O Núcleo Estratégico de Investidores (NEI) divulgou ontem que, durante a negociação, apresentou uma segunda proposta de 121,6 milhões de euros pela compra do BPN, propondo um pagamento inicial de 20 milhões de euros e pagamentos semestrais de quatro anos.
O NEI é constituído por 15 empresários portugueses, entre os quais José Fernandes e Jaime Pereira dos Santos.
No documento do NEI a que a Lusa teve acesso, o grupo realça ainda que o seu projecto não previa despedimentos entre os 1580 trabalhadores, "mas sim adaptações e transformações aplicáveis às circunstâncias e à política do banco".
Como o BPN tem 76 milhões de acções, esta proposta de 121,6 milhões de euros significava que o preço por acção seria 1,60 euros.
O governo decidiu aceitar a proposta do banco BIC que pretende adquirir o capital social do BPN por apenas 40 milhões de euros, comprometendo-se fazer um depósito de caução de 10 milhões de euros, dentro de alguns dias, e pagar o remanescente na data da transmissão das acções, que se prevê ocorrer em 2012.
O BIC assume uma responsabilidade contratual de um mínimo de 750 trabalhadores e, no período de cento e vinte dias subsequente à transmissão das acções, vai proceder a uma reestruturação da rede comercial do BPN, encerrando algumas agências e despedindo os trabalhadores afectos a essas agências ou centros de empresas, e o Estado suportará os custos associados à indemnização dos trabalhadores despedidos.
Mira Amaral, CEO do BIC, ainda exige que o rácio entre créditos e depósitos seja 120% o que obriga o Estado a transferir mais activos, de valor superior a 1 milhar de milhão de euros, para o ‘bad bank’, criado no ano passado para receber os activos com imparidades do BPN.
Recorde-se que a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, afirmou na audição de quarta-feira na comissão do Orçamento e Finanças do parlamento que a proposta do NEI era de 106,4 milhões de euros, tendo-se enganado por duas vezes, e pretendia pagar 5 milhões de euros até final do ano e o restante ao longo de seis anos.
Uma vergonha.
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