segunda-feira, 28 de junho de 2010


JCG
‘As empresas devem ser compradas por quem as conseguir gerir melhor’?

Incluindo destruí-las, desmembrá-las, desactivá-las, destruir núcleos de conhecimento nacional especializado existente nessas empresas (o que significa desqualificar e empobrecer o país a prazo; destruir emprego qualificado em Portugal, porque as tarefas qualificadas antes exercidas em Portugal são transferidas para outro país, etc.), porque podem ser todas ou algumas destas acções que correspondem ao conceito de melhor gestão na óptica do comprador (exemplos de tal natureza não faltam por aí).
Bava não é o primeiro figurão nacional a produzir tal raciocínio; até o às vezes de esquerda Silva Lopes já o vi dizer a mesma coisa. Suponho que subjacente a tal pensamento estará o conceito de que o que é bom para as multinacionais e para o capitalismo selvagem é bom para os povos e para as nações. Ora, na minha modesta opinião, embarcar em tal raciocínio não abona muito a favor da inteligência e da responsabilidade social de quem o faz, porque a realidade tem demonstrado suficientemente, e em especial nos últimos 2 ou 3 anos, que essa convergência de interesses só existirá no mundo virtual da mão invisível.
É claro que estes figurões falam na posição de alguém que já se apoderou de uma fatia avultada de riqueza, criada por muitos outros, que lhes permite terem fundo de maneio suficiente para lhes proteger os traseiros até ao fim da vida. Os outros que se lixem se, e quando, vier a borrasca.


1 comentário:

  1. "É claro que estes figurões falam na posição de alguém que já se apoderou de uma fatia avultada de riqueza, criada por muitos outros, que lhes permite terem fundo de maneio suficiente para lhes proteger os traseiros até ao fim da vida. Os outros que se lixem, se e quando vier a borrasca." - POIS, O PROBLEMA DA DESIGUALDADE NO MUNDO É MESMO ESSE!!!!!!!

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