quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Seremos capazes de aceitar um governo europeu?


"No momento da moeda única houve um grande avanço, uma grande ideia, um grande projecto. Houve dois erros muito graves que foram cometidos. Digo-o, para tirarmos as consequências, não para criticar quem os cometeu. Não faz sentido, é o passado.

O primeiro destes erros foi querermos uma moeda única sem prever um governo económico. Durante 10 anos, as economias da Zona Euro em vez de convergirem, divergiram. Já não nos podemos dar a esse luxo.

O segundo erro que cometemos foi que aderiram à Zona Euro países quando ainda não estavam prontos. No momento fizemos como se fosse possível esquecer a realidade, mas a realidade apanha-nos sempre. Actualmente esses paises, que são nossos amigos, nossos irmãos, que devemos ajudar, sofrem, sofrem muito e escusavam de sofrer se as decisões tivessem sido tomadas.

As conclusões a tirar são simples: mais solidariedade na Zona Euro, mais disciplina na Zona Euro.
"





Sarkozy com um discurso afectivo, a tentar convencer os povos dos países meridionais a mudarem de mentalidade.
Se não for possível, ser-lhes-á dado alimentos e medicamentos para evitar guerras civis e a invasão dos países do centro da Europa por hordas de refugiados. Se preciso for, preparar-se-á a saída organizada da Zona Euro daqueles países para quem britânicos e americanos criaram o acrónimo PIGS.

A Alemanha é a maior economia da Zona Euro. A França é a segunda maior. Tentar negar este facto e pretender que todos os países da Zona Euro devem ter o mesmo peso nas decisões é uma atitude irrealista. O que importa é que os líderes das duas maiores economias tomem decisões no sentido de criar uma economia integrada que traga prosperidade para todos os países.
Os nossos concidadãos que emigraram para a França, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Alemanha, ... conseguem integrar-se e usufruir da riqueza que ajudam a criar.

Porque é que nós, os que ficámos em Portugal, não somos capazes? Porque há 37 anos temos tido políticos incompetentes e desonestos é uma das razões. Mas há outras.
Seremos capazes de aceitar a organização e a disciplina alemãs, a criatividade francesa, o princípio da avaliação por um critério de mérito e a chefia pelos mais competentes?
Não. Preferimos olhar apenas numa direcção, a da sobrevivência. Vamos continuar a bajular os cabecilhas dos grupos de compadrio, a receber uma ou outra regalia enquanto gozamos o Sol e a praia e procurar que, um dia, chegue a nossa vez de pertencermos ao grupo dirigente — chafurdar na pocilga —, explorando os traumatismos afectivos de uma ambiciosa que chegou a directora da instituição ou como amante de um habilidoso e amoral coordenador de departamento.


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