segunda-feira, 9 de julho de 2012

A oportunidade de reorganizar o ensino superior universitário


Instado pelos jornalistas a comentar a pseudo-licenciatura de Miguel Relvas na universidade Lusófona, o ministro Nuno Crato comprometeu-se a rever o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) — Lei 62/2007 —, ou seja, "aquilo que é normal" cinco anos depois da sua entrada em vigor.


No entanto, o ministro pode ir muito mais longe:

Eça de Queiroz
09 Julho 2012 - 21:05
Rever o Estatuto Jurídico é um começo, mas muito tímido e insuficiente. É fulcral levantar um processo de averiguações sério e independente para averiguar o que se passa nas Universidades Privadas.

O que veio a público, é uma pequena parte do que se passa nas Universidades Privadas e é muito mais do que suficiente para encerrar todas elas.

O Ministro Nuno Crato começou bem o seu mandato, mas é nesta situação difícil que ele pode provar que está à altura dos tempos e das necessidades de rigor no ensino em Portugal.

O Ministro Nuno Crato não se pode esquecer que o Ministro Mariano Gago foi de longe o melhor Ministro dos Governos Socialistas em que participou. A fasquia está muito alta. O Ministro Mariano Gago não cedia a pressões de ninguém. Era ele que decidia o que se fazia na área da Ciência e do Ensino Superior. O Ministro Mariano Gago não hesitou um único segundo em mandar abrir um processo de averiguações contra a Universidade Independente que conduziu ao seu encerramento compulsivo. Mesmo sabendo que o Primeiro Ministro se tinha licenciado nessa Universidade.

O Ministro Nuno Crato, se não quer baixar os padrões estabelecidos pelo Ministro Mariano Gago e não quiser envergonhar a comunidade científica Portuguesa, tem que ser rigoroso e seguir os mesmos passos que o Ministro Mariano Gago seguiu. Se hesitar cairá em desgraça e perderá o respeito de toda a comunidade científica Portuguesa e Internacional com quem terá de conviver o resto da vida quando deixar de ser Ministro.

A opção do Ministro Nuno Crato é muito fácil. Trata-se de escolher causar algum mal estar em 1 ou 2 membros fraudulentos do Governo ou causar um mal estar generalisado em toda a comunidade científica Portuguesa e a consequente total perda de respeito de toda a comunidade científica nacional e internacional. A escolha é fácil.


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