O Parlamento islandês decidiu processar o ex-primeiro-ministro Geir Haarde, que governava o país na altura em que o sistema financeiro se afundou, em Outubro de 2008, por “negligência”.
A medida foi aprovada por 33 votos a favor e 30 contra. A actual chefe do Governo, a social-democrata Johanna Sigurdardottir, votou contra mas o seu ministro das Finanças, Steingrimur Sigfusson, do Partido de Esquerda-Verdes, votou a favor.
Haarde, de 59 anos, do Partido da Independência, é um conservador e eurocéptico, ao contrário da actual coligação no poder que iniciou o processo de adesão à União Europeia, e apoiou sempre o impopular governador do Banco Central, David Oddsson, responsável pela liberalização do sector financeiro nos anos 90 quando foi primeiro-ministro.
O crescimento económico da Islândia nos últimos anos fez-se à custa dos mercados financeiros e, após a falência do sistema financeiro nacional, muitos islandeses perderam o emprego ou as suas poupanças.
Haarde foi considerado culpado de não ter agido para travar o desenrolar da crise mais cedo, que acabou por obrigar o Governo a tomar o controlo, à pressa, dos três maiores bancos do país, por uma Comissão de Inquérito Especial. Esta concluíu ter havido enorme negligência por parte dos dirigentes políticos e dos banqueiros islandeses, na altura em que o sistema financeiro do país se afundou, mas o Parlamento decidiu processar apenas o ex-primeiro-ministro Geir Haarde.
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