segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ou há acordo entre PSD, PS e CDS, ou não há dinheiro


Os parceiros europeus adiaram a oitava missão da troika, juntando-a à nona a seguir ao Verão, para apoiarem as negociações desencadeadas pelo Presidente da República, no comunicado ao País na quarta-feira dia 10 de Julho, perspectivando um compromisso de salvação nacional.
Um dos pontos deste compromisso será implicar o PS na implementação do programa de ajustamento que José Sócrates negociou com a troika CE/BCE/FMI, em Abril de 2011.

Na prática, o adiamento da missão da troika representa uma suspensão de facto da implementação do programa de ajustamento, mas de acordo com fontes europeias ouvidas pela Rádio Renascença, é um custo aceitável, se o PS voltar a apoiar o memorando de entendimento que negociou e subscreveu.

Com o pedido de adiamento da oitava avaliação ao programa de ajustamento, o Governo português terá, ainda assim, solicitado que os responsáveis da troika se deslocassem a Lisboa esta semana, conforme o primeiro-ministro Passos Coelho avançou durante o debate do Estado da Nação na Assembleia da República na última sexta-feira, mas tal pretensão terá sido recusada pelos credores internacionais.

Citando uma fonte europeia, a estação de rádio adianta que não está prevista, nem faz sentido qualquer deslocação da troika a Lisboa, se não houver um acordo entre os três partidos.

Ontem, domingo, PSD e CDS tiveram a primeira reunião de negociações com um relutante PS, para responder ao repto do Presidente da República para ser encontrado um compromisso de salvação nacional, no prazo de uma semana.

"Só se esses contactos produzirem fumo branco é que os elementos da troika podem regressar à capital portuguesa para aferir os termos do entendimento alcançado e a sua compatibilização com os compromissos internacionais assumidos pelos país", refere a Rádio Renascença.

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Se Portugal não for aprovado nas oitava e nona avaliações, a troika não transfere as correspondentes tranches do empréstimo. Se não há dinheiro, não podem ser pagas as obrigações da dívida pública e respectivos juros, a notação da República cai e a seguir caem as notações dos bancos e das empresas do sector privado. Colapsado o sector privado por causa do financiamento com altas taxas de juro, deixa de haver meios financeiros para pagar salários na função pública e pensões aos pensionistas.

Ou há acordo, ou não há dinheiro para ninguém. Candidatos a primeiro-ministro anedóticos e ministros ambiciosos, façam o favor de pôr o interesse nacional em primeiro lugar!


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