terça-feira, 12 de abril de 2011

Chegou o FMI


Há muito se sabia que só a vinda dos técnicos do FMI conseguiria impor limites aos desvarios das clientelas socialistas e exigir rigor nas contas públicas.

A aldrabice era tal que o défice de 2009, anunciado antes das eleições como sendo de 5,9% do PIB, acabou por sofrer uma revisão que o catapultou para 9,4%.

O défice de 2010 também fez história: começou por ser euforicamente anunciado por José Sócrates à senhora Merkel, à Europa e ao contribuinte luso como ficando abaixo de 7% do PIB. Não era propriamente um resultado espectacular porque houvera a habilidade contabilística de enfiar uma receita extraordinária — o Fundo de Pensões da PT — mas sempre ficava abaixo do valor previsto de 7,3%.

As coisas pioraram quando o Banco Central Europeu que andava a comprar dívida soberana portuguesa no mercado secundário há um ror de meses, com o objectivo de suster a escalada das taxas de juro, decidiu mandar alguns técnicos fazer-nos uma visita de "cortesia", em Fevereiro, acompanhados por colegas de Bruxelas.
Além de exigirem o registo, em 2010, das imparidades derivadas do BPN ainda foi necessário enfiar nas contas os empréstimos concedidos a empresas de transportes.





As consequências foram graves: todos os défices subiram a partir de 2007 verificando-se que, mesmo antes da crise internacional, nunca os governos de José Sócrates tinham cumprido a meta dos 3% impostos por Bruxelas, como se vê na infografia. Muito à pressa concebeu-se um inevitável PEC IV.
O problema era que precisava de ser apadrinhado pelo PSD que, avisado na véspera da Cimeira Europeia, não esteve pelos ajustes e o resto da história é sobejamente conhecido: a torneira do BCE fechou e, sem dinheiro, José Sócrates não teve outro remédio senão ir a Belém pedir a demissão e a Bruxelas pedir ajuda financeira.

A resposta foi rápida: os técnicos do FMI, a Comissão Europeia e o BCE desembarcaram hoje na Portela e instalaram-se no ministério das Finanças. As habilidades contabilísticas acabaram.

No entanto, um grupo de contribuintes alemães agastados com as aldrabices de José Sócrates exigiu ao governo alemão que não empreste um cêntimo ao porquinho do Sul e fez entrar uma acção no tribunal constitucional do país.

Isto está a ser demasiado humilhante.


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