Convido-o, caro leitor, a observar os resultados das Presidenciais 2011:
4.260 freguesias apuradas de 4.260 (0 por apurar)
60 consulados apurados de 71 (11 por apurar)
Cavaco Silva Manuel Alegre Fernando Nobre Francisco Lopes José Coelho Defensor Moura ________________ EM BRANCO NULOS ________________ Votantes Abstenção ________________ Inscritos | 2.230.104 votos 831.959 votos 593.868 votos 300.840 votos 189.340 votos 66.091 votos _______________ 191.159 votos 86.543 votos _______________ 4.489.904 votos 5.139.726 votos _______________ 9.629.630 votos | 52,94% 19,75% 14,10% 7,14% 4,50% 1,57% _________ 100,00% | 49,67% 18,53% 13,22% 6,70% 4,22% 1,47% 4,26% 1,93% __________ 100,00% | 23,16% 8,64% 6,17% 3,12% 1,97% 0,69% 1,98% 0,90% 53,37% ________ 100,00% |
Portanto Cavaco tem 2.230.104/(4.489.904-277.702) = 52,94% dos votos expressos e ganhou, folgadamente, à 1ª volta.
Agora suponha, caro leitor, que aqueles 277.702 votos em branco/nulos eram direccionados para outro candidato.
Cavaco passaria a ter 2.230.104/4.489.904 = 49,67%. E a ser obrigado a percorrer a via sacra da 2ª volta.
Dir-me-ão que nessa altura os eleitores optariam por Cavaco Silva para não darem ao governo de Sócrates um balão de oxigénio chamado Manuel Alegre.
Mas, quem disse que os votos em branco/nulos tinham de ir parar às mãos de um político?
Ora vejamos: 593.868+277.702 = 871.570
Era à tangente? Pois era. Mas era possível afastar a classe política da Presidência da República, se os portugueses não fossem obstinados, se quisessem raciocinar e fixar um objectivo.
E, se têm amor à verdade, não tentem dizer que Cavaco Silva e Fernando Nobre são iguais, porque ao longo da vida mostraram que não são: ambos doutos profissionais, mas um é ganancioso e o outro generoso.
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