Quanto mais trilhar esta senda, maior será o descrédito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Sobre os referenciais de ética de Machete ou de Cavaco Silva, que o foi desenterrar à SLN para ministro dos Negócios Estrangeiros, estamos conversados.
O Banco de Portugal, para quem as autoridades europeias remeteram a decisão sobre a compra de uma posição accionista relevante no Banif por uma empresa estatal da Guiné Equatorial (ex-Guiné espanhola), deverá lavar as mãos como Pilatos.
Todos se vão vender. Não podíamos estar mais de acordo com este editorial do Público, curto e incisivo como o assunto requer:
"A CPLP na hora da vergonha
DIRECÇÃO EDITORIAL 21/02/2014 - 00:09
Oitavo governante mais rico do mundo e ditador há quase 35 anos num dos países mais pobres do mundo, a Guiné Equatorial, Teodoro Obiang conseguiu finalmente o que queria: luz verde para a adesão do seu país à CPLP como membro de pleno direito. Adoptará o português como terceira língua oficial, a par do castelhano e do francês, e até instituiu há três dias uma espécie de moratória que suspende a pena de morte, sem contudo a abolir. Os ministros dos negócios estrangeiros da CPLP deixaram-se seduzir por tais “mudanças” e recomendam a sua aceitação. Em troca, Obiang ganhará cobertura para, integrado numa organização a que até pertencem Portugal e o Brasil, poder mostrar ao mundo uma face diferente da que realmente tem. Para ele, é um bom negócio. Para os que, ignorando as atrocidades e a corrupção reinante, lhe cobiçam a fortuna, é também um bom negócio. Mas para a CPLP é apenas isto: uma vergonha."
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