quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A declaração de Seguro


"Uma política que diminui as reformas e as pensões das pessoas que levaram uma vida a trabalhar e a trabalhar. Nunca, mas nunca serei cúmplice da política do Governo que conduz ao empobrecimento da população portuguesa. (...)
Disse e repito: assim não. Decidi que o PS deve votar contra o Orçamento de Estado e vou apresentar essa proposta à Comissão Política nacional do PS.

Mas não ficarei pelo voto contra. Os portugueses esperam de nós soluções para os seus problemas. (...) Uma das propostas que apresentaremos será a criação de um imposto extraordinário sobre as PPP. Independentemente do voto contra no Orçamento do Estado, quero ser muito claro quanto à Taxa Social Única: tudo faremos para impedir para que o Governo retire dinheiro aos trabalhadores para dar às empresas.
O aumento da TSU aos trabalhadores em 7 pontos percentuais retira mais que um salário por ano. É uma decisão que nos indigna profundamente", afirmou o secretário-geral do PS nesta declaração, sem direito a perguntas e feita com recurso a teleponto:



"Esta não é uma medida qualquer. A sua natureza quebra o contrato social que está para além de qualquer Orçamento do Estado. (...) Há uma linha que separa a austeridade da imoralidade e essa linha foi ultrapassada. Ou o primeiro-ministro recua e retira a proposta ou então o PS tomará todas as iniciativas constitucionais à sua disposição para impedir a sua entrada em vigor. Se para tal for necessário, e em nome da indignação que esta gritante injustiça está a gerar no seio dos portugueses, o PS apresentará uma Moção de Censura ao Governo.

A opção é do primeiro-ministro. Está nas suas mãos evitar um brutal sacrifício sobre os trabalhadores. Uma medida indigna, inútil e reveladora de uma profunda insensibilidade em relação às pessoas. Sinto bem a indignação dos portugueses e a ausência de uma perspectiva de futuro. E compreensível perante a incompetência e experimentalismo do primeiro-ministro que governa sem rumo e distante dos portugueses.

Há outro caminho. Difícil, exigente que concilia o rigor orçamental com o crescimento económico e o emprego.
"

*

Que caminho? O que foi seguido pelos governos socialistas de José Sócrates e que subiram a dívida pública de 85 para 170 mil milhões de euros em seis anos, com um crescimento nulo da economia?
Isto também foi uma imoralidade e, pelo seu silêncio, teve a cumplicidade de António José Seguro.

Quanto ao imposto sobre as PPP, concordamos absolutamente. O que lamentamos, novamente, foi o silêncio de Seguro quando o seu camarada Sócrates assinou os contratos.

Se recordarmos que o corte das pensões entre 3,5 e 10% era a principal medida do célebre PEC4, as lágrimas de crocodilo que agora chora pelos pensionistas da fustigada classe média revelam um demagogo.

Na oposição, temos o PS do lado das classes baixa e média e, no governo, do lado da elite financeira. Como sempre.


Ver aqui as reacções do eleitorado.


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