quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O perigo da senilidade



Mário Soares nunca aceitou ter perdido a presidência do parlamento europeu para a “dona de casa” Nicole Fontaine e continua a demonstrar uma enorme sede de protagonismo.
Aproveitando a comemoração dos seus 87 anos, veio desvalorizar os técnicos Papademos e Monti, que passaram a liderar os governos da Grécia e de Itália, respectivamente, para travar o crescimento das dívidas públicas desses países e pôr os políticos num pedestal (realmente Berlusconi, várias vezes reeleito pelo eleitorado italiano, era uma competência política...), imaginando-se o líder da Europa.

Os mercados financeiros são os bancos de investimento e as gestoras dos grandes fundos de investimento cujos gestores procuram as obrigações, as acções, ... que garantam as melhores rentabilidades para esses fundos, senão os investidores retiram as suas poupanças e procuram outras aplicações.
Temos de ter a noção que há milhões de grandes investidores e centenas de milhões de pequenos investidores: um cidadão português que aplique as suas pequenas poupanças na compra de unidades de participação de um fundo estrangeiro comercializado pelo BES, BCP ou BPI faz parte (uma ínfima parte) dos mercados financeiros.

É verdade que é habitual, na distribuição da riqueza criada, a maioria dos empresários e gestores reservar para si a fatia de leão, cedendo uma parte demasiado pequena aos seus trabalhadores que tiveram um papel essencial na criação dessa riqueza.
É verdade que é preciso impor critérios mais justos na distribuição da riqueza, que recompensem o contributo de cada trabalhador, e desbastar a plumagem das asas desses gananciosos.
Mas os mercados financeiros só poderiam desaparecer se, em cada País, os que vivem de subsídios matassem todos os detentores de poupanças, pequenas ou grandes.
Claro que depois os subsídio-dependentes extinguir-se-iam naturalmente, a não ser que decidissem pegar numa enxada e cultivar umas batatas para saciar a fome.

A criação de uma classe social que vive do rendimento social de inserção e não quer retribuir com trabalho comunitário é da responsabilidade do partido socialista.
A delapidação de recursos através da distribuição a eito de computadores pelos alunos, através da criação dos cursos Novas Oportunidades, em que não há correspondência entre a distribuição de diplomas e a aquisição de conhecimentos e através da adjudicação, por ajuste directo, de contratos a clientelas políticas, é da responsabilidade do PS e de José Sócrates.
Que o ignorante e aldrabão José Sócrates teria estofo para presidente da República Portuguesa é uma ideia mirabolante a mostrar que Soares já ultrapassou o limite da lucidez.

Numa entrevista, há muitos anos, Belmiro de Azevedo disse que tinha encarregue alguns colaboradores próximos da missão de o avisarem quando começasse a defender projectos insensatos, porque “o próprio não se apercebe” e, chegado esse momento, passaria o cargo de CEO a outro. Assim aconteceu.
Pena que Mário Soares não tenha assumido idêntica precaução.


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