domingo, 26 de setembro de 2010

A nata e o esgoto


Em Chegou a hora de tirar a cabeça da areia Helena Garrido, árdua defensora da política de José Sócrates, junta a sua voz aos que pedem cortes na despesa pública (embora nâo diga onde) para diminuir o défice orçamental e, consequentemente, a necessidade de financiamento do nosso país:

"Para os bolsos dos portugueses, o ano de 2011 vai ser pior do que este e, muito provavelmente, o mais violento desde que se iniciou esta crise em 2007. Poupar, poupar e poupar e cortar para o mínimo as compras são as regras a seguir. Deixámos de ter margem para manter a cabeça na areia como a avestruz.

Com ou sem FMI, com ou sem eleições, o próximo ano vai ser de redução acentuada do nosso nível de vida. O nosso empobrecimento será tanto mais violento e rápido quanto mais lentas forem as decisões do Governo de cortes nas despesas públicas e nos rendimentos das famílias para que se concretize a inevitável redução das nossas necessidades de financiamento externo.

Quanto mais tarde se tomarem as medidas maior será o aperto necessário para recolocar a economia no nível da sua capacidade de consumo. Hoje já são necessárias medidas muito mais violentas do que aquelas que eram exigidas em Maio, quando assistimos ao colapso da Grécia. E a razão é simples: neste momento o Estado já se está a financiar a taxas de 6% a dez anos, juros esses que serão pagos pelos contribuintes portugueses. E o dinheiro que for para juros tem de ser retirado de outro lado qualquer
."


vl1950 24 Setembro2010
Finalmente, meus senhores...

Começamos a perceber a realidade?
Mais vale tarde do que nunca!
Mas eu tenho dito sistematicamente que andam todos a mentir ao País!

Só a partir da consciência da realidade podemos começar a mudá-la. E há soluções.
O problema, como já tenho escrito, e alguns comentadores também, está na classe política actual.
E não venham com a treta de que a classe política é um reflexo do País. Porque se o é, então os partidos são um equívoco, porque a ideia de base da democracia partidária é que os partidos devem liderar o processo político de transformação da sociedade.
Ora o que temos em Portugal é que os partidos têm alguma nata da sociedade portuguesa, mas também muita gente do esgoto que contamina o resto.

Há um País a reconstruir e reorientar para a nova era da globalização. É esse País que vai triunfar quando e à medida que a classe política for sendo reformada e remetida à sua função.
Hoje a classe política sufoca e estrangula tudo e temos um défice de sociedade.

Isto vai mudar, mas infelizmente ainda será necessário muito sacrifício, porque a gente do esgoto não vai sair a correr e sem luta.
É o próprio regime que será posto em causa nos próximos anos e o sistema parlamentar.
Precisamos de visão e orientação política e não de parlamentares que não justificam o que o País gasta com eles.

Com este artigo, alguns jornalistas que têm feito frete ao regime começam a abandonar o barco. Sinal de mudança, o que significa esperança.
Todos os que nos últimos tempos disseram e escreveram o que hoje a H. Garrido escreveu foram considerados pessimistas e tremendistas! Lembram-se?
Pois é! É a vida!
O nosso problema não é falta de ideias, de meios e de soluções.
O problema é que só recebem atenção quando os políticos e alguns jornalistas compreendem a situação e as soluções.

O País tem tido que seguir ao ritmo dos mais lentos e burros.
Portugal não tem mais idiotas e burros do que os restantes países. Só que os tem em maior número em funções onde não podiam estar, e sobretudo quando estão tanto tempo a fazer disparates. Porquê?
Simples. Porque o sistema democrático funciona deficientemente com os partidos a controlarem a sociedade através do Estado e do sistema de Justiça. (Estado de Direito deficiente!)
Noutra sociedade, este PM já teria sido demitido e provavelmente preso, depois do que já se sabe do processo Tagus Park e da TVI.

Enfim, este artigo de HG é um sinal de que ela está assustada! Estou satisfeito que comecemos a por fim à mentira e à ilusão. Alguns comentadores, não vou mencionar os seus nomes de guerra, também andaram aqui muito tempo a vender e insistir nas ilusões, para quem as quis comprar bem entendido!


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