domingo, 23 de setembro de 2012

O país dos "estudos"

O preço base do iPhone nos Estados Unidos ronda os 499 dólares. A China exporta-o por 135 dólares. E destes 135 dólares, os chineses pagam 112 dólares à Coreia — pelo ecrã —, a Taiwan e ao Japão — pelos componentes e chips. Resumindo, quem mais fica a ganhar são os Estados Unidos e não quem exporta o produto, neste caso a China.
Este exemplo foi dado pelo professor Augusto Mateus para explicar o que acontece em Portugal:
"Portugal anda a fazer um pouco de China. Portugal é mais China do que pensamos", sustentou o economista, recorrendo aos dados do estudo "Exportação, valor e crescimento" que lhe foi encomendado pela Caixa Geral de Depósitos.


É na forte componente da importação dos bens exportados que reside um dos principais problemas da economia nacional pois "o que faz a competitividade de uma empresa é o que vende sem ser comprado", asseverou Mateus.


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Cansados de pagar impostos para sustentar os inúmeros estudos que, ao longo de décadas, o Estado tem encomendado sobre a economia portuguesa sem que se vislumbre qualquer benefício, os comentadores do Jornal de Negócios bateram forte e feio neste documento e no seu autor:

correcções 22 Setembro 2012 - 01:18
Pelos dados da iSuppli...
... o custo total de componentes, também conhecido por Bill Of Materials (BOM), para o iPhone 5 de 16GB é de 199 USD, acrescentando os custos de produção fica em 207 USD.
Não entendo como é que a China o pode estar a exportar a 135 USD.

Anonimo 22 Setembro 2012 - 11:18
A Verdade
(...)
Se ler, o Dr. A. Mateus diz que o preço de venda é de 499 dólares, o que não se compara com os 649 dólares do iPhone 5. Logo estará a referir-se, no exemplo apontado, a um modelo anterior e não ao actual.
Mas o que interessa não é o modelo Apple em causa, mas sim esta questão das exportações de importações. E aqui o diagnóstico foi na "mouche". O nosso principal problema, enquanto povo, é sermos comerciantes e não empreendedores. Infelizmente.
Finalmente, e para todos os que criticam tão ferozmente os economistas, lembro que a Economia é a única ciência que não dispõe de um laboratório para testar as suas teses/experiências, etc.
Nota: não sou economista.

Micas 22 Setembro 2012 - 12:56
Exportar o quê?
O nosso problema é que em Portugal não há lugar para Steve Jobs. Se o homem tivesse nascido por aqui nunca passaria de pirata informático. Este país é um paraíso é para os Catrogas.

Anonimo 22 Setembro 2012 - 13:09
Reconfortante
Os velhos compagnons de route do grande desastre económico nacional continuam a estudar a matéria.

homemdoleme 22 Setembro 2012 - 13:14
Que parvoíce pegada
O que importa nas exportações ou nas vendas é que se compre bem e se venda melhor. Como fazem os americanos que "compram" o iPhone produzido na China e o exportam para todo o mundo.
Não percebo esta obsessão de querer simplificar tudo a um tipo de negócio/empresa. A combinação de vários tipos de modelo de negócios e tipos de empresas e apoio às empresas (baixos impostos, desburocratização, etc) é que leva ao sucesso. Pelo contrário, Augusto Mateus faz processos de candidaturas a subsídios da UE, o que são processos inversos, subjectivos e, nalguns casos, algo corruptos.

oam 22 Setembro 2012 - 15:14
Mais estudos milionários!
A Caixa está falida e cobre o buraco com dinheiro vindo do BCE que depois os portugueses, não a Caixa, paga com juros usurários. E, no entanto, o regabofe dos estudos milionários continua!
Já agora, quando é que o adiantado mental Augusto Mateus devolve o que ganhou com o seu famoso estudo que conduziu ao aeromoscas de Beja? Já que não pede desculpa, então devolva o dinheiro!

Creek 22 Setembro 2012 - 18:39
"Portugal é mais China do que pensamos"
Quem alguma vez trabalhou numa indústria multinacional, em Portugal, sabe perfeitamente que, para além da mão-de-obra, pouco mais valor acrescentado existe.
E mesmo quando há incorporação de componentes nacionais, também estes possuem matéria-prima importada.
Sempre assim foi e não vejo que mereça grandes estudos. Um país que não tem matérias-primas, nem produz equipamentos industriais, tem de se limitar à transformação e montagem. O importante é que o faça de forma competitiva.

Anonimo 23 Setembro 2012 - 10:38
USA ganham?
Sobre este artigo e a respectiva sustentação de Augusto Mateus, ficam as seguintes questões:
Quem detém a maior parte da dívida dos USA? Parece que os chineses têm uma grande parte.
Qual a economia, mesmo ganhando pouco, que tem maior taxa de crescimento e aforramento? Parece que a China tem dinheiro para usar e abusar. Não são os chineses que compram o capital das empresas em Portugal?
Em Economia aquilo que parece não é. Isto porque, por muito pouco que se ganhe ao abordar a questão pelo lado operacional, estamos a incrementar valor a quem dele precisa — o ser humano.
O grande problema actual, contra aquilo que sempre defendi, é que o capitalismo selvagem acaba por retirar ao povo para colocar nas mãos de poucos. Em Portugal existe um problema enorme. Temos excesso de intervenção do Estado, aliás é o maior cancro da Economia portuguesa, e isso compromete a competitividade e o emprego. Aqui sim, vocês políticos e economistas deveriam batalhar para alterar o status quo, mas como isso afecta a manjedoura de onde todos comem, nada fazem para inverter o ciclo. Este estudo é mais um de cartilha...

surpreso 23 Setembro 2012 - 12:26
Sabichão...
... nas suas habituais masturbações inúteis. Nem que se ganhe 5% é mais-valia, quando não há alternativas.


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