domingo, 23 de janeiro de 2011

Era possível


Convido-o, caro leitor, a observar os resultados das Presidenciais 2011:

4.260 freguesias apuradas de 4.260 (0 por apurar)
60 consulados apurados de 71 (11 por apurar)

Cavaco Silva
Manuel Alegre
Fernando Nobre
Francisco Lopes
José Coelho
Defensor Moura
________________

EM BRANCO
NULOS
________________
Votantes
Abstenção
________________
Inscritos


2.230.104 votos
831.959 votos
593.868 votos
300.840 votos
189.340 votos
66.091 votos
_______________

191.159 votos
86.543 votos
_______________
4.489.904 votos
5.139.726 votos
_______________
9.629.630 votos


52,94%
19,75%
14,10%
7,14%
4,50%
1,57%
_________
100,00%









49,67%
18,53%
13,22%
6,70%
4,22%
1,47%


4,26%
1,93%
__________
100,00%





23,16%
8,64%
6,17%
3,12%
1,97%
0,69%


1,98%
0,90%


53,37%
________
100,00%


Portanto Cavaco tem 2.230.104/(4.489.904-277.702) = 52,94% dos votos expressos e ganhou, folgadamente, à 1ª volta.

Agora suponha, caro leitor, que aqueles 277.702 votos em branco/nulos eram direccionados para outro candidato.
Cavaco passaria a ter 2.230.104/4.489.904 = 49,67%. E a ser obrigado a percorrer a via sacra da 2ª volta.
Dir-me-ão que nessa altura os eleitores optariam por Cavaco Silva para não darem ao governo de Sócrates um balão de oxigénio chamado Manuel Alegre.
Mas, quem disse que os votos em branco/nulos tinham de ir parar às mãos de um político?

Ora vejamos: 593.868+277.702 = 871.570
Era à tangente? Pois era. Mas era possível afastar a classe política da Presidência da República, se os portugueses não fossem obstinados, se quisessem raciocinar e fixar um objectivo.
E, se têm amor à verdade, não tentem dizer que Cavaco Silva e Fernando Nobre são iguais, porque ao longo da vida mostraram que não são: ambos doutos profissionais, mas um é ganancioso e o outro generoso.


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