Salvador Costa 14 Dezembro 2011 - 10:16
E.On, porque não?
- O processo de privatização da posição do Estado português na EDP não é isento de considerações políticas.
- Por um lado, a E.On é um parceiro comercial estratégico num quadro alargado de aprofundamento do mercado único e da Zona Euro. Para além das complementaridades que existem entre as duas empresas no sector das energias renováveis em termos de tecnologia e conhecimento dos mercados.
- A entrada da E.On na EDP abre bastantes perspectivas de expansão à empresa nos seus mercados alvo na Europa e nos Estados Unidos.
- A EDP detém uma posição importante no Brasil, mas nunca deixará de ser um parceiro menor em relação à Iberdrola.
- Por último, qual o interesse de uma empresa chinesa da dimensão da CTG na EDP, cujo volume de produção e de negócios será equivalente a uma das mais pequenas províncias da China? É o consumo de electricidade de dez milhões de portugueses empobrecidos?.
- A EDP detém um activo estratégico para a CTG que é o seu importante portefólio de energia eólica nos EUA. O que seria uma janela de oportunidade para a China entrar e ampliar a sua influência neste mercado.
- Ora a escolha da CTG será muito mal vista pelas autoridades dos EUA, pouco dadas à presença e influência das empresas chinesas no seu território, ainda para mais num sector vital como o da energia. O que levaria a um forte condicionalismo da expansão da EDP no mercado energético norte-americano.
- Portanto, o negócio da privatização da EDP será acima de tudo uma avaliação de ganhos políticos mais do que a mais-valia financeira das propostas apresentadas.
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