã manterei, como primeiro-ministro, a minha missão de conduzir o governo até às legislativas, de modo a devolver aos portugueses expectativas legítimas que têm quanto ao futuro".

Considerou que nos últimos três anos com "grandes dificuldades construímos um horizonte de futuro para Portugal que muitos prognosticaram impossível de alcançar. A verdade é que a economia está a crescer e o desemprego a diminuir". O objectivo do Governo passa por "intensificar a recuperação" e "dar aos portugueses uma perspectiva muito real de recuperação da sua vida".

Reforçando que a "missão deste governo é levar a legislatura até ao fim" e "governar de acordo com aquilo que foi o mandato que recebemos dos portugueses", Passos Coelho comentou que as eleições europeias não são um "plebiscito em relação ao governo" e os que diziam que as legislativas eram hoje, estavam "profundamente equivocados".

"Não deixaremos de levar por diante a missão" que foi dada pelos portugueses a este Governo, considerando que a primeira foi sair do programa de ajustamento e a segunda "está ao alcance", pois passa por "devolver a esperança aos portugueses".

Ao longo do seu discurso Passos Coelho mostrou "preocupação pelo facto de forças políticas eurocépticas e manifestamente divergentes" da política europeia, terem obtido uma "expressão eleitoral tão elevada".


Paulo Portas falou a seguir.

"O Partido Socialista terá ganho com uma percentagem em volta dos 32%. Para quem pediu uma maioria absoluta e quis fazer destas eleições uma primeira volta das legislativas — com a apresentação de um programa de governo — não me parece que seja razoável qualquer triunfalismo", afirmou Portas.

"O nosso resultado é fraco? É. O resultado do PS é forte? Não me parece", acrescentou Paulo Portas que comentou ainda os números da abstenção:
"A abstenção triunfou sobre todos os candidatos destas eleições e triunfou largamente. Estes resultados incidem sobre um terço do colégio eleitoral. As pessoas que ficaram em casa devem ser respeitadas apesar de o voto constituir um dever. Quando dois terços dos eleitores ficam em casa, isso diz alguma coisa do que as instituições europeias têm que progredir".


Sem comentários:

Enviar um comentário