O Lloyds vai pedir a devolução de parte dos bónus de 2010 pagos à antiga equipa de gestão e que foram recalculados após a provisão de 3,2 mil milhões de libras destinada a cobrir os custos com seguros de protecção de crédito (PPI) vendidos em condições irregulares a clientes do banco.
Estes seguros são vendidos como adicional a uma hipoteca ou um empréstimo pessoal para cobrir o reembolso, se o mutuário não conseguir pagar devido a doença, acidente ou desemprego.
Mas muitas vezes foram vendidos a pessoas com emprego fictício ou que já estavam desempregadas. Em Maio do ano passado, a justiça britânica condenou o Lloyds, o Barclays, o HSBC e o Royal Bank of Scotland por estas práticas. O Lloyds, detido em 40% pelo Estado britânico depois de ser intervencionado em 2009, foi o banco condenado a criar a maior provisão para compensar clientes queixosos.
Eric Daniels, director executivo do banco em 2010, recebeu um salário base de 1,04 milhões de libras e 1,45 milhões de libras como prémio de desempenho. Agora terá de devolver 40% desse bónus e outros doze gestores de topo também vão ter de restituir parte dos bónus recebidos em 2010, num total de 1,5 milhões de libras (1,8 milhões de euros).
Tendo António Horta Osório como director executivo desde Março de 2011, o Lloyds é o primeiro banco a usar a possibilidade de impor acertos retroactivos aos prémios pagos aos gestores após a crise financeira de 2008.
Recorde-se que Horta Osório renunciou ao bónus de 2011, no valor de 2 milhões de libras, por se ter afastado durante dois meses devido a problemas de saúde provocados por excesso de trabalho e por pensar que "o bónus deve reflectir o desempenho do grupo, mas também a difícil situação financeira que muitas pessoas enfrentam".
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