Depois da polémica da gestão dos fundos nacionais e comunitários, quando muita gente já festejava a demissão de Álvaro Santos Pereira, eis o ministro, que não era político mas professor de Economia numa universidade do Canadá, a despejar-lhes um balde de água fria com este discurso frontal:
"Num momento como o que vivemos em que todos somos postos à prova, este é o momento de agir. Agir para rapidamente sair da situação de emergência nacional em que nos encontramos. Foi o que eu e a minha equipa fizemos nos últimos meses. E o trabalho não tem sido pouco. Nos últimos seis meses de 2011 pusemos em prática mais de um terço das medidas que constam do memorando de entendimento, ou seja, até Dezembro, uma em cada três medidas foram postas em prática pelas nossas equipas.
Entendemos que agir não é sinónimo de anúncios espampanantes e ostensivas actuações mediáticas. Assumimos esta tarefa com um plano claro, que não é surpresa para ninguém, e que em pouco mais de oito meses tem sido seguido à risca. Tanto eu como os meus secretários de Estado estamos a cumprir, não estamos a anunciar. Esse tempo acabou há oito meses.
Eu e a minha equipa, bem como todo o Governo, temos uma estratégia, uma lógica e uma visão muito clara do que queremos para Portugal. Menos Estado na economia, mais e melhor regulação, o ministério da Economia a cumprir o seu papel de remover obstáculos ao crescimento e ao normal funcionamento dos mercados. A criar condições para aqueles que são o verdadeiro motor da economia portuguesa que são os empresários e os trabalhadores focados no objectivo traçado. Sem ceder a cortinas de fumo criadas pela oposição que vêem assim uma forma de branquear as políticas desastrosas que conduziram o País à situação que estamos hoje a corrigir. E também sem ceder a pressões dos interesses instalados que apostam no ruído mediático para tentar que os seus sectores continuem protegidos.
O Governo está empenhado em combater o principal problema da economia nacional: o défice externo. E esse problema, combate-se promovendo as exportações, diminuindo as importações, promovendo a poupança interna e fazendo com que tenhamos cada vez empresas mais competitivas, mais inovadoras.
Quem viveu no estrangeiro consegue apreciar melhor o nosso País. Nós esquecemos o quão maravilhoso ele é. Não é só pelo clima, é pelas pessoas e pela gastronomia. E essencialmente porque nós, em período de dificuldades não baixamos os braços. Unimo-nos e vamos à luta. É exactamente o que estamos a fazer. Perante o memorando de entendimento que é exigente, fazemos questão de o cumprir à letra, para mostrar que somos capazes de sair da situação actual e tudo faremos para ser um caso de sucesso."
Certamente, uma verdadeira reestruturação é imprescindível, começando por domesticar as máfias oligárquicas, submetendo-as ao controlo completo dum povo que deve passar a a ser soberano, de facto e não de nome. Porém, o que esse animal está a fazer é destruir e arrasar sem substituir nem reestruturar.
ResponderEliminarCom um primeiro-ministro cadastrado e um presidente que destruiu agricultura, pescas, siderurgia, indústria do têxtil e do vidro, se tornou Portugal num deserto de importações e amigalhaços do roubo, que mais esperar? Como votar neles é aprová-los e ora se vota numa oligarquia ora noutra, ninguém se deve queixar.
Que o povo deve ser soberano de facto e não de nome, estamos de acordo.
EliminarQue os governos depois do 25 Abril foram dominados por oligarquias e é preciso solucionar esse problema sob pena da população definhar num País profundamente endividado e sem crescimento económico, voltamos a estar de acordo.
Que os governos do presidente da República destruíram a agricultura, a frota pesqueira, a indústria metalo-mecânica, ... , em vez de procederem à sua reestruturação, também concordamos.
Agora para concordar que o ministro da Economia está a “destruir e arrasar sem substituir nem reestruturar” preciso de factos.
Quanto ao primeiro-ministro, não aprecio o seu percurso pessoal e profissional, mas devo confessar que me surpreendeu pela positiva (pela negativa ele não o conseguia porque esperava o pior) a apresentação do mais pequeno elenco governativo desde o 25 de Abril e, sobretudo, a escolha de quatro personalidades que desempenhavam funções proeminentes por mérito próprio, sem ligação à política — Vítor Gaspar, um técnico financeiro do BCE, Álvaro Pereira e Nuno Crato, dois professores universitários com provas dadas em prestigiadas universidades estrangeiras, Paulo Macedo, um quadro superior de um banco privado —, para os ministérios das Finanças, da Economia e Emprego, da Educação e Ciência e da Saúde.
Claro que estes ministérios foram recheados com secretários de Estado políticos – estou a lembrar-me de Maria Luís Albuquerque responsável pelos dossiês das privatizações, entre outras, a privatização do BPN que, espero, seja reprovada por Bruxelas, ou Sérgio Monteiro que protagonizou o recente caso do pagamento a dobrar das portagens de Agosto na ponte 25 de Abril à Lusoponte.