terça-feira, 26 de junho de 2012

Não há margem para mais austeridade - II


"Não sei o que o PCP pretendia com a moção de censura, mas como já tentou duas greves gerais — a última das quais sem grande sucesso, porque o clima político e mesmo o clima ambiental não está para grandes manifestações —, o PCP tentou uma moção de censura, tendo levado do PS a resposta: vocês com uma moção de censura é que, aliando-se à direita, derrubaram no ano passado o governo que estava e puseram este em funções, portanto não faz sentido.

Também não faz sentido apresentar moções de censura sem nenhuma alternativa consistente, acho que isso os portugueses já perceberam. Mesmo que a maioria dos portugueses esteja em desacordo com a actuação deste governo, eles sabem que mudar de governo não é a solução, se não houver uma alternativa. E ninguém até agora apresentou alternativas. Apresentam-se críticas, o PCP não tem nenhuma alternativa.

Em relação ao que o ministro das Finanças disse hoje, que não haverá medidas de austeridade adicionais mas estão previstas no memorando do acordo com a troika, se for necessário, o problema é que os dados da execução orçamental relativos aos cinco primeiros meses deste ano revelam que faltam 2 mil milhões de euros. Se as coisas continuarem assim até ao final do ano, o governo vai ter que inventar 2 mil milhões de euros e já não há mais fundos de pensões de bancários para ir buscar.

O que é que há? O 13º mês ao sector privado, novos impostos, não se percebe muito bem como, ou outras medidas de austeridade.
Porque aquilo que tem de acontecer ainda não começou a acontecer: o número de câmaras não vai diminuir em nada, o número de empresas municipais ou públicas também não, o número de fundações privadas que o Estado financia, ou de fundações públicas, também não. Quer dizer, o grosso dos cortes na administração central ou local não está a acontecer e nós estamos a ir lá só pelo caminho da receita."


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