quarta-feira, 12 de junho de 2013

Mãe de aluna agride professora na Escola Secundária Filipa de Vilhena


Uma professora da Escola Secundária Filipa de Vilhena, no Porto, foi agredida esta manhã pela mãe de uma aluna do 7º ano.

A adolescente está internada no hospital psiquiátrico Magalhães Lemos, depois de se ter tentado suicidar, e a mãe terá imputado à docente a responsabilidade pelos problemas psicológicos da filha.

A Directora da escola, Lurdes Ruivo, disse que “Tem sido uma odisseia muito grande, desde o início do ano lectivo”, recusando adiantar mais pormenores sobre o sucedido, porque “as autoridades estão a investigar o que se passou”.
No entanto, acrescentou esperar que “sejam tomadas as medidas necessárias para que, num sítio público como é uma escola, não voltem a ocorrer episódios deste tipo”.


Recordemos algumas regras básicas de organização de uma escola. Para além dos serviços administrativos, os encarregados de educação só podem falar com o Director de Turma (DT), no horário de atendimento constante do horário deste, e na sala de atendimento dos Directores de Turma para onde são conduzidos por um(a) assistente operacional. Se o DT estiver ausente, poderão ser recebidos pela Direcção da escola.

As agressões ocorreram dentro de uma sala de aula, pelo que ocorre-nos uma sequência de perguntas sobre a organização desta escola:

  • Como conseguiu a mãe da aluna passar pela portaria da escola sem indicar o objectivo da sua visita ao assistente operacional que aí presta serviço? Se havia uma odisseia, esse funcionário público devia ter directivas claras sobre o procedimento em casos problemáticos.
  • Como conseguiu a mãe da aluna passar pela recepção da escola sem indicar o objectivo da sua visita ao assistente operacional que aí presta serviço?
  • Como conseguiu a mãe da aluna saber onde estava localizada uma determinada sala de aula? Saber o número da sala não permite saber onde essa sala está localizada no edifício da escola.
  • Como conseguiu a mãe da aluna passar pela assistente operacional de apoio ao conjunto de salas de aula, numa das quais se encontrava a docente agredida, sem ser interpelada por essa funcionária pública?

Quando a função pública faz greve, os directores das escolas mandam encerrar imediatamente os estabelecimentos de ensino se não houver um número de assistentes suficientes para ocupar estes lugares. Ora a escola estava a funcionar, portanto temos de concluir que os funcionários se apresentaram ao serviço.

Os directores das escolas querem receber suplementos remuneratórios como gestores, estão sempre a reivindicar maior autonomia ao Ministério da Educação e Ciência, e depois não são capazes de aplicar as mais elementares regras de gestão?

Deram os directores das escolas instruções aos directores de turma para que fosse explicado aos alunos, e respectivos encarregados de educação, o Estatuto do Aluno e Ética Escolar que devolve a autoridade aos professores, dentro e fora da sala de aula, no exercício das suas funções?

Senhora Directora Lurdes Ruivo, são os docentes da Escola Secundária Filipa de Vilhena que esperam que senhora tome as medidas necessárias para que, num sítio público como é uma escola, não voltem a ocorrer episódios deste tipo.


Quanto ao comportamento da mãe da adolescente, este comentário à notícia diz tudo:

Anónimo 12/06/2013 18:08
Esta ideia jacobina iniciada há já alguns anos de permitir que os pais se intrometam no regular funcionamento das escolas dá nisto! Sempre fui contra, e cada vez sou mais, que os pais se achem no direito de se intrometer naquilo que não percebem, ou seja, na escola.
Desde quando é que um pai vai dizer ao médico que medicamentos ele deve receitar ao filho ou como deve ser realizada uma operação? Não vai porque, na maioria dos casos, não percebe nada do assunto... Então, por que se acham no direito de o fazer relativamente ao ensino quando, de igual forma, e na maioria dos casos, não percebem também nada?


Nota:

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