segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A abstenção não mudará nada



Os jornais portugueses são unânimes nas conclusões: Abstenção recorde. Cavaco venceu, mas com números historicamente baixos. Manuel Alegre desiludiu e, com ele, José Sócrates e o PS. As surpresas foram o independente Nobre e o “Tiririca” Coelho.

Se somarmos
  • os ministros, secretários, subsecretários de Estado e os deputados, com os seus chefes de gabinete, assessores e secretárias;
  • os governadores civis;
  • os autarcas (308 concelhos com os presidentes de câmara, vereadores, presidente da assembleia municipal e deputados municipais e 4260 freguesias, cada uma com um presidente, um secretário, um tesoureiro e um presidente da assembleia de freguesia);
  • os administradores do sector público administrativo (institutos, fundações, agências, ... ), do sector público empresarial e das empresas regionais e municipais,
no activo, subvencionados ou reformados, respectivos cônjuges, filhos e amantes devemos obter um número superior a uma centena de milhar.

Agora, caro leitor, vá a www.base.gov.pt, faça umas pesquisas de ajustes directos, contabilize os milhares de empresas privadas que vivem à sombra do Estado, junte os seus colaboradores e respectivos familiares e vai chegar a um milhão.

Esta gente irá sempre votar nalgum dos partidos representados na Assembleia da República e este milhão de votantes é tudo o que a classe política precisa para se manter à superfície da água.
Aliás nestas eleições em cada 4 eleitores, 1 votou em Cavaco, 1 votou outro e 2 ficaram em casa. Isto já é catastrófico, mas vê alguém preocupado?

Portanto podemos esperar sentados que a abstenção seja a chave da mudança.


A opinião dos outros:

Dr_House 24 Janeiro 2011
Democracia? Um presidente eleito por 23% dos portugueses tem alguma voz activa?
Estou feliz. Acabei de ganhar as eleições com 53,3% deixando todos os outros candidatos a larga distância, senão vejamos: Cavaco Silva com 2,2 sobre 9,6 milhões de portugueses dá uns 22,9 arredondemos para 23%! Cavaco Silva é o Presidente de 23% dos portugueses que têm poder de voto.
Eu e mais 5,139 milhões de portugueses pertencemos ao partido PACON que é um francesismo derivado de PAS=NÃO e CON=estúpido, ou seja, ao partido dos NÃO-ESTÚPIDOS. Somos já mais de 5.139.000 e nem sequer somei os votos nulos e brancos, que também pertencem ao partido PACON. Vivam os mais de 5 milhões de portugueses do PACON! O próximo objectivo é ultrapassarmos os 6 milhões, seguem-se os 7 milhões até atingirmos o objectivo final de 9 milhões. Nessa altura, apresentaremos nas TV's o ridículo da política e dos seus resultados.

A diferença entre o nosso povo e os políticos

Certo dia um florista foi ao barbeiro para cortar seu cabelo. Após o corte perguntou ao barbeiro o valor do serviço e o barbeiro respondeu:
— Não posso aceitar o seu dinheiro porque estou a prestar serviço comunitário esta semana.
O florista ficou feliz e foi-se embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um bouquet com uma dúzia de rosas na porta e uma nota de agradecimento do florista.

Mais tarde no mesmo dia veio um padeiro para cortar o cabelo. Após o corte, ao pagar, o barbeiro disse:
— Não posso aceitar o seu dinheiro porque estou a prestar serviço comunitário esta semana.
O padeiro ficou feliz e foi-se embora. No dia seguinte, ao abrir a barbearia, havia um cesto com pães e doces na porta e uma nota de agradecimento do padeiro.

Naquele terceiro dia veio um deputado para um corte de cabelo. Novamente, ao pedir para pagar, o barbeiro disse:
— Não posso aceitar o seu dinheiro porque estou a prestar serviço comunitário esta semana.
O deputado ficou feliz e foi-se embora. No dia seguinte, quando o barbeiro veio abrir sua barbearia, havia uma dúzia de deputados fazendo fila para cortar o cabelo.

Essa história ilustra bem a grande diferença entre os cidadãos do nosso país e os políticos que o administram.
"Políticos e fraldas devem ser trocados com frequência pelo mesmo motivo!"

Albatross 24 Janeiro 2011
Surpresa?
Para a comunicação social os resultados de Fernando Nobre só foram surpresa porque tudo fizeram para o silenciar. Hoje todos os jornalistas e comentadores políticos de Portugal deviam estar de luto, pois ficou demonstrado que em vez de cumprirem a nobre missão de informar estão ao serviço dos mais obscuros interesses deste país.
Dr. House
Não resisto a dizer ao comentador Dr. House que não vejo onde estão os motivos para tanta alegria. Afinal vai ser governado nos próximos anos pela mesma gente. Ou era isso que afinal queria quando apelou à abstenção?

Dr.Ginko 24 Janeiro 2011
Servir o País ou servir-se do...
É só mais um sinal que chegou a altura de mudança...
Para que servem estes Presidentes? Este Direito, estas elites? Por semelhança com o Direito, também o sistema político urge mudar. Há demasiadas garantias para os faltosos. O actual sistema é um luxo de loucos. O barco está a afundar-se e assobiamos para o lado, como se nada fosse. Eu votei contra o sistema.

rulo 24 Janeiro 2011
Ao auto-intitulado "não-estúpido" Dr.House, apenas lhe digo o seguinte...
Se tanto gostam que o país se transforme num dos muitos países em que os povos não votam, porque não podem votar, então façam o favor a Portugal de se deslocarem para uma das várias ditaduras que existem no mundo. Aí, poderão naturalmente não votar...
Ao contrário de muitos, para mim, conhecendo os Portugueses como conheço, o sinal de abstenção não é senão um 'deixa-andar'... Se querem votar contra o sistema, votem em branco ou nulo. Mas levantem-se do sofá, do café, da praia, ou do shopping e VOTEM!
Se não votam, não têm um único motivo de se queixarem, um único!

rciii 24 Janeiro 2011
Ao Dr. House
Engraçado este senhor dizer que ganhou as eleições. Este senhor não só não ganhou coisa alguma, como perdeu o direito de se manifestar, de criticar. Pois se na única altura que o poderia ter feito, preferiu ficar em casa e ainda por cima vir para aqui gabar-se de não ter feito nada para mudar o PR, que ao que parece, não é o que lhe agrada.
Há que respeitar o privilégio que temos em podermos escolher quem nos governa (mesmo que mal). Há países em guerra para ter o direito de votar e 53% dos portugueses desperdiçaram esse direito. Havia candidatos independentes, candidatos apoiados pela extrema esquerda até aos apoiados pelos partidos de direita. E nenhum agradou?
Se em vez de ficar em casa, os 53% tivessem ido votar, o resultado poderia ter sido diferente. O PR reeleito ganhou e ganhou bem. Temos PR por 5 anos e governo por mais três. Precisamos de estabilidade política e dar oportunidade ao governo para ver o resultado das medidas bem duras que tomou. Agora deixem-se de m€rdas e vão trabalhar para tirar o país do buraco!

HS-2011 24 Janeiro 2011
Nobre 14.1% a semente da esperança
Perdemos uma das últimas oportunidades de evitar a tragédia que se avizinha.
Eleitores inscritos: 9.629.630
Cavaco Silva: 2.230.170 — 23.16%
O povo português elegeu um Presidente com 23.16% dos votos dos eleitores inscritos e que perdeu 540.000 votos em relação ao 1º mandato. Houve 5.139.726 abstenções!
São resultados preocupantes. Quem não votou não tem autoridade moral para se queixar, é que não é o Pacon, é mesmo o Parvon, o partido dos parvos, dos egoístas, dos desmotivados, dos incivilizados, um pouco a causa de estarmos como estamos.

themainman 24 Janeiro 2011 - 15:08
Ditadura?
É incrível a ingenuidade/ignorância de algumas pessoas. Mas alguém acredita realmente que o país ficará melhor com um ditador? Abram os olhos e vejam os exemplos espalhados pela história e pelo mundo. Qualquer ditadura, seja de direita ou de esquerda, apenas beneficia quem está no poder, tudo o resto é um mero pretexto.
A democracia é, de longe, o melhor modelo de governação. Pois é o único que obriga os governantes a governar para todo o povo, sob pena de serem substituídos. Já para não falar do papel fiscalizador da oposição.

sugnaug 24 Janeiro 2011 - 15:18
themainman
LOL
O Salazar foi ditador e governou para o povo. Deixou lá 900 toneladas de ouro para os "democratas" se governarem a eles próprios...
Tenha vergonha.


Sem comentários:

Enviar um comentário