quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O ataque ao jornal francês Charlie Hebdo


A sede do semanário satírico Charlie Hebdo, em Paris, foi alvo de um ataque terrorista, havendo 12 mortos, entre os quais se contam o director e caricaturista Charb e outros jornalistas do grupo de fundadores, e dois polícias.

A reconstituição dos acontecimentos deste dia trágico, passo a passo, com base numa infografia do BFMTV, testemunhos e vídeos (actualizados):

Pelas 11:20, um Citroën C3 preto com vidros fumados parou junto da sede do jornal satírico Charlie Hebdo, localizado na Rue Nicolas Appert, no 11.º bairro de Paris. Dois homens com a cara coberta saíram do carro e entraram no número 6 do edifício, onde estão os arquivos do jornal.

Apercebendo-se do engano, seguiram para o número 10. Ameaçada, uma jornalista que ia a entrar digitou o código de acesso. De imediato iniciaram o massacre, matando o recepcionista. Depois subiram ao primeiro andar, entraram na sala onde decorria a reunião semanal da equipa do jornal, e mataram oito jornalistas — entre os quais os quatro caricaturistas famosos Wolinski, Cabu, Charb, Tignous —, o polícia encarregado da protecção do director Charb e um visitante.
Testemunhas dizem que os dois encapuzados saíram do jornal a gritar "Allahu Akbar! Le prophète est vengé!" (Deus é grande! Vingámos o profeta!). Já na rua ainda dispararam alguns tiros. Depois recarregaram as Kalashnikov, entraram no carro e viraram à direita para a Allée Verte.

07/01/2015 - 12:24


13/01/2015 - 19:14


Sede do semanário satírico Charlie Hebdo na Rue Nicolas Appert, em Paris, onde ocorreu o massacre.
AFP/Philippe Dupeyrat


REUTERS/Philippe Wojazer

Na Allée Verte, que é um beco estreito, depararam com uma patrulha da polícia. Saíram do carro e abriram fogo. O carro patrulha recuou.


AFP/Anne Gelbard

Chegados finalmente ao Boulevard Richard Lenoir, saíram novamente do carro e alvejaram o carro patrulha, tendo ferido um dos polícias que depois mataram a sangue frio, indiferentes ao seu pedido de clemência. No momento da fuga gritaram: "Eh! On a vengé le prophète Mohammed! On a tué le Charlie Hebdo!" (Eh! Vingámos o profeta Maomé! Matámos o Charlie Hebdo!) Este confronto ficou registado em imagens que chocaram o mundo:


AFP


REUTERS


BFMTV 07/01/2015 - 13:38
Foi cortado o instante da execução do polícia Ahmed Merabet. Video integral aqui.

Na Rue de Meaux, no 9.º bairro, os dois homens abandonaram o carro em que seguiam e roubaram um Renault Clio cinzento. Antes de fugirem, informaram o condutor: "Se os jornalistas te fizerem perguntas, só tens de dizer que é a Al-Qaeda do Iémen."
A polícia perdeu-lhes o rasto em Pantin, um subúrbio no nordeste de Paris. Atrás deles deixaram 12 mortos.

Algumas horas mais tarde, a polícia difundiu o nome de três suspeitos: os irmãos Cherif e Saïd Kouachi, de 32 e 34 anos, e Hamyd Mourad de 18 anos.


*

Os caricaturistas mais conhecidos...


Wolinski
REUTERS/Vincent Kessler


Cabu
AFP/Joel Saget


Tignous
AFP/Alexander Klein


Charb, caricaturista e director
AFP/Francois Guillot


...e os seus últimos cartoons:








O cartoon de Charb foi premonitório.


Após o massacre ser conhecido, caricaturistas de todo o mundo sentaram-se a uma mesa com uma caneta, lápis ou pincel na mão, para prestar homenagem aos seus ídolos perdidos:



A liberdade no lápis
Na!


O nosso 11 de Setembro
Ruben L.


Covardes
Xavier Gorce


Obsoleta
Anónimo


Nunca vencidos
Lucille Clerc

Ver outros cartoons aqui.


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