Na conferência de imprensa de Durão Barroso que antecedeu a Cimeira do G20 em Los Cabos, no México, em 18 de Junho, um jornalista canadiano, actuando como porta-voz do primeiro-ministro canadiano Stephen Harper e do presidente Obama, defendeu que "a Europa tem bastante poder de fogo financeiro — a zona euro é uma área de enorme riqueza — e que os fundos do FMI teriam melhor utilidade nos países em desenvolvimento".
Barroso retorquiu-lhe: "Esta crise não teve a sua origem na Europa, esta crise foi originada na América do Norte. E muitos dos nossos sectores financeiros foram contaminados por práticas nada ortodoxas de alguns sectores dos mercados financeiros (...) não viemos aqui para receber lições em termos de democracia ou como gerir uma economia".
Agora Barack Obama afirmou que "é tempo de garantir que todos fazem o que é necessário para estabilizar o sistema financeiro global", incitando a Europa a fazer mais para combater a crise do euro, para que "os mercados recuperem a confiança na Europa".
"Obama devia preocupar-se, sobretudo, em reduzir o défice norte-americano, que é maior do que o da Zona Euro", respondeu-lhe Wolfgang Schäuble ontem à noite na televisão pública alemã ZDF, ironizando: "As pessoas são muito lestas a dar conselhos aos outros".
A Europa começa a falar a uma só voz!
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