"A fixação de um limite pelo banco central para a compra de dívida seria um convite aos especuladores."
Declaração do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, à emissora pública Deutschlandfunk, hoje.
O apoio de Schäuble à decisão do Banco Central Europeu (BCE) de comprar ilimitadamente dívida pública dos países do euro mais vulneráveis no mercado secundário, vem pôr fim à especulação que se abateu sobre as obrigações do tesouro destes países — Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália.
Por sua vez, em entrevista ao matutino alemão Sueddeutsche Zeitung, o presidente do BCE, Mario Draghi, defendeu a decisão que anunciou na semana passada de comprar dívida pública de países do euro a cumprir programas de ajustamento no mercado secundário, para evitar a subida das yields.
Sem um tal programa de compra de dívida soberana, os países em crise da zona euro "arriscam-se a entrar num círculo vicioso, de que não conseguirão libertar-se mesmo com uma boa política económica", advertiu Draghi, acrescentando que as críticas de alguns políticos alemães, resultantes da história deste país marcada pelo receio da inflação, dificultam o seu trabalho.
Estes políticos alemães receiam também que os contribuintes germânicos tenham de suportar encargos muito elevados, se países como a Espanha ou a Itália não conseguirem financiar as suas dívidas públicas.
Para os sossegar, Draghi prontificou-se a dar esclarecimentos no parlamento alemão, se para tal for solicitado, tendo esclarecido que o BCE só comprará dívida pública de países "que cumpram condições rigorosas", assim controlando os riscos desta operação.
Nesta entrevista, Draghi apelou aos países sob resgate que não abrandem a sua política de reformas estruturais porque "ainda há muito que fazer", tendo recusado o pedido da Grécia para entregar 40 mil milhões de euros da sua dívida pública ao BCE.
A Zona Euro no bom caminho!
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