Quando a Alemanha propôs a presença contínua de um responsável europeu em Atenas para definir a política orçamental da Grécia, várias vozes se manifestaram contra inviabilizando-a.
Mas a permanente incapacidade dos políticos gregos para aplicarem as medidas acordadas no programa de assistência económica e financeira e controlarem a execução orçamental grega começa a obrigar os governantes dos outros países da Zona Euro a modificarem as suas posições.
Foi o que fez Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro luxemburguês e presidente do Eurogrupo que reúne os ministros das Finanças dos países do euro, ao defender a criação de um comissário europeu, directamente ligado ao Comissário Europeu dos Assuntos Económicos para acompanhar, a partir de Bruxelas, a aplicação das reformas na economia helénica.
"Apoio a ideia de designar um comissário da União Europeia para desenvolver a estrutura económica da Grécia", declarou Juncker, em entrevista ao jornal alemão Die Welt.
"[O Governo helénico não tem sido capaz], é por isso que temos de ser nós a encarregarmo-nos da implementação".
Nada que possa surpreender, pois o FMI já havia decidido retirar Poul Thomsen das missões do fundo em Portugal, colocando-o a acompanhar em exclusividade o programa de assistência à Grécia.
Questionado sobre a hipótese de Portugal vir a precisar de um segundo empréstimo, Junker apontou as grandes diferenças entre ambos os países: "O Estado português é um Estado que funciona e que tem uma administração que funciona. Não se pode dizer o mesmo da Grécia".
Sem comentários:
Enviar um comentário