Silva Lopes assisitiu de perto às duas intervenções do FMI em Portugal, em 1977 e 1983, por isso ouçamos o seu testemunho:
"Devo dizer que, desta vez não podemos esperar os mesmos milagres, e tão rápidos como das outras vezes. Mas também digo, se os juros da dívida pública portuguesa subirem muito, não teremos outro remédio".
"(...) É possível que o FMI fizesse pressão no sentido de reforçarmos os controlos sobre a execução da despesa pública. [Este ano] tivémos de ir buscar aquela solução da PT para fingir que estávamos a compor as coisas. Mas é uma operação muito cara como foram as da Dra. Ferreira Leite quando andou a fazer uma carga de operações deste estilo, que saíram muito caras ao País. (...)
O FMI, se cá vier, obriga-nos a um controlo mais efectivo. Não acredito que depois seja possível os presidentes de câmaras ou dos governos regionais excederem os orçamentos que lhes são fixados sem levar penalidades.
(...) responsabilidades políticas são muito importantes. E não basta pensar que isto se resolve com as eleições, temos visto casos de presidentes de câmaras corruptos que são reeleitos. Portanto isto tem de se fazer através de uma autoridade, o Tribunal de Contas provavelmente, quando verifica que um determinado agente político excede o orçamento que tem de administrar, declarar a inelegibilidade dele durante vários anos. (...)
Agora o argumento do PS de que as eleições são a forma de responsabilizar os políticos não serve para nada, é uma aldrabice."
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