domingo, 27 de janeiro de 2013

Morreu Jaime Neves



27.01.2013 13:49


27 Jan, 2013, 21:19


Jaime Alberto Gonçalves das Neves nasceu em 1936, na freguesia de São Dinis, concelho de Vila Real, filho único de um polícia e de uma doméstica.

Completou o liceu em Vila Real com boas notas. Em 1953 chegou a inscrever-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, mas acabaria por ingressar na Escola do Exército, onde teve como colegas de curso Ramalho Eanes, Melo Antunes, Loureiro dos Santos e Almeida Bruno. A partir do segundo ano, transferiu-se para a Academia Militar, em Lisboa.

Terminado o curso, o então alferes Jaime Neves partiu para Moçambique em 1957, instalando-se em Tete com a missão de dar formação aos soldados nativos. Em Março de 1958, partiu para a Índia. Fez cinco missões de serviço em África e na Índia.

Participou na revolta militar de 25 de Abril de 1974, mas foi-se afastando à medida que o PCP e os partidos da extrema-esquerda iam controlando o movimento das forças armadas.
Aquando do golpe militar de 25 de Novembro de 1975, Jaime Neves chefiava o regimento de Comandos da Amadora, uma das unidades militares que acabou com a influência da esquerda radical militar e conduziu ao fim do PREC (Processo Revolucionário em Curso). Foi ele que liderou o ataque dos comandos ao quartel da Calçada da Ajuda, em Lisboa, e obteve a rendição das chefias da Polícia Militar.

Na reserva desde 1981, reformou-se com a patente de coronel.

Em 1995, foi agraciado pelo então presidente da República, Mário Soares, com a medalha de Grande-Oficial com palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

Em 2009, por proposta do antigo presidente da República Ramalho Eanes e do general Rocha Vieira, Jaime Neves foi promovido a major-general pelo actual presidente da República, Cavaco Silva.
Uma promoção muito contestada entre os militares pois, embora prevista no estatuto militar, nunca fora atribuída a um oficial na reforma e nenhum outro dos oficiais do 25 de Abril recebeu idêntica distinção.
O Partido Comunista também se insurgiu contra esta promoção.

Uma biografia mais pormenorizada encontra-se aqui.

Jaime Neves estava internado no Hospital Militar, na Estrela, em Lisboa, onde morreu pelas 6h da manhã, em consequência de problemas respiratórios.



Jaime Neves em 1975


Reacção da opinião pública:

Anónimo 13:53
Lá estarei a prestar a minha homenagem.
É graças a este homem que não fomos colonizados pela lógica soviética, é graças a ele que fui para a escola num país livre e democrático, foi graças a ele que pude escolher a minha vida, e pude sempre dizer o que penso, ao vivo e a cores.
Se não fosse ele, Cunhal e o resto dos vermes da extrema esquerda, como essas bestas do MFA e do Melo Antunes, tinham albanizado Portugal. Ou, pelo menos, tinham-no balcanizado, porque o Norte lutaria contra o Sul pela sua independência, e tínhamos acabado todos à paulada pouco depois de 1975.
Miguel Sousa, Lisboa.

Anónimo 14:22
Os mortos merecem sempre respeito, ainda que adversários ou mesmo inimigos.
António Silva

Anónimo 14:22
Um contra-revolucionário que nos fez o favor de acabar com o 25 de Abril — nem sei porque raios cada vez que há uma manif o povo grita 25 de Abril sempre, o 25 de Abril acabou em 1975 com este senhor e outros da sua laia —. E pela descrição — um boémio, já diz tudo — foi escolhido a dedo.
Aquela invenção que Otelo era comunista, que comunista comia criancinhas e que Portugal ia ficar país com ditadura comunista interessava a quem? 25 de Abril morreu em 1975, quem fez o 25 de Abril foi preso e os que o mataram ainda ganharam medalhas. E foi assim que a democracia funcionou por aqui. Ainda bem que as novas gerações ignoram os feitos de 1975. A história deles não é nada memorável, acabaram com o 25 de Abril.

Artur Capela 14:23
Honra e Glória aos militares que souberam servir a Pátria acima dos interesses corporativos! Eterna gratidão, meu General!

Anónimo 14:53
Uma pessoa íntegra que não procurou protagonismos idiotas. Sabia que era um militar e assim o quis ser sempre. Depois que viu a sua missão cumprida, depois de 75, voltou de uma forma discreta aos quartéis.

Anónimo 15:39
Obrigado Jaime Neves, melhor que tu só o Salazar (volta por favor!).

Anónimo 15:48
Obrigado Jaime. Deste o tiro que abateu a gaivota e que deu início ao Estado corrupto que destruiu o país. Descansa em paz.

Anónimo 17:28
"As armas e os barões assinalados", cantou o grande poeta nos Lusíadas.
Aqui está um, militar de grande prestígio, coragem e "tomates" como poucos. Não fosse ele, teríamos sido entregues aos comunistas e à Rússia no 25 Novembro 75.
É um facto que o muro nos libertaria em 1989. Mas teríamos regressado aos piores dias do Salazarismo e amargaríamos uns bons 14 anos.
Paz à sua alma, condolências à família do grande transmontano de barba rija.

Anónimo 19:49
Se não tivessem existido pessoas como Jaime Neves no percurso revolucionário pós 25 de Abril, em que estado sócio-económico se encontraria Portugal hoje?
Lembrarmo-nos que alguns meses de gonçalvismo destruiram toda a economia nacional, dá-me a ideia de que estaríamos ao nível da Roménia, Bulgária, talvez Cuba ou Coreia do Norte. Se Deus existe, que guarde a sua Alma. Grande Homem.

Anónimo 20:25
Meu General, descanse em Paz. Todos os que tiveram a honra e o privilégio de o conhecer, como Homem, como Militar, em especial no 25 de Novembro de 1975, e como Patriota, jamais o esquecerão.
VF, capitão miliciano de Artilharia, ex-Combatente, Lisboa.

Anónimo 21:29
Morreu um patriota português que é um exemplo de liderança, de disciplina e de saber manter coesa e fiel uma equipa porque soube conviver com os seus homens transmitindo-lhe confiança, respeito e, muito particularmente, espírito de solidariedade e de justiça e tudo sem quebras do respeito e obediência pela cadeia hierárquica!
É difícil de explicar como no 25 de Abril militares desmobilizados se apresentaram voluntária e espontaneamente no quartel dos comandos. É difícil de explicar, ou não, porque ex-comandos, desde o soldado ao oficial mais graduado mantêm espírito de coesão, de solidariedade e de entreajuda!

Anónimo 23:33
Se Jaime Neves fosse o militar que, após a sua morte, todos tentam enobrecer, jamais aceitaria ter sido promovido a Major-General, sem que em nada tenha contribuído para essa promoção.
Num país de generais, apenas foi mais um. Coronel Jaime Neves, era ele o único.


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