Vai decorrer na cidade do Porto um encontro internacional de Matemática que reune cerca de mil professores e investigadores.
O encontro internacional de Matemática do Porto tem início às 17 horas desta quarta-feira, prolongando-se até sábado, e o programa inclui três oradores portugueses: Rui Loja Fernandes, que já ensinou no IST e actualmente trabalha na Universidade de Illinois, Irene Fonseca, professora da Universidade de Carnegie Mellon, e André Neves, do Imperial College, Londres, que em 2011 foi o primeiro matemático português a receber do Conselho Europeu de Investigação uma bolsa de mais de um milhão de euros.
O gabinete de imprensa da Universidade do Porto (UP) destaca que este encontro foi organizado pela Sociedade Americana de Matemática (AMS), pela Sociedade Europeia de Matemática (EMS) e pela Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), sendo a primeira reunião conjunta destas sociedades de Matemática. Haverá sessões na Faculdade de Ciências da UP, no Seminário do Vilar e na Casa da Música.
Para o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, que é também matemático e será um dos oradores da cerimónia de abertura, o encontro, “tendo mais de mil participantes, testemunha a vitalidade e a internacionalização da investigação matemática no nosso país e mostra a capacidade da Sociedade Portuguesa de Matemática e dos centros de matemática portugueses para reunir matemáticos europeus e norte-americanos na troca e debate de resultados de investigação”.
O que é que as obras do escritor Jorge Luis Borges, do pintor Salvador Dalí ou do compositor Olivier Messiaen têm a ver com Matemática?
A resposta será dada, a partir das 21 horas na Casa da Música, pelo professor da Universidade de Oxford, Marcus du Sautoy, na conferência Os Matemáticos Secretos integrada no encontro e destinada ao grande público.
Sautoy pensa que “de forma subconsciente, os artistas esboçam as mesmas estruturas que fascinam os matemáticos”. Por exemplo, a forma do Universo é similar à da biblioteca assim descrita por Borges: “A Biblioteca é ilimitada e periódica. Se um eterno viajante a atravessasse em qualquer direcção, comprovaria ao fim dos séculos que os mesmos volumes se repetem na mesma desordem (que, reiterada, seria uma ordem: a Ordem)”.
Salvador Dalí, La Cara de la Guerra (A Face da Guerra), 1940. Óleo sobre tela, 100 cm × 79 cm. Museum Boijmans Van Beuningen, Roterdão, Países Baixos. É um fractal.
Salvador Dalí, El sagrament de l'Últim Sopar (O Sacramento da Última Ceia), 1955. Óleo sobre tela, 268 cm × 167 cm. National Gallery of Art, Washington, Estados Unidos da América. A ceia decorre no interior de um dodecaedro.
Para Sautoy, que considera a Matemática como a ligação entre a ciência e a arte, Borges, com a sua Biblioteca de Babel, Dalí, com as obras O Sacramento da Última Ceia ou A Face da Guerra, e Messiaen com o seu Quarteto para o Fim do Tempo, composto no campo de concentração de Gorlitz, são matemáticos secretos.
Logo após a conferência de Sautoy, realizar-se-á um concerto pela Orquestra Clássica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
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Descendo do público adulto para o infantil, este excerto do filme Frozen dos estúdios de animação da Disney induz as simetrias radiais ou os fenómenos periódicos na mente dos mais pequenos:
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