terça-feira, 30 de novembro de 2010

Mais uma empresa pública


Para resolver o problema das parcerias público-privadas (PPP) o governo decidiu parir mais uma empresa pública e até já a baptizou Agência para o Investimento Público e Parcerias. Segundo o decreto-lei que a cria, funcionará como uma entidade de cúpula, coordenando os projectos que estão a ser desenvolvidos pelos vários ministérios.

Como sabemos, estas 116 PPP são umas parcerias muito peculiares em que os privados contraem empréstimos para financiar certos empreendimentos, em geral, obras públicas, mas fica acordado que os lucros, se os houver, são entregues aos privados e os prejuízos são da responsabilidade do Estado.

Além desta peculiaridade, bem gravosa para as contas públicas, estas parcerias têm também o defeito de nascer como cogumelos e nem precisam de chuva. "Em plena crise, o número de empresas públicas (…) subiu de 84 para 93, o número de gestores aumentou de 407 para 448 e a verba gasta em administrações cresceu de 35M€ para 39M€", escreve Paulo Portas na sua página do Facebook.
Lembra ainda o líder do CDS: "Para estudar as PPP's descontroladas o Estado tem universidades; para as controlar têm Secretarias de Estado, direcções-gerais e até já têm empresas públicas! Mais uma empresa do Estado, não, obrigado."

Francisco Louçã, coordenador do BE, vai mais longe defendendo "uma auditoria completa a estas parcerias que têm arruinado o País.
Sabemos que Portugal está a ser assaltado com taxas de 7,5% para a dívida pública nos mercados internacionais. Então não é um assalto quando os principais bancos portugueses e os seus parceiros nos estão a cobrar já há alguns anos 12% e 13% com contratos de PPP que vão até 2040?
", perguntou Louçã.

*

Decididamente esta gentinha que nos governa já perdeu, por completo, a vergonha na cara. E começa a pesar o silêncio do Presidente da República. Vejamos a opinião dos outros:


fpessoal 30 Novembro 2010 – 10:20
O povo deve exigir...
... saber quanto vai ganhar cada gestor, os objectivos a atingir e o modelo de actuação de mais esta agência. A comunicação social tem o dever de acompanhar o desempenho deste órgão. Esperemos, para nosso bem, que os 3 gestores sejam competentes e que tenham a autonomia e a independência necessárias para fazerem um bom trabalho.

danny1williams 30 Novembro 2010
Isto é mais do mesmo, estupidez, irresponsabilidade e traficâncias a caminho
Isto é mais uma despesa e burocracia, no início, e mais uma despesa no desmantelamento, no final. E no durante é um verbo de encher, mas muito pior, é um antro de irracionalidade e irresponsabilidade económica e corrupção.
Estes elefantes brancos são um sorvedouro e, em vez de acabarem, proliferam? Então não cortes os salários à função pública! Nem faças cortes no resto. Isto é tudo para estoirar...
Maldito Cavaco que se demitiu de ser presidente, mas quer ser reeleito. E o povo, vai com ele. A culpa do estado nacional é do povo, que elege disparates e continua neles. Entramos na animalidade de 4 patas. Credibilidade zero ao país. Isto não tem viabilidade, nem como país nem como povo.
Como eu percebo os investidores internacionais, andam atrás do aval do BCE... Mas isto muda! Basta o BCE e a UE caírem no real.

jpgjpg 30 Novembro 2010 - 10:48
Big jobs for the big socratic boys
É demais... Tenho asco. Como é que Cavaco e Passos Coelho assistem a isto tudo caladinhos?

Sr.Tuga 30 Novembro 2010 - 11:20
Prova cabal da incompetência da gestão pública!
Com milhares de funcionários públicos e centenas de funcionários na DGCI, FINANÇAS E MINISTÉRIO DA ECONOMIA, não existe ninguém habilitado para "gerir" estes assuntos?
Jobs, jobs, jobs, jobs...
Mais administradores, assessores, secretárias, motoristas, viaturas topo gama, gabinetes, cartão representação, gasóleo, despesas diversas...
O tuga paga tudo!

Olisipone 30 Novembro 2010 - 14:26
Incapazes!
É, de facto, necessária uma mudança total das políticas! Pois os erros repetem-se.
Devido sobretudo aos actos de Fé. Acredita-se em soluções falhadas, e continuam a aplicar-se apesar dos danos. Defendem-se os interesses dos empresários quando se é trabalhador ou desempregado, porque se acredita que um dia se há-de ser rico. Criam-se empresas no Estado que em vez de estarem vocacionadas para o Serviço Público estão vocacionadas para o Lucro. Fala-se muito das exportações mas ninguém fala das importações.
O que falta em Portugal é ensinar as pessoas a raciocinar.
Deixem a porcaria do futebol e de Fátima! Fechem a TV à hora da telenovela! Deixem de ser do Sporting ou do Benfica! Pensem!

jdiogenes 30 Novembro 2010 - 17:53
PPP (Padrinhos, Panhonas e Políticos)
Veja onde se enquadra!
A solução é simples, embora seja difícil de aplicar. Mas estamos numa situação de excepção e é como tal que o governo tem que actuar.
Quando uma determinada empresa não consegue fazer face aos seus encargos tem que negociar e, por vezes, o credor tem que abdicar de uma parte substancial da fatia, se sequer receber algum.
Neste caso concreto até se pode alegar, e será fácil provar, que ouve aproveitamento fraudulento por uma parte e incompetência pela outra, para não adjectivar de outra forma.
E depois, com calma, sentar no mocho, obviamente com cola nas mãos, os que facilitaram o assalto ao erário público e, logicamente, os que beneficiaram de forma fraudulenta.
Uma coisa tenho certa, com o actual PR, que faz parte do sistema, não vamos lá! Por isso nas próximas eleições não o podemos deixar lá continuar. Se deixarmos…

Utrera 30 Novembro 2010 - 20:20
Falta a LPM
E depois da Fundação PPP contrata-se a LPM para fazer a comunicação e a F5C para os eventos... Entre o Paixão Martins e o Luís Bernardo, fica tudo na família PS.


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Aproveitar a guerra dólar versus euro para relançar o país


É óbvio que há uma concertação entre empresas (americanas) de rating e banca internacional da zona dólar no sentido de eliminar o euro. Também já percebemos que a estratégia passa pela criação de grandes dificuldades financeiras aos países meridionais (PIGS) ou outros da zona euro que tenham cometido erros (Irlanda).
No entanto, a existência de elevados défices e a proverbial tendência para a aldrabice na elaboração e execução orçamental destes países fragilizou-os e transformou-os em presas fáceis.

Agora, perante a inevitabilidade de um empréstimo da UE-FMI a Portugal, não adianta chorar sobre o leite derramado, há que mudar mentalidades, como a fixação lusa na cunha, no compadrio e na subsídio-dependência, para podermos diminuir drasticamente os efectivos políticos e eliminar os profissionais da política.
Pessoas incapazes de pôr os interesses do todo, da nação, à frente das conveniências mesquinhas das partes, das clientelas partidárias.
Pessoas que, com as suas ambiçõezinhas, guerrinhas, bloqueios e ostracismos, empurraram os melhores quadros para a emigração e, consequentemente, provocaram um atraso congénito no desenvolvimento do país e deixaram cair o nível de vida dos portugueses para o fundo da tabela da zona euro.

Não podemos esquecer que estamos perante um retrocesso geracional com a próxima geração a ter um nível de vida muito inferior ao dos seus progenitores.
Então, onde escolher os nossos governantes? Entre os gestores do sector privado que se tenham destacado por mérito, em fim de carreira ou já aposentados, para evitar humanas tentações.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A greve geral - II


A mão que embala o berço é mais um artigo de opinião sobre a greve geral a convocar para um saudável debate. Arquivam-se as diferentes perspectivas:


Jrcoelho 24 Novembro 2010
Incongruências
Concordo em parte com a sua opinião, mas não com a desistência.
Vejamos:
Quando faço um seguro de vida, pago periodicamente para que, numa infelicidade, a seguradora me disponibilize uma verba pré-contratada. Portugal também deveria cobrar a cada banco uma verba proporcional ao total de depósitos a prazo do mesmo para que, em caso de infelicidade, não sejam outra vez os contribuintes a pagar o que deveria ter sido pago pelos bancos.
Quanto esforço e privações se poderiam poupar com esta simples medida? E com outras de igual justeza?
Não existe execução das garantias prestadas pelo financiamento extraordinário aos bancos? Estão-lhes a ser imputados os custos deste financiamento?


Jtpacheco 24 Novembro 2010
Excelente editorial
Resta dizer que esta nossa impotência não resulta de nenhum poder malévolo e desproporcionado dos mercados: pusemo-nos a jeito. Somos devedores compulsivos, crédito-dependentes e agora queixamo-nos quando o nosso dealer diz que não nos vende fiado.
Os mercados não são uma entidade abstracta e demoníaca. São sobretudo os gestores de poupanças a decidir a quem emprestam os fundos que lhes estão confiados. Se aplicarmos as nossas economias num PPR, por exemplo, não queremos ter a certeza que os gestores desse fundo vão rentabilizá-lo emprestando a quem têm a certeza que o reembolsa e em condições proporcionais aos riscos que correm?


JCG24 Novembro2010
PSG é um jovem
Que, se já os tiver, não terá muito mais que uns 30 anitos. Pergunto-me como é que um indivíduo com essa idade é director de um jornal com a relevância que tem o que dirige. É claro que o rapaz não parece burro, mas é óbvio que não teve tempo para provar o pão que o diabo amassou. Para ter experiência, é preciso ter experimentado. E PSG, que julgo reivindicar-se como jornalista, tornou-se num opinador. E opina sobre tudo e mais alguma coisa, mas sempre com prosápia. A prosápia dos ignorantes, que pensam que sabem do que falam e, se não forem burros, só com o tempo tomarão consciência de que estavam enganados.

É claro que PSG tem um encosto ideológico: o neoliberalismo e o seu papa — os mercados. Ora era desejável que PSG, em vez de se especializar em palpites avulso, fosse mais jornalista, na acepção clássica do termo, ou seja, dar notícias, pesquisar fundamentos, mostrar os diversos ângulos de visão dos problemas.

Eu fiz greve e não foi pela simpatia e credibilidade que me merecem os dirigentes sindicais e, muito menos, por não querer trabalhar, como alguns alarves defecam, pois já trabalho há anos suficientes para serem mais anos que muitos desses alarves terão de vida.
Fazer greve é o meu pequeno contributo, é, para já, a parte que me cabe, é dizer que estou disponível para ajudar o povo, em geral, a também ter organização e, tendo-a, ter algum poder para contrabalançar e refrear o poder daqueles que acham que são donos do país e de tudo o que nele existe e que destilam, alarvemente, uma visão neo-feudal da sociedade, em que eles serão os nobres e os restantes habitantes os servos da gleba que, quem estudou alguma coisa sobre esse tempos sabe, estavam abaixo dos javalis e dos veados no conceito desses senhores.

Quando Belmiro de Azevedo, o filho do carpinteiro de Marco de Canavezes, desabafa que não vale a pena investir recursos no país e os transfere para o exterior, faz falta que algum jornalista lhe lembre como, com que trabalho e com que consumidores, é que BA se tornou num dos mais ricos entre os portugueses.
Mas compreendo que os jornalistas queiram conservar o seu empregozito.


Pjota 24 Novembro 2010
Discurso positivo precisa-se
Recorrer ao FMI nesta fase até seria uma medida de racionalidade económica. Para quê pedir emprestado a 7% se podemos ter a 5%?
Por outro lado o FMI não vem cá fazer nada que não estejamos já a fazer.
O país é o mesmo de há um ano ou dois, quando os défices eram bem menores. Entretanto não houve nenhuma hecatombe, o que há é especulação dos mercados que, depois das commodities e da bolha imobiliária, se viraram para a dívida soberana dos países.
Enquanto a UE for só monetária e nada económica, enquanto não houver determinação política a nível europeu para travar politicamente este processo, não temos dimensão nem peso internacional para fazermos grande coisa.
No entanto, há muita coisa que podemos fazer cá dentro. Em primeiro lugar devemos evitar o pessimismo e a desistência, que nunca foram bons conselheiros e, por outro lado, devemos pôr os olhos nas pequenas e médias empresas que, apesar do contexto e das dificuldades continuam a lutar todos os dias para produzir, para manter os empregos e, sempre que possível, para exportar.
Perante esta tenacidade não temos o direito de desistir. Devemos apoiar no que estiver ao nosso alcance, devemos encontrar uma atitude positiva que coloque a crise no seu devido contexto, sem ficarmos derrotados à partida. Há alguma coisa que possamos fazer? Então mãos à obra porque, se há 500 anos tivéssemos dado ouvidos aos Velhos do Restelo, nunca teríamos saído da barra do Tejo.


leonel47 24 Novembro 2010
Sem políticos profissionais
O mal é haver políticos profissionais, ou seja, gente que não produz nada e vive à nossa conta.
Os partidos deviam acabar porque actualmente não há ideologias, direita e esquerda estão a juntar-se ao centro. Ora agora és tu e depois sou eu.
Os partidos estão obsoletos, são coisa do passado porque não se renovam nem se adaptam às necessidades do povo. O que é a obediência partidária, senão uma forma de pequenas ditaduras que dominam os seus adeptos e dá lugar à aparição dos iluminados, uma classe dentro do próprio partido que determina quem entra, ou não, nesse restrito grupo?

O número de deputados devia ser reduzido, as benesses dos políticos acabarem e 2 ou 3 reformas milionárias desaparecerem. Os ladrões de milhões deviam ver confiscados todos os bens, até aqueles que foram postos em nome de terceiros, deviam pagar os prejuízos, serem presos com penas exemplares. Todos os que têm o registo criminal sujo não deviam concorrer a lugares públicos. Como se podem eleger corruptos?

As eleições deviam ser nominais, para nós vermos a cara de quem realmente nos representa e chamá-los à responsabilidade. Em que leis votam e como.
É por isso que vou votar em Fernando Nobre, porque é o único independente que já deu provas de ajuda ao próximo, que criou um organismo para dar assistência aos desgraçados que não têm nada e só por isso merece o meu voto e da minha família e somos, pelo menos, seis.
Fala-se tanto da baixa produção. Já se esqueceram de quem pagou para abater barcos de pesca e quase acabou com o sector, pagou aos agricultores para não produzirem, quantos desempregados é que isso provocou? Porque é que ninguém fala nisso, memória curta dos comentadores?
Muito fica para dizer, mas talvez noutra ocasião.
Fica o lema: acabem com os partidos políticos e com os políticos profissionais.


carlos.gaspar 24 Novembro 2010
O PSG está doente
O PSG tem acordado com suores nocturnos e medo de uma nova ordem de poderes instituídos em Portugal e na Europa. Eu cá espero somente mais do mesmo… venha quem vier.:D
Chamar a isto uma greve é uma pobre desculpa para a má organização e ignorância do conceito de greve.

Uma greve é uma forma de protesto em que o trabalhador diz, ao patrão ou estado que controla parcial ou totalmente os seus rendimentos, que está farto da exploração e decide parar de trabalhar até que sejam mudadas as condições.
Por isso, tal como aconteceu em França, as greves deveriam ser de tempo indeterminado e não de um dia como estes sindicatos pobres de espírito e enganadores dos seus associados determinaram.
A greve só termina quando uma das duas partes envolvidas, patrões/governo e trabalhadores, quebre e ceda a exigências ou se sente desmotivado e volte a trabalhar apesar da perda de regalias.

Se esta greve durasse quinze dias ouviríamos a Ministra do Trabalho, Helena André, com um discurso diferente ao de hoje, onde impera a calma, a inflexibilidade e a certeza de que amanhã tudo voltará ao normal.

Quanto aos mercados não dormirem, é verdade, pois quem anda a dormir é o PSG e todos nós. Nunca teve a curiosidade de se perguntar o porquê de no mundo só existirem 4 países que não têm dívidas e não serem esses os credores da dívida do mundo? Estamos a dar ouvidos demais aos bancos centrais e ao banco mundial, não acha? Faça contas…
Tome lá um comprimido para a insónia:





jomaneca 24 Novembro 2010 - 17:03
Não concordo, Sr. Director
Eu sou um dos que não fez greve e sente vergonha por isso. No entanto, não concordo minimamente com o seu parecer.
Já tenho gostado das suas opiniões, mas a verdade é que, quando as coisas aquecem, a sua condição social vem ao de cima.
Então o Dr. não acha que é uma das poucas maneiras, de que dispõe esta gente que fez greve, de mostrar a sua indignação? O Sr. não é leigo e sabe muito bem, embora não diga, o que está por detrás desta grande crise.


republicano 24 Novembro 2010 - 19:55
Uma vazia
As pessoas que participaram na greve deviam sentir vergonha. Querem destruir Portugal.
Dar uma facada à nação num momento em que mal nos aguentamos de pé? Enquanto outros se matam para produzir, para vos pagar os salários, vocês só querem mama?
Vão protestar porquê? Não percebem que o país está falido?


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A greve geral - I


É preciso não ferir a susceptibilidade das pessoas que vêem nesta greve geral o único meio de corrigir os erros governativos acumulados nas últimas décadas e olham o salário hoje perdido como um investimento para melhorar o seu futuro e dos seus filhos.

É preciso explicar às pessoas que interessa obter conhecimentos e não coleccionar diplomas sem valor, a não ser na função pública, que a riqueza do país só aumenta com o crescimento da produtividade e esta depende do saber e da experiência.

É preciso acabar com nepotismos e compadrios e passar a valorizar o mérito.

É preciso criar movimentos cívicos que exijam aos políticos competência e respeito por um código de ética e provoquem uma revolução dentro dos partidos políticos, se necessário obrigando-os a uma travessia do deserto.

Só com a mudança da mentalidade dos políticos se poderá transformar a mentalidade da população.



Um artigo de opinião sobre a greve publicado no JN, Em que século vive Carvalho da Silva?, decidiu bulir com a sensibilidade das pessoas, provocando uma torrente de comentários onde se focam várias facetas da questão:


jbssm 24 Novembro 2010
Produtividade ... essa palavra mágica em Portugal para se lixar o povo
Olhe lá, Sr. jornalista. Quem é que acha que é mais produtivo, um empresário têxtil Alemão, com formação, que produz 1 produto de luxo, por hora, e ganha 2000 € por mês, ou um Português, sem formação porque ninguém achou que a tinha que dar, que produz 5 produtos a preço de competição com a China, por hora, a ganhar €450 por mês? E quem é que realmente trabalha mais?
Querem produtividade? Então deixem de pagar salários míseros e dêem formação aos funcionários em vez de comprar Ferraris.


jrcoelho 24 Novembro 2010
Preso por ter cão, e preso por não ter
Se fazemos greve, não adianta nada e só empobrecemos o país.
Se não fazemos greve, somos apáticos, não nos importa o futuro do país, estamos alheios às políticas praticadas ou, pior, estamos de pleno acordo com as atrocidades praticadas pelos últimos governos.


JCG 24 Novembro 2010
Conversa de papagaio
Pelo que me tem sido dado ler e ouvir, CL não tem os instrumentos analíticos nem a experiência de vida necessária para dizer outra coisa senão esse papagueio sobre a produtividade do trabalho em Portugal.
Ainda recentemente o jornal Expresso trazia a lista das medidas preconizadas por cerca de 30 VIP’s da gestão e da administração e, como seria de esperar, não vinha lá o essencial. Pressupor o contrário seria pedir a essa gente capacidade de auto-análise e de autocrítica que são capacidades que não têm. Para eles, os culpados do mau funcionamento da economia são sempre os outros.

E quais são os pontos negros para este camponês, migrado para a cidade, que conjuga a circunstância de trabalhar há mais de 47 anos, mandado por outros, com a de ter adquirido algumas capacidades de distanciação e de análise sobre as peças em que entra e os papéis que tem representado neste teatro?
Má ou deficiente organização e gestão do trabalho. Inexistência de conceitos e práticas de gestão nas organizações, ainda que toda a gente encha a boca com expressões modernaças sobre estas coisas.
Isto muito mais que aquilo que frequentemente também se invoca, que é a baixa escolaridade (e uso este termo de propósito) dos portugueses, pois o que mais encontro são situações de trabalhadores que, tendo escolaridade universitária, são tratados, laboralmente falando e a nível de processos de organização do trabalho, como se fossem analfabetos.

E qual a causa das deficiências apontadas? Elementar: basta atentar nos processos de selecção e reprodução dos dirigentes, desde os cargos de topo até aos mais baixos.

Os sindicatos poderiam fazer alguma coisa neste domínio? Podiam, mas os sindicatos padecem dos mesmos défices organizacionais que as restantes organizações, por isso como é que podem aconselhar alguém a fazer aquilo que eles próprios não fazem e deviam fazer? Eu, por exemplo, trabalho num sector em que os dirigentes dos sindicatos se comportam como autênticos patrões, um deles até quer (e já deve ter traficado alguma coisa para o conseguir) levar a coisa à letra, ou seja, ser mesmo patrão, criar uma empresa no sector em que é dirigente sindical.

É altura de começarmos a falar mas é da baixa escolaridade e deficiente preparação dos dirigentes para as funções que exercem. É preciso denunciar os inquinados, corruptos, inadequados processos de selecção e reprodução de dirigentes.

É claro que, quanto à greve de hoje, não lhe auguro qualquer impacto. A greve é uma manobra de estratégia e as estratégias servem para prosseguir objectivos. Mas quais são os objectivos estratégicos no caso presente? Uma enorme confusão!


MPombal 24 Novembro 2010
PC e Cª a controlar
Este Sr. Carvalho é um óptimo marcador de greves. Basta que não consiga o que quer e lá vai uma greve. Desta vez foi ajudado por todos os outros sindicatos porque, só desta vez, os seus associados se sentiram ameaçados com cortes salariais. Nunca ouvi os sindicatos reclamarem para que os aumentos salariais não fossem feitos em %, situação gravosa para os que ganham menos, já que o aumento é menor, cavando sempre mais o fosso entre as classes.
Como os políticos, também estes dirigentes sindicais estariam muito melhor nas estrelas...


jbssm24 Novembro2010
"Este Sr. Carvalho é um óptimo marcador de greves"
Estranho. Tendo em conta que Portugal teve apenas 6 greves gerais em 36 anos. Acho que o seu conceito de "óptimo marcador de greves" não é muito, digamos, produtivo. Há que aumentar os padrõezinhos.


Speeding 24 Novembro 2010 - 14:51
Sugestão
Fica aqui uma sugestão às Centrais Sindicais: criem uma empresa modelo.
Criem a empresa e mostrem ao País como as empresas devem funcionar aplicando as regras e princípios que defendem.
Como o resultado será com certeza surpreendente, não faltarão seguidores. Por outro lado, mais do que "conversa", podem pôr em prática os vastíssimos conhecimentos de gestão e economia.
Fica o desafio.


Jamnf 24 Novembro 2010
E que tal ver as coisas por outro prisma?
Seria interessante fazer-se uma análise séria e profunda sobre os impactos das acções dos sindicatos em prol da defesa dos trabalhadores...
Quantas empresas são levadas a fechar depois dos sindicatos exercerem as suas reinvidicações/pressões? Sempre em defesa dos postos de trabalho, claro...
E, claro, os sindicalistas tem sempre o seu posto laboral garantido no próprio sindicato, obviamente, ao contrário da grande maioria daqueles que dizem defender. Até ao dia em que acabarem todas as empresas (utopia, não é?) e aí acaba-se a razão da sua existência...
Sindicatos, sim! Mas modernos, leais, esclarecidos e com objectivos claros e inseridos na realidade que (n)os rodeia.


pimp10 24 Novembro 2010
Outro facho que tem a mania que é Deus
Speeding:
Não é preciso ir muito longe. Basta ver as notícias dos trabalhadores que tomam para si a gestão das empresas em que trabalham e que o patrão levou à falência. E são vários casos de sucesso!

Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada
.”

Eduardo Alves da Costa, No caminho com Maiakovski, 1968


Lerinho 24 Novembro 2010
Oh Camilo,
Cada um vende o peixe que lhe dá jeito!

Como aumentar a produtividade num pais de baixos salários onde o saldo da balança comercial é crónica e sucessivamente negativo há décadas?
Se houver produtividade há consumo e se houver consumo há produtividade.
Se o saldo é negativo, se os salários são baixos e insuficientes para estimular o crescimento pelo consumo, temos de recorrer ao endividamento e neste caso estamos a aumentar a nossa dívida externa, que por sua vez vai ser paga por mais impostos!

Diga-me como aumentar a produtividade, se o grosso da mais valia que se cria é para alimentar o monstro da despesa pública?

Se não os têm.... arranje-os e nessa altura, diga aos Srs. políticos que a culpa é deles e de quem lhes dá crédito. Quanto aos sindicalistas, por mais demagogos ou palermas que sejam, só se fazem notar quando os políticos já fizeram a m*rd* toda. O resto é conversa de café. Faça um país prosperar e os sindicatos viram dinossauros... Desaparecem.


Zap 24 Novembro 2010
Acerca de produtividade e de outras larachas camilianas
Muitos invejam o nível de vida sueco, um dos mais altos do mundo, conseguido com trabalho e com massa cinzenta.
Um país com pouca população, cerca de oito milhões, que tem várias multinacionais de prestígio embora agora, na UE, a propriedade dessas empresas já não seja exclusivamente sueca. Empresas como a Volvo, a Saab, a Scania, a Electrolux, a Ericsson, a Ikea, etc.

Claro que isto não caiu do céu, antes deriva de muita ciência teórica e prática. Desde o século XVII que a Suécia tem tido cientistas e pensadores de renome mundial. Nomes como: Emanuel Swedenborg (1688-1772), o Leonardo Da Vinci sueco; Torbern O. Bergman (1735-1784) que introduziu a nomenclatura binomial dos sais e a classificação dos minerais segundo a composição química, que hoje usamos, respectivamente, na Química e na Mineralogia; Carolus Linnaeus, conhecido por Lineu (1707-1778), o pai da taxonomia dos seres vivos, expressa em latim; Anders Celsius (1701-1744), que criou a escala de temperaturas Celsius, usada internacionalmente; Olof Rudbeck (1630-1702), anatomista que descobriu o sistema linfático humano; Pehr Kalm (1716-1779), botânico e explorador; S. August Arrhenius (1859-1927), o químico que introduziu os conceitos de ácidos, bases e sais. E muitos outros cientistas, alguns prémios Nobel nascidos no século XIX e XX, mas citei alguns famosos mais antigos, para se ver que o saber sueco não é de agora, nem de nenhuma escola económica ou política moderna, mas sim de séculos.
Durante os últimos quatro séculos o país conheceu várias guerras, vários reis e vários regimes, monarquias absolutas, democracias e ditaduras. Mas sempre com desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo Alfred Nobel (1833-1896) o engenheiro químico que dá o nome aos prémios, descendente de cientistas e de industriais célebres.

E Portugal, o que fez nesses séculos que tivesse deixado marca indelével no mundo da ciência? Nada.
Portanto, meus caros, a riqueza feita com trabalho exige muito conhecimento científico e tecnológico, não é com leis, com papelada e revoluções que lá iremos. Nem com tretas de retórica e jogatina de casino. Se querem ser mais ricos e ter bem estar à moda sueca, estudem, queimem as sobrancelhas, dêem trabalho ao cérebro, descubram, investiguem, inovem, inventem, passem menos fins de semana na borga e ponham o vosso saber a produzir tecnologia e a exportá-la.
E verão que a produtividade aumentará fortemente e com ela os salários e as prestações sociais. Uma máxima para os aprendizes de gestão: produtividade é directamente proporcional à quantidade e qualidade da ciência incorporada nos bens e serviços produzidos.


ljeronim 24 Novembro 2010 - 20:21
Será séc. XXI, Portugal?
Caro Camilo, Carvalho da Silva deverá viver no séc. XXI.
No mesmo século em que, em Portugal, se retiram subsídios de maternidade e apoios sociais a quem ganha pouco mais de 600€, se aumentam os impostos sobre os rendimento baixos e médios mas se criam alterações à lei para que os quadros de topo das empresas públicas continuem a ganhar balúrdios.
No século em que sacrifícios são pedidos, mas uma familiar do primeiro-ministro e a esposa do vice-presidente do PSD entram para os quadros superiores da EPAL sem concurso público, em que um funcionário do PS, despedido por mútuo acordo, recebeu umas dezenas de milhares de euros para criar o seu posto de trabalho e, apesar de nem ter o 12º ano, é contratado como assessor de uma vereadora do PS com um vencimento acima dos 3 mil euros e ainda leva um prémio de 40 mil.
No século em que não há dinheiro para os pobres mas há para o TGV, em que o governo hipoteca o nome do País para proteger os interesses de investidores privados da PT e esta faz um negócio chorudo sem pagar um cêntimo de impostos, em que uma médica do concelho de Braga pode pedir licença sem vencimento no hospital público onde trabalhava e ir exercer medicina noutro hospital público ganhando 100€ por hora e com o seu posto de trabalho reservado (que luxo); em que juízes ainda recebem 700€ para pagar a sua casa mas os jovens nem direitos têm a ajudas no arrendamento e estudantes são postos a dormir ao relento por a CML não ter uma habitação para lhes ceder.
No século em que vereadores de algumas das principais câmaras do País, que recebem salários superiores a 3 mil euros, têm para usufruto casas pagas pelas câmaras e por aí fora. Já para não falar nos prémios chorudos de empresas públicas que têm dívidas de milhões de euros ou de entidades privadas (bancos e seguros) que já não se consideraram assim tão privadas para receberem apoios financeiros do Estado em 2009.
E você, Camilo, em que século vive?


Que venha o FMI - II


Silva Lopes assisitiu de perto às duas intervenções do FMI em Portugal, em 1977 e 1983, por isso ouçamos o seu testemunho:



"Devo dizer que, desta vez não podemos esperar os mesmos milagres, e tão rápidos como das outras vezes. Mas também digo, se os juros da dívida pública portuguesa subirem muito, não teremos outro remédio".



"(...) É possível que o FMI fizesse pressão no sentido de reforçarmos os controlos sobre a execução da despesa pública. [Este ano] tivémos de ir buscar aquela solução da PT para fingir que estávamos a compor as coisas. Mas é uma operação muito cara como foram as da Dra. Ferreira Leite quando andou a fazer uma carga de operações deste estilo, que saíram muito caras ao País. (...)
O FMI, se cá vier, obriga-nos a um controlo mais efectivo. Não acredito que depois seja possível os presidentes de câmaras ou dos governos regionais excederem os orçamentos que lhes são fixados sem levar penalidades.
(...) responsabilidades políticas são muito importantes. E não basta pensar que isto se resolve com as eleições, temos visto casos de presidentes de câmaras corruptos que são reeleitos. Portanto isto tem de se fazer através de uma autoridade, o Tribunal de Contas provavelmente, quando verifica que um determinado agente político excede o orçamento que tem de administrar, declarar a inelegibilidade dele durante vários anos. (...)
Agora o argumento do PS de que as eleições são a forma de responsabilizar os políticos não serve para nada, é uma aldrabice
."


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ainda vale a pena investir em Portugal?


Alexandre Soares dos Santos, na conferência "Ainda vale a pena investir em Portugal?":




Para investir em Portugal é preciso acima de tudo, uma vez por todas, nós, portugueses, decidirmos que sociedade queremos, para onde queremos levar o nosso país, como é que queremos viver. Não é andarmos, por um lado, a dizer precisamos do investimento privado e por outro lado andar a insultá-lo a dizer que é a culpa de todos os males que existem neste país. E acusar-nos de não pagarmos impostos (...) quando a iniciativa privada é a única que cria emprego e os escândalos não são na iniciativa privada, são noutros sítios.
(..) a iniciativa privada, em larga maioria, são empresas sérias, conscientes da sua responsabilidade, que defendem os seus accionistas e não têm escândalos entre elas.
Portanto é fundamental que de uma vez por todas decidamos se queremos uma sociedade socialista ou se queremos uma sociedade em que a iniciativa privada é aceite como alguma coisa de útil para um país e que gere riqueza.

Temos também de ter em conta o que querem os partidos políticos. Os partidos políticos em Portugal limitam-se a uma luta entre eles, não têm a mínima consciência nem o mínimo sentido de Estado, preocupam-se com os seus problemas e depois queixam-se da iniciativa privada.
(...)
Depois há a crise política que leva a uma crise financeira e económica tremenda. Isto não se resolve na Assembleia da República, não são os partidos com a sua demagogia que resolvem estes problemas e que levam a que o país se torne interessante para investir (...) O montante que se gasta em advogados é uma quantia absolutamente louca, numa administração que não está disposta a dialogar como é o caso, por exemplo, na Holanda (...) as companhias discutem com o governo os impostos que vão pagar (...). Uma vez estabelecido, é cumprido. Aqui não, ninguém sabe como as coisas se fazem. A meio do caminho, quase a chegar ao fim do ano, vêm com uma nova lei sobre as SPGS. Porquê? Estão a convidar as pessoas para ir embora.

Agora no parlamento discute-se se há, ou não há, tectos salariais para aqueles que trabalham nas empresas públicas. Acho graça uma empresa com a dimensão da Caixa Geral de Depósitos com o presidente a ganhar 5000€. O que é que isto vai fomentar? Vai fomentar a corrupção no sentido dos cartões de crédito, de facturas que não têm nada a ver com a companhia a serem aceites. Ou então uma coisa mais grave ainda, a fuga dos talentos. Eu tenho muita pena de ver um Horta Osório e um António Borges a trabalhar lá fora porque no país não têm emprego. (...)
Agora vêm-nos dizer que a iniciativa privada também não deve aumentar os salários. Porquê? Se as empresas tiverem lucros por que não hão-de repartir os lucros com aqueles que trabalham? Qual é a razão de distribuir dividendos e não dar aumentos salariais? Entretanto o senhor ministro das Finanças diz que a iniciativa privada também tem de cortar salários.


*

A ideologia socialista estilo Venezuela, ou Líbia, é perigosa. Além do miserabilismo económico focado por Soares dos Santos, há que falar no empobrecimento cultural das crianças e adolescentes.
O socialismo português, ao defender o facilitismo no ensino, ao obrigar os professores a darem excessiva importância a projectos e actividades extra-escolares, muitas a resvalarem para a área da animação cultural, como passeios e festas sociais, em detrimento da transmissão de conhecimentos e correspondente aquisição de competências, está a empobrecer culturalmente a juventude e a empurrá-la para um nível de vida muito inferior ao dos outros países europeus.


Na Suíça não há reformas de luxo



Na Suíça a Segurança Social não garante reformas de luxo: cada cidadão tem direito a uma única reforma com o limite máximo de 1700 euros. Mas os PPR são obrigatórios e quem mais ganha, mais pode poupar e de melhor situação financeira desfrutará na velhice.
Agradecemos a chamada de atenção para este vídeo a


manoelmartins 22 Novembro 2010 - 12:40
Reformas vergonhosas
Pretendo divulgar uma notícia que passou somente no canal 2.
Comparem agora o que se passa Suíça com o nosso País e digam se alguma vez a Segurança Social poderá equilibrar-se com a vergonhosa gestão que é feita.

REFORMADOS NO ACTIVO
Ora vejamos:
O nosso Presidente da República é um reformado.
O nosso candidato a Presidente da República é um reformado.
O nosso ministro das Finanças é um reformado.
O nosso anterior ministro das Finanças já era um reformado.
O ex-ministro das Finanças Ernâni Lopes, que propõe que se cortem os vencimentos dos Funcionários Públicos em 25%, é reformado do Banco de Portugal desde os 47 anos de idade.
O ministro das Obras Públicas é um reformado.
Os gestores activíssimos como o ex-ministro Mira Amaral são reformados.
O novo presidente da Galp, Murteira Nabo, é um reformado.
Entre os autarcas, há "centenas, se não milhares" de reformados, garantiu o presidente da ANMP.
O presidente do Governo Regional da Madeira é um reformado.
E assim por diante...

Digam lá qual é o país da Europa que dá tanto e tão bom emprego a reformados?


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A irrelevância da conversa fiada


A propósito deste artigo de uma doutoranda da FDUNL, uma história sobre os dois modos de olhar para a área de um triângulo:

1º Imagino uma tarefa, por exemplo, digo ao aluno para desenhar um paralelogramo numa folha de papel quadriculado e traçar uma altura do vértice para a base.
Mando recortar o triângulo que aparece e transladá-lo de forma a construir um rectângulo.
Paralelogramo inicial e rectângulo final têm a mesma área, portanto a área do paralelogramo obtém-se multiplicando a base pela altura.

Na aula seguinte mando-o desenhar outro paralelogramo e cortá-lo por uma diagonal. Ficam dois triângulos iguais e ele aprende que a área do triângulo se obtém multiplicando a base pela altura e dividindo por dois.

2º Estratégia do “eduquês”: Faço um plano com várias folhas onde enumero todas as competências que o aluno deve ter para aprender o assunto e todas as competências com que deve ficar no fim, não esquecendo de mencionar os factores humanos envolvidos nesta aprendizagem. E finalizo o trabalho explicitando as metas que se pretende que o aluno atinja e o espírito das ditas.
Na aula digo ao aluno para abrir o manual adoptado nas páginas onde se fala da área do paralelogramo e ler o que lá estiver escrito e esforço-me para que não se perca no meio da leitura.

Para a aula seguinte, idêntica trapalhada.
Passados uns dias o aluno já não se lembra de nada.


Por favor, o país está à beira da insolvência. Acabem com a conversa fiada, os planos e demais tretas e construam qualquer coisita.
Acrescente-se que o Projecto Farol não é um movimento de cidadania, é um projecto político desenvolvido por políticos de uma facção do PSD, com o apoio da Deloitte.
O artigo desencadeou uma discussão acalorada a merecer um breve arquivo:


jrcoelho 16 Novembro 2010
Apoiado
Penso que só falta realçar a importância do cidadão, como indivíduo, ser o alfa e o ómega de todas as estratégias governativas.


LuisR 16 Novembro 2010
Cara Teresa
O "cherne" da questão é que a sociedade ainda não percebeu que a Economia é uma Ciência(?) Social, como tal, toda a sua tese tem um cunho eminentemente estatístico. Ora todos nós (alguns) sabemos que a estatística é, como a Constituição, "tendencialmente" manipulável. Junte-se ao facto anterior a pobreza intelectual dos modelos matemáticos económicos assentes numa relação causa-efeito, no mínimo, sujeita a especulação, a ausência total de conhecimentos de física, química, matemática, termodinâmica, neurologia, para referir as mais importantes, e temos como resultado uns "chamados economistas". E o mais grave de tudo é o seu (deles) alheamento quase total do modelo científico. Resumindo: existem muitos teóricos (vulgo-treinadores de bancada) e muito poucos a querem meter a mão na massa. As suas palavras são uma "leve brisa", não dão para fazer vela, mas sente-se o fresquinho na cara.


migluso 16 Novembro 2010
Título perigoso
Uma nota para o título: este é o sentimento que desperta o aparecimento de regimes totalitários. A exigência, por parte do povo, de "alguém" que endireite isto.

Haverá alguma área da vida pública onde a banalização da pessoa, do indivíduo, seja tão evidente como na Justiça? Ainda ontem o debate dos candidatos à OA demonstrou isto, que o cerne da questão não é o cidadão mas o interesse corporativo. Uma vergonha.

O desígnio nacional que eu proporia: cortar metade dos tentáculos do Estado português, esse monstro que asfixia o indivíduo e a sociedade.

LuisR, nem todos os economistas partem desses modelos. Há uma escola de economia onde os mais radicais até defendem o fim dos institutos de estatística. Essa escola de economia diz que o melhor que um governante tem a fazer é não fazer nada, pois ao fazer a probabilidade de agravar o problema em vez de o resolver é muito elevada.

Infelizmente, não se estuda essa escola de economia nas nossas universidades. Conheço alguns professores que são "austríacos", e que sabem que o pressuposto em que assenta toda a teoria económica, isto é, "que toda a informação está dada", é um pressuposto errado e que, logo, todos os modelos e teorias que assentam neste pressuposto terão obrigatoriamente que estar erradas.


gfalmeida 16 Novembro 2010
É mesmo um anjinho
A autora não deve ter que fazer ao dinheiro para usar palavras caras, jesus é preciso usar um dicionário para ler um artigo destes, e para chegar ao fim e ...? E nada.

Vejamos: "As reformas das estruturas valem sobretudo pelo espírito que as anima. Toda actuação e toda a reforma deve, assim, resultar de um sistema integrado de esforços, devidamente planeados e reconhecidos (…)"

Ui... Mas alguma vez alguma reforma foi planeada? Surgem sempre de forma espontânea e quando menos se espera, “sôtôra”. Deixe lá os livros de filosofia e pegue nos de história.


Lerinho 16 Novembro 2010
Enquanto ...
... cada cidadão não for capaz de enxergar, assumir, pensar e levar à prática a necessidade de relativizar em absoluto a sua própria existência, com o fim único de ser autónomo e emancipado nas suas ideias e acções, convicto de que, com políticos ou sem eles, levará em frente e até ao fim a sua realização pessoal, nada feito!
Ninguém pode salvar ninguém, excepto cada um começar por salvar-se a si próprio. Este esforço é solitário e não tem nada a ver com o "salve-se quem puder". Tem a ver com um tipo de sociedade que muitos nem sequer sabem que podem almejar construir e viver, mesmo que lhes fosse dada uma segunda oportunidade de voltarem ao planeta. Tenho dito.


Joaoratao 16 Novembro 2010
O título prometia...
De onde aparece esta encomenda? É que o artigo não é fraco, é mesmo fraquíssimo!
Será que esta Senhora pertence ao partido e tirou o curso ao domingo?
Parece uma intelectual vinda das berças a armar ao pingarelho.
Como leitor assíduo do JN estou desiludido... Como é possível publicarem esta treta, poupem-nos e mandem a "autora" de volta às berças.


migluso 17 Novembro 2010 - 00:26
Sejam cavalheiros...
Pode-se não perceber e pode-se discordar, mas pelo facto de ser uma senhora deveria haver mais respeito nos comentários.

Do meu ponto de vista, a autora pretendeu exprimir a necessidade de se criar um desígnio nacional, algo que unisse o povo em torno de um objectivo comum.

Infelizmente, discordo com a receita sugerida para atingir tal fim — a planificação.

A nossa sociedade precisa de cimentar princípios fundamentais. Temos muitas leis, mas de princípios somos pobres.
Não são necessárias mais leis nem planos. Antes pelo contrário, é necessário reduzir a quantidade de leis e torná-las transparentes e simples.

O contrato social que a autora refere não deve, assim, assentar em planos minuciosamente desenhados nos gabinetes que depois serão transformados em desígnios nacionais através da propaganda.
O contrato social deve passar por o Estado permitir que 10 milhões de planos individuais floresçam, em vez de ser entrave e impedimento.


pedrobelo1963 17 Novembro 2010 - 08:26
Recuperação difícil
Migluso, parabéns por tentar defender, em parte, o que é indefensável! Não se trata de ser cavalheiro, pois não é pelo facto de ser mulher que temos que dar desconto e aceitar o que é mau… Igualdade de direitos.
Leia com atenção todos os comentários.
Para mim passou-se o seguinte: a foto da Sra pode ser apelativa, por isso as pessoas leram o artigo. A maior parte das que exprimiram opinião foi por acharem o artigo péssimo, os outros são certamente amigos ou a própria (com outra identidade).
O país atravessa várias crises: políticas, valores, mérito, económicas
Esta Sra representa o pior do país, aqueles que falam, falam (teóricos) e não dizem nada e, pior, utilizam palavras caras para se promoverem à custa dos incautos, no fim de se ler não se retira nada (um vazio cósmico), um tipo de postura que está gasto, necessitamos de gente produtiva que crie valor.
Gostava de saber qual o seu mérito pessoal: carreira académica (algo de relevante para o país) e o que fez na vida (onde trabalhou, se é que tem experiência na economia real), se no mínimo plantou uma árvore (um projecto de vida). Gente que trabalhe, que o país agradece, e que não seja mais uma que nada faz e pensa que sabe de tudo, infelizmente no final cria ruído e lixo (poluição)…
Conselho à autora: mude de foto para não suscitar a curiosidade de lerem o que escreve, talvez consiga sobreviver desta forma. Senão, faça como as pessoas de valor: ajude Portugal trabalhando!


migluso 17 Novembro 2010 - 12:12
Para finalizar...
Acusam a autora de "falar caro", de apresentar apenas conversa fiada, de não ter CV.

Honestamente, acho todas estas críticas injustas.
O texto é de leitura acessível, com espaço limitado pelo Jornal e os CV constroem-se ao longo da vida.

Como disse, discordo da autora porque acredito que o desenvolvimento da nação surge espontaneamente da sociedade sem a necessidade de arquitectar desígnios nacionais. Basta que a sociedade se liberte dos tentáculos do Estado e dos parasitas que dele se alimentam.
O desígnio nacional deveria ser esse. Mas o povo não quer. Tem medo. O povo português vive na ilusão da protecção estatal, sem discernir que essa falsa protecção exige um Estado tentacular que aprisiona o indivíduo. A teia de leis é um bom exemplo disso.

Se lerem este documento, concordarão com algumas das ideias defendidas pelos autores do texto.
Eles, na minha opinião, identificam correctamente muitos problemas que afectam Portugal. No entanto, não são capazes de propor soluções de princípio e deixar o resto ao cuidado da sociedade civil, antes deixando brechas para intervenção estatal discricionária e à medida, o mesmo é dizer, deixar ao critério dos políticos o benefício de uns em prejuízo de outros.

São propostos passos no sentido certo, mas devemos ir mais longe, como por exemplo, exigir a criação de um mecanismo constitucional que garanta o cumprimento dos programas eleitorais.


Directo 17 Novembro 2010 - 12:54
Se a amostra (os comentários) é desta qualidade...
Se leitores de um jornal especializado e de formato electrónico, como este, produzem comentários com aqueles aqui em maioria deixados, poder-se-á facilmente perceber o grau de "compreensão" da maioria da população deste País quando confrontados com textos escritos!
Eles retratam fielmente um estrato da população que poderia ser considerada da mais letrada e evoluída do País! E se o resultado é o que se vê...
Afinal, e descontando os laivos de algum machismo alarve, o resto revela uma ignorância patética! Eles representam a explicação mais cabal da razão do nosso atraso como País. Simplesmente não são capazes de fazer por falta de perceber. E, ironicamente, frustram a afirmação da autora quando no artigo diz: "Toda a obra a executar exige a cooperação de todos os que dela vão beneficiar" Sim, em princípio devia ser assim. Mas, no fim, depende do que se quer fazer e da qualidade e capacidade daqueles chamados a cooperar. Pois, no fim, devemos talhar a "obra à medida do pano" e a julgar pela amostra do "material disponível" a "obra" não pode ser muito diferente daquela que no País temos à vista.
Afinal a intenção aparente da autora, pelo menos na parte inicial do artigo, era chamar a atenção para a necessidade de não ficarmos somente pelos planos ou pelas estruturas, por mais importantes ou vitais que eles sejam, mas também prestar atenção e incorporar a participação dos cidadãos. Intenção meritória, só que é exactamente aqui que a "porca torce o rabo". Estamos em Portugal e quando toca a tomar decisões todos sabemos como é. Não é por acaso que temos a quantidade de partidos políticos que temos ou mesmo o ditado "cada cabeça, a sua sentença" e, a julgar pelas amostras, nem com o FMI vamos lá.


pedrobelo1963 17 Novembro 2010 - 19:20
A matilha (directo/migluso)
O assunto não merece que se perca mais tempo, pela importância que tem, mas necessita de clarificação.
Como dito anteriormente, vêm por fim os amiguinhos "maçons" em defesa do Anjo que não "assentou os pés na terra, por viver no éter".
Abram alas para os "superiores" que estão acima de todos, são uns iluminados (por um fraco Farol) que entendem de tudo, tudo menos de trabalho, por dar muito trabalho. Gostava de saber qual a ocupação destes defensores, devem ser certamente "farinha do mesmo saco". Os mesmos acham que quem não concorda não tem nível para conversa tão elevada. Na verdade devem de estar esquecidos que vivemos em democracia.
E "gente" como esta é que contribuiu para a inevitável vinda do FMI, que felizmente irá acabar com o vosso tacho.
Deixem as trevas, deixem de ser guiados pela luz intermitente do Farol, trabalhem às claras e produzam riqueza, o mundo esta cheio de ideias para não fazer nada.


Urge um governo de iniciativa presidencial II


Não me surpreendeu a entrevista de Luís Amado, que mais não é que uma tentativa de permitir a sobrevivência do governo distribuindo umas prebendas pelo maior partido da oposição.

"Luís Amado é dos poucos que ainda dizem que o caminho mais curto entre dois pontos é um segmento de recta. A entrevista do fim-de-semana ao "Expresso" é um fôlego de lucidez no meio desta garotice. O ministro dos Negócios Estrangeiros diz o que nem os seus querem ouvir, mas que deveríamos querer nós: que o País precisa de acordo político urgente e o mais rápido é havê-lo sem eleições; diz que de outra forma seremos intervencionados e corremos o risco de exclusão do euro; diz que a nossa situação política é aberrante. Tirando a fra(n)queza de dizer-se saturado de governar, tudo deve ser sublinhado. Está tudo certo. Só há uma coisa estranha nesta entrevista: que não tenha sido o Presidente da República a dá-la. Porque aquelas são palavras de estadista."

Já esta defesa da ideia de um acordo político por PSG, em Sigamos Amado, o doido, me assombra e os encómios que dedica ao ministro me embaraçam, dada a responsabilidade das políticas energéticas, de obras públicas, educativas e eleitoralistas do governo na grave situação financeira do país. E, pelos comentários que se seguem, não estou só.
O que urge é afastar as clientelas que vivem à sombra do Estado, o que só será possível obrigando os partidos a aceitarem um governo de iniciativa presidencial.


rcalado 16 Novembro 2010 - 17:26
Diz-me com quem andas...
A defesa das afirmações do ministro Amado surpreendem-me, vindas de quem vêm. Geralmente, aprecio a sua capacidade de análise. Neste caso desiludiu-me. As afirmações de Luís Amado mais não são que receitas para manter o status quo, isto é, manter os mesmos políticos (ou outros que estão na fila para entrar) nos mesmos cargos. Os mesmos políticos que têm conduzido as políticas que nos levaram à situação em que estamos. Esses políticos são parte do problema mas não da solução.
A vinda do FMI é um atestado de incompetência dos políticos que temos tido. A não vinda do FMI interessa em primeiro lugar a esses políticos e não ao país. Ao país interessa que "entremos na linha". E para entrarmos na linha não creio que sejam os líderes que nos levaram para fora da linha que nos podem ajudar portanto, venha o FMI ou outros novos, mas não coligações dos que lá estão.
Coligações sem eleições não é democrático. Nenhum partido tem mandato para o fazer. Seria uma ditadura parlamentar visto que ninguém lhes pediu ou permitiu fazer tal. Cada um deles prometeu que iria governar sozinho e portanto apenas para governarem sozinhos têm mandato.


MacedoBarros 16 Novembro 2010 - 18:27
Dilema!
Como ninguém é perfeito, a proposta de coligação que o ministro, em apreço, apresentou, é uma tábua de salvação para os boys do PS, que querem partilhar lugares com os futuros do PSD. Mesmo que o ministro não pense nisto, o inferno está cheio de ideias boas...
Quanto ao resto, Amado tem o que falta a muitos políticos; seriedade, intelectualidade e maturidade, que lhe cravam na sua personalidade vincada.
De facto, "na terra dos doidos quem tem juízo é doido."


domingo, 14 de novembro de 2010

Urge um governo de iniciativa presidencial I


Em Macau, onde vai participar na reunião do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, o primeiro-ministro José Sócrates apressou-se a reforçar as declarações de Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, sobre a necessidade de um Governo de coligação e a acusar a oposição de não querer assumir responsabilidades governativas:
Eu já tentei fazer isso logo no início do Governo propondo um diálogo e uma forma de entendimento, quer através de coligações, quer através de acordos parlamentares, mas, infelizmente, o país bem sabe que de todos os outros partidos, nenhum deles está disponível para partilhar responsabilidades com o partido socialista no Governo”.
E continuou a tentar vender a ideia de que as medidas de austeridade derivam exclusivamente da crise externa:
Não desistiremos nem nos desviaremos dessa linha: defender o país e enfrentar a crise e dar aos portugueses uma governação que pretende vencer a crise internacional e colocar Portugal no caminho da recuperação económica”.
Mas pelos comentários que a notícia mereceu, deduz-se que a estratégia já não resulta, pelo que vamos esboçar uma proposta inovadora.

Os partidos transformaram-se em agências de emprego e a constituição de um governo alargado a vários partidos políticos, não importa quais, seria uma fonte de questiúnculas e de lutas internas por causa da repartição dos cargos pelas clientelas.
Os partidos têm de fazer uma breve travessia do deserto para aprenderem a pôr o interesse do país acima das conveniências partidárias.

O que o nosso país precisa é de um conjunto de pessoas que se tenham destacado nas suas profissões mas cuja história de vida mostre que alcançaram essa posição de relevo profissional por mérito pessoal e não subiram à sombra de partidos políticos.
É necessário que concordem no diagnóstico dos graves problemas que afectam o país, que preconizem as mesmas soluções e já tenham dado provas de que saberão implementá-las.

Passando os olhos sobre a Síntese da Execução Orçamental de Outubro, vê-se (pág. 29) que, dos dezasseis ministérios, oito gerem orçamentos acima do milhar de milhão de euros e os Encargos Gerais do Estado já ascendem a quase 2.400 M€ sugados pelas administrações regional e local.
Se ainda tivermos em conta a elevada importação de alimentos, a mostrar quão forte é o incentivo que a agricultura precisa, bem como a importância assumida pelas obras públicas devido ao poder de nomeação das chefias de pesados institutos pertencentes ao subsector dos Serviços e Fundos Autónomos (SFA), não esquecendo a necessidade de fundir alguns ministérios para reduzir a dimensão do Estado, concluímos que o futuro do país depende dos nomes escolhidos para oito ministérios.
Esbocemos um painel de personalidades, sem filiação partidária, que se tenham destacado por mérito:
Primeiro-ministro:
Finanças e Economia:

Defesa Nacional e Administração Interna:
Justiça:
Agricultura:
Obras Públicas, Transportes e Comunicações:
Solidariedade Social:
Saúde:
Ciência, Tecnologia e Ensino:
Medina Carreira
António Horta Osório ou
Alexandre Soares dos Santos

Carlos Alexandre



Manuel Antunes
Mariano Gago ou Nuno Crato

Espera-se que surjam mais ideias para completar a tabela.

Nota: os SFA englobam a Assembleia da República, a CMVM, o Serviço Nacional de Saúde e todos os institutos, fundações, agências e fundos públicos...
A execução orçamental deste subsector (pág. 31) mostra que, nos primeiros nove meses deste ano, os SFA já gastaram em despesas correntes uns “modestos” 15.674 M€!
E cria uma dúvida terrível: pode-se confiar em deputados que ainda não apresentaram a execução orçamental de 2009?


Outras opiniões:

Keromais 13 Novembro 2010
É urgente um governo de salvação nacional
Isto não vai lá com coligações, não basta excluir alguns elementos da "quadrilha" é preciso desmantelá-la e formar governo com gente honesta e patriota, de fora do sistema e que o seu currículo prove isso mesmo.
Os portugueses não devem permitir a continuidade da bagunça!

Economy 13 Novembro 2010
Destruiu o país, e agora quer ajuda?
É urgente julgar estes senhores pela destruição do país e eleger um governo presidencial com gente não pertencente a partidos políticos.

FMNT 13 Novembro 2010
Mudanças de cadeiras
Ao amigo "Keromais":
É um dos que apoiam as facilidades. Mais um da outra (quadrilha) como lhe chama, do outro lado da barricada.
A bagunça, como exemplo que dá (para quem a pratica), paira no desleixo, no deixa p’ra lá, no gastar sem fazer contas à vida. Às vezes é necessário haver momentos de crise para reaprender como se deve na vida elaborar e fazer um planeamento dos gastos do mês, coisa que 90% dos portugueses não fazem.
O patriotismo está em trabalhar e não na bagunça que existe nestes capitalistas (extrema-esquerda e extrema-direita). Viva a democracia. Viva a social democracia com olhos de socialismo democrático.
Caro amigo "Economy",
A democracia faz-se com partidos, com diferenças nas ideias, mas com partidos. Um país faz-se com homens que ponham acima de tudo o interesse do país.
Diz: destruiu o país, etc., e agora pede ajuda. Ninguém pediu ajuda, que eu saiba, só agora e logo vem a correr o PP/CDS oferecer-se. Agora não tenha dúvida, e ninguém pode dizer o contrário, o Sócrates tentou negociar com toda a oposição. Quem quis? Ninguém, claro, não convinha.

xiquinho 13 Novembro 2010
Os cobardolas e incompetentes estão nas oposições
As oposições cantam bem mas não me alegram. Tiveram imensas oportunidades para correr com o governo e não o fizeram, porquê? Com certeza porque não lhes convinha. Pois é, seria uma grande espinha governar Portugal em maré de crise europeia (e mundial). Cambada de cobardolas! É só conversa fiada, é só dizer mal de tudo o que governo faz. Em nome do País, deixem o Sócrates trabalhar, porque ele sim, é o homem de que o Portugal de facto precisa neste momento grave. Os outros são só empecilhos que não fazem nem deixam fazer. Cobardes e incompetentes.

Keromais 13 Novembro 2010
Caro Sr. FMNT
Vejo a sua preocupação ao defender organizações de "malfeitores" as quais está mais que provado que não defendem o país mas apenas os seus interesses e os dos boys. Ao tomar tal atitude está a ser cúmplice com gente que não merece qualquer credibilidade ou então faz parte dessas organizações e está com receio de perder o tacho.
É altura de pôr termo a esta gente que nos pôs na ruína.

Economy 13 Novembro 2010
Sr. Xiquinho
Em vez de defender gente mentirosa e desonesta que destruiu o país, talvez fosse melhor começar por defender a seriedade e ética para recuperação da imagem de Portugal que os seus "patrícios" denegriram.
Os cobardolas e incompetentes são os que continuam a defender os burlões. Essa conversa de "vendedor de automóveis" já não resulta, por isso terá que procurar outro emprego.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

"O buraco conjuntural e o buracão estrutural"


Se os partidos políticos fossem realmente sérios, se o actual regime democrático não estivesse totalmente capturado e dominado pelos interesses corporativos instalados, se a comunicação social fosse realmente crítica e fizesse o trabalho de casa, se a sociedade civil existisse e fosse activa, nas próximas eleições legislativas teríamos os candidatos a primeiro-ministro a responder quantos funcionários públicos vão ser afastados (Cem mil? Duzentos mil?); quantas escolas, hospitais, universidades e tribunais vão ser fechados; quantos institutos públicos, fundações, empresas públicas vão ser encerradas (Cem? Duzentos? Trezentos?); quantos municípios vão ser fundidos (dos 308, quantos precisamos? Cem? Cento e cinquenta?); quantas freguesias vão ser eliminadas (das 4.260, quantas precisamos? Quinhentas? Mil?).”

Tudo isto é verdade, mas ...

... como reestruturar a função pública de um país onde, ao lado do Estado, existe o Estado Paralelo e à sombra do Estado nasceram inúmeras empresas privadas que dele dependem para sobreviver?

Nos serviços a emagrecer quais os critérios, e quem os aplicaria, para escolher os funcionários excedentários, se as chefias foram nomeadas dentro da clientela do partido e não por mérito?

Lembro que o actual decreto regulamentar da avaliação do desempenho, no ensino não superior, admite (artigo 13º/3a) que um professor licenciado seja avaliado por um relator com um diploma de estudos superiores em administração pública, que nem equivale a uma licenciatura, comprado num daqueles institutos privados que por esse país cresceram como cogumelos.
O senhor professor já imaginou o que seria, numa prova de doutoramento, o doutorando ser avaliado por um colega que é assistente?