O ministério da Educação, através dos Directores Regionais, tem dado instruções aos directores das escolas para abafarem casos de violência na escola, quer seja perpetrada por alunos ou encarregados de educação, contra outros alunos, assistentes operacionais (vulgo contínuos) ou professores.
Instruções que a maioria desta gente, engodada por uma boa avaliação do desempenho que permita progredir rapidamente na carreira, tem cumprido servilmente.
Note-se que o director de um agrupamento de escolas/escola não agrupada é avaliado pelo respectivo director da Direcção Regional de Educação a que a escola pertence que, por sua vez, é nomeado pelo ME dentro do partido socialista, i.e. um boy.
Há umas semanas atrás, um aluno preto de certa escola de um concelho da Área Metropolitana de Lisboa, numa daquelas correrias loucas que os adolescentes fazem nos corredores do edifício principal da escola porque não são exigidas regras de comportamento, deu um encontrão a uma aluna cigana. Esta virou-se para o colega e chamou-lhe ”preto”. Ele melindrou-se e chamou-lhe “cigana”. A rapariga não esteve com meias medidas: pegou no telemóvel e convocou a família.
Passados alguns minutos a comunidade cigana apareceu no portão da escola. Sem meios para enfrentar a situação, o porteiro deixou-os passar e telefonou à polícia. Rapidamente o bando entrou no edifício e a funcionária da recepção interpelou-os. Foi empurrada violentamente. Um professor viu e foi acudir-lhe. Foi agredido.
A salvação chegou com a polícia.
No início deste ano, um aluno de 10 anos, filho de uma funcionária, apareceu com nódoas negras no pescoço e disse à mãe que se havia magoado. As equimoses não desapareciam, a mãe começou a desconfiar e o miúdo acabou por confessar que alguns colegas lhe davam socos dentro da sala de aula porque não cumpria certas regras idiotas que haviam sido impostas no grupo. Como a funcionária tem uma estatura de lutadora greco-romana o assunto foi eficazmente resolvido sem o conhecimento dos professores.
Há dias encontrei uma colega às voltas com o processo disciplinar relacionado com uma agressão entre alunos de 13 anos. Tinha ouvido os alunos e os encarregados de educação e o processo já contava com mais de uma dúzia de impressos do ME. Sabendo-se que, na pior das hipóteses, o agressor fica um dia em casa, perguntei-lhe se sentia vocação para funcionária administrativa. Acabámos a concordar que a burocracia imposta pelo ME, e reforçada pelos directores das escolas, não resolve nada.
Esta semana, alguns alunos roubaram um telemóvel, um aparelho que devia ser proibido os alunos levarem para as escolas porque é fonte de inúmeros problemas, retiraram a bateria e com ela provocaram queimaduras no braço doutro colega.
Não, não se trata de uma escola de subúrbio, aliás este concelho não tem subúrbio. É uma escola construída no ano 2000, tem instalações e equipamento excelentes e serve as três freguesias mais ricas do concelho, tanto do ponto de vista económico-financeiro como sócio-cultural.
Abafar casos de agressão, ou desvalorizá-los quando saltam para os jornais, o Facebook ou o Youtube, está a provocar o crescimento exponencial da violência e a diminuição da idade dos agressores pois começa a ser olhada como “cool” e os adolescentes aderem e imitam o que estiver na moda.
Como muitos pais deixaram de educar os filhos, a solução está em os directores pegarem no cinto das calças e dar duas correadas no traseiro dos agressores.
Se os pais não agradecerem, devem ter sempre o direito de transferir os meninos para uma escola TEIP (território educativo de intervenção prioritária), sigla criada pelo ME para designar as escolas junto de bairros habitados por etnias onde os docentes não ensinam, apenas fazem animação cultural, e os alunos podem contar com um futuro de miséria.
Estes jovens têm de ser responsabilizados e punidos, mas não só. É preciso denunciar os interesses inconfessáveis do lobby dos pseudo-professores das Ciências da Educação, vulgarmente conhecido por “Eduquês”, que infestam as Escolas Superiores de Educação, o ministério da Educação e a Assembleia da República, há várias décadas, que lucram com a desgraça da juventude e a miséria do País e escondem a cabeça na areia porque se o ensino entrasse no bom caminho deixavam de ter emprego político e de se poderem saciar com os despojos.
E que fique muito claro: entregar as escolas aos autarcas, seja do PS, PSD ou PCP, como pretende Passos Coelho, não é solução, mais poder e recursos financeiros para as autarquias só vai potenciar a degradação moral e o descalabro financeiro que conspurca a nossa Administração Local.
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