quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Reprovados!


A CGTP deslocou os seus sindicalistas e o PCP movimentou os seus funcionários para enquadrarem e coagirem os professores que se apresentaram hoje para fazer a prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) ou para a vigiar.

Os professores podem não concordar com a prova mas tinham que fazê-lo em sede própria e não assumir atitudes violentas.

É certo que fizeram entrar seis providências cautelares nos tribunais. O juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra decidiu, na semana passada, que a prova que os professores contratados iam fazer "não causa danos irreparáveis".
Anteontem, mais uma sentença favorável ao Ministério da Educação e da Ciência (MEC). O Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja pronunciou-se sobre a providência cautelar intentada pelo Sindicato dos Professores da Zona Sul, afecto à Fenprof, que solicitava a suspensão da eficácia do despacho do Governo que fixa a calendarização da PACC. E indeferiu-a: "Não é manifesta a violação que torne ilegal a existência da prova" e, consequentemente, o despacho alvo do pedido de suspensão.
Ontem o MEC terá recebido uma citação do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal para contestar os argumentos do sindicato; hoje entregou a decisão fundamentada no tribunal do Funchal.
Restava à Fenprof acatar a lei. E, eventualmente, convocar uma greve dos professores vigilantes.

Enveredaram pela desobediência civil. Durante a prova houve berraria, apitos, megafones a debitarem palavras de ordem como “Professores unidos jamais serão unidos” — a imagem de marca das manifestações do PCP há quatro décadas —, cordões humanos a bloquear portões, usurpação do direito dos professores vigilantes não aderirem à greve, usurpação do direito dos professores avaliados à paz de espírito necessária para a realização da prova e invasão de escolas.

O exemplo que deram não podia ser pior: quando os alunos não concordarem com uma prova também vão querer assumir idêntico comportamento.
Não são docentes. São ditadores que apenas pretendem impor a sua vontade, nem que seja pela violência, com desprezo pela lei e pelos professores que pretendiam fazer a PACC.

Ainda não se sabe qual a classificação desses avaliados contrariados, mas muitos pais que tem filhos a estudar na escola pública, ao verem as fotografias publicadas em jornais e os vídeos nas televisões, já terão lavrado o veredicto: reprovados!



Escola Secundária Padre António Vieira, em Lisboa


Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra


Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra

18 Dez, 2013, 13:35
No Porto, manifestantes tentaram bloquear com faixas os portões das escolas. Na escola D.Pedro I, em Gaia, a polícia teve mesmo de intervir para permitir o acesso à escola.
Um dos docentes que fez a prova diz que não era difícil, mas reconhece que era extensa e exigia muito raciocínio. Ou seja, quem apenas souber debitar propaganda e demagogia não terá hipótese de ser aprovado.

18 Dez, 2013, 13:39
Sendo a escola secundária onde os alunos têm melhores resultados nos exames nacionais, a Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, foi especialmente visada no boicote à prova e na noite de terça-feira dezenas de professores montaram um acampamento. Hoje os manifestantes gritaram palavras de ordem recorrendo a megafones e bloquearam a entrada aos docentes vigilantes e avaliados na escola. Foi necessária a intervenção da PSP para permitir o acesso à escola.

18 Dez, 2013, 13:46
Em várias escolas houve incidentes durante a prova.

18 Dez, 2013, 14:24
A maior violência, porém, ocorreu em Almada, concelho bastião do partido comunista desde 1974. Na Escola Secundária Emídio Navarro, o director teve de recorrer à PSP para impedir uma tentativa de invasão e depois a polícia de choque posicionou-se à entrada da escola. Furiosos, os docentes que iam ser avaliados partiram a pontapé os vidros das janelas nas salas onde ia decorrer a prova.


18 Dez, 2013, 14:24
Na maioria das escolas a prova decorreu sem incidentes. Como em Vila Nova de Gaia, no Agrupamento de escolas Dr. Costa Matos, por exemplo.
Filinto Lima, director deste agrupamento e dirigente da Associação Nacional de Dirigentes de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) esperava que o Ministério da Educação e Ciência (MEC) e o da Administração Interna se estivessem a articular para “garantir a segurança nas escolas”: “Temos de respeitar o direito à greve dos professores que não queiram vigiar a realização das provas, mas também o de quem se inscreveu e quer realizá-la com serenidade. E isso tem de ser garantido com as forças de segurança, se necessário for”. Assim sucedeu. Um aplauso também para os directores que souberam gerir com integridade e prudência esta crise.


Ouvir os outros:

José Paulo
Neuchâtel 13:29
Não me pronuncio sobre o mérito da prova porque sinceramente não sei como reagir. Tenho, no entanto, que tomar uma posição sobre o a maneira como os Srs. professores reagiram à prova por este meu país fora. É assim, com atitudes de pura infantilidade, como, por exemplo, a menina que disse que o papá já pagou propinas e que por isso não aceita ser avaliada outra vez, é assim que se querem fazer respeitar? Sobretudo é esta a geração de educadores que queremos para os nossos filhos?
Gostava de saber qual seria a reacção dos senhores se um dia os estudantes decidissem não fazer um qualquer exame apenas porque o papá ou a mamã pagou pelos livros, pela alimentação e tudo o mais. Desculpem mas professores destes nem em Portugal nem em lugar nenhum do mundo. Só dão razão ao ministro, pensem bem.

JP 



13:31 

Acho irónico que os mesmos que estão contra qualquer tipo de prova de avaliação aos professores sejam os mesmos que por aí andam a pregar a qualidade do ensino público. Não digo que esta prova seja a forma mais adequada de fazer uma fazer uma pré-selecção dos candidatos, mas a haver uma prova, espera-se que sirva para melhorar a qualidade do ensino. No pior cenário, se a prova não cumprir o seu objectivo, ficará tudo inalterado. Mal é que não faz.
Quanto ao orgulho que impede os senhores professores de fazerem a prova, mais não me parece que uma ideia implantada pela corrente ideológica que actualmente inunda os media: está na moda ser-se contra tudo o que o governo faz e propõe. Pessoalmente, se me pedem para provar o que sei, faço-o com gosto. Mas isso sou eu, que devo ser anormal... 


  • Gutta Cavat Lapidem 


    14:46
    Não é anormal, não senhor. Faz é parte de uma minoria (muito mínima, passe a redundância) sensata!

Gutta Cavat Lapidem 


14:24 


Chamam-lhes incidentes. Eu chamo-lhes maus exemplos. Figurinhas tristes e maus exemplos foi o que fizeram e deram estes "professores". Pergunto-me, perante este lamentável cenário, se existirão, entre todos estes maus exemplos, algumas pessoas a quem se possa verdadeiramente chamar "professores". Que aprenderam hoje os alunos destes senhores? Apenas e unicamente que, para se conseguir o que se quer, vale tudo, até o mau comportamento cívico e social! Belos exemplos, sim senhor!

Bertold
14:46
Não se pode avaliar aqueles que avaliam? Havendo professores a concorrer a lugares públicos não é necessário um ranking que os distinga e ordene? Mal saiam das universidades são professores com direito automático a cargo e carreira?
Que raio de problema. Nenhum professor bem formado tem qualquer receio em ser avaliado, e querer meter nisto "honra", "vergonha", "humilhação" e outros sentimentos "cívicos" corresponde a aplicar mal os sentimentos. Quem lhes prometeu nos cursos que tiraram que iriam ser "amados" pelo Ministério? A terem amor será dos alunos e esses não se enganam com essas conversas fiadas. O Sr. "professor" Nogueira terá formado algum aluno? Mas gosta de "formar" professores...

Carlos Rafael
15:22
Avaliação de professores. Sinceramente, não consigo ver qual o problema. Na minha anterior actividade tinha que fazer provas e formações obrigatórias e tinha que ter aproveitamento para poder continuar a exercer a profissão. Inclusive para continuar a conduzir. Faz todo o sentido. Muitos sectores fazem o mesmo.
Não entendo estes professores. Ou melhor, entendo, estão por trás os DEMOS, os Vermelhos, os agitadores.
Gostei principalmente de ouvir professores a lamentarem-se que se sentiam como alunos. Como alunos? Que quer isso dizer? Que já atingiram o cume o zénite do conhecimento, que estão acima de qualquer tipo de aprendizagem, formação ou avaliação contínua?


*

Da parte da tarde, o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, lamentou os incidentes que ocorreram durante a manhã, em algumas escolas, e informou que o ministério vai agendar nova data para a realização da mesma.

A opinião dos outros:

Jose
14:09 

Este Grancho é um oportunista desqualificado. Há três anos atrás dizia no facebook "Pedro Passos Coelho conte comigo" e o Passos contou com um mandrião que ainda, no passado sábado, foi visto a negociar materiais para serem introduzidos na central de compras do MEC, é este tipo de gente que chegou a salto ao governo sem passar por eleições. É esta bandalheira que desgraça as pessoas que trabalham seriamente. Neste dia a notícia é que este grupo anti-social impôs aos portugueses mais qualificados um exame humilhante e que tem como objetivo o fim do ensino para todos. E não se pode matá-los?
  • 

Valter Miguel 


    14:13
    Só pode se primeiro os fizer sofrer um bocadinho... 



  • JP 


    14:26
    Como é que um exame tem como objectivo o fim do ensino para todos? Mas você lê o que escreve, ou está mais preocupado em debitar propaganda e demagogia?
    Como qualquer demagogo, argumenta mais frequentemente contra as pessoas do que contra os argumentos, o que mostra bem a sua estirpe. Dê-me um (só um basta!) argumento lógico que relacione a implementação de uma pré-selecção no concurso nacional de professores com o seu hipotético fim do ensino público, ou até com a perda da qualidade do mesmo. Consegue arranjar algum?
    E, sendo certo que as qualificações dos professores do ensino obrigatório são superiores à média nacional, é um bocadinho exagerado dizer que são os "portugueses mais qualificados".


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