quinta-feira, 30 de setembro de 2010

E agora, portugueses?


Os políticos falharam e mentiram. "Portugal vai iniciar um novo ciclo recessivo", afirma o director do Jornal de Negócios em


"Acabou. Começou.
30 Setembro 2010, 09:01 por Pedro Santos Guerreiro

É um acordar violento. Uma sova de 19 murros no estômago, tantos quantas as medidas apresentadas ontem.

Os políticos falharam-nos. O Governo errou. Sócrates mentiu. Mas ontem isso acabou. Agora nós.

Nós. Nós não temos crédito nem temos credibilidade. É criminoso ter esperado tanto tempo para assumir o problema. Porque agora a cura é mais dura. É um corte profundo, a sangue frio.

Portugal vai iniciar um novo ciclo recessivo. Economia em queda, falências, desemprego, tudo o que esconjurámos. Os aumentos do IVA, os limites das deduções fiscais, os congelamentos das pensões transferem a crise dos desempregados para os empregados. Mas não havia alternativa. Não hoje. Não depois de dois anos perdidos sem fazer contas e a fazer de conta, para ganhar umas eleições e não cair noutras.

Ontem, Sócrates não caiu em si. Ontem, Sócrates caiu de si. Da sua pose impossível, que em vez de inspirar um optimismo reprodutivo transmitiu um irrealismo consumista. Este não é o Orçamento de Sócrates, é o Orçamento de Teixeira dos Santos. Foi o ministro das Finanças quem ontem governou. E só temos a desejar que continue a sê-lo. Porque este pacote acalma os mercados, mas não os faz retroceder de supetão. É preciso que o Parlamento aprove estas medidas, que o PSD obviamente viabilizará, com mais ou menos negociação. E é preciso concretizar as medidas e obter resultados.

Este ano estamos safos. A Portugal Telecom não paga um cêntimo de impostos pelo fabuloso lucro da Vivo, mas paga 750 milhões de euros para tapar o seu fundo de pensões e transferi-lo para o Estado, salvando o défice de 2010. A receita extraordinária de outros tempos, que funciona como antecipação de receitas. O Governo tentara com a banca, mas sem sucesso. Conseguiu com a PT.

É talvez falta de imaginação: receitas extraordinárias de um lado, aumento de IVA do outro. Mas há também o que nunca houve: a redução média de 5% da massa salarial na Função Pública. É quase como perder o subsídio de Natal a partir do próximo ano, mas em prestações mensais. Os funcionários públicos foram sacrificados por causa da incompetência acumulada e consecutiva dos seus gestores, sempre de cima para baixo. Mas só havia outra alternativa: cortar nas pensões. Era pior.

Nos próximos dias, milhares de economistas, comentadores e políticos desfilarão a glória de terem dito que assim seria: eis o Armagedão. Sim, foram milhares. E isso de nada serviu. Hoje somos um país falido. Mas não somos um país falhado. Porque apesar de tanta incompetência governativa, de tanta corrupção, nepotismo, grupos de interesse, de tantos escândalos silenciados, organizações subsidiadas, estranhos financiamentos partidários, mordomias e regalias, ineficiências e má gestão, temos outras coisas de que nos orgulhar. Sobretudo as que não dependem do Estado. Casos de inovação, exportação, investimento, descoberta.

Sim, é um acordar violento. Isto não é o princípio de um pesadelo, é o fim de um sonho. Sem pradarias nem trevas, apenas os pés no chão. O que fazer? Dizia ontem o ministro das Finanças: "estamos todos juntos nisto." Nestas alturas, somos sempre todos iguais. Eles contam connosco. E nós não contamos com mais ninguém.

Mãos à obra. Eles não fizeram o seu trabalho. Façamos nós o nosso. Restamo-nos. Bastemo-nos."

*

E o que dizem os portugueses? Vejamos:


jamnf 30 Setembro 2010
A cobardia
Mais uma vez vamos fazer das tripas coração e ultrapassar esta crise.
Acreditamos que no fim algo se vai alterar? Não!
Temos alternativa? Não!
Façamos o que temos que fazer, mas ao menos que, desta vez, os responsáveis por tudo isto sejam castigados! Que deixem de ser cobardes como até aqui e assumam as suas responsabilidades.
E já agora que tenham coragem de ir mais longe, que tenham coragem para cortar nos subsídios para Fundações e quejandos, que tenham coragem de fazer avaliações sérias, isentas e rápidas à função pública e despedir onde estão a mais e admitir onde estão a menos, premiar os bons e punir os maus, que tenham coragem para pôr um travão fortíssimo aos desmandos das autarquias que mais não têm feito que esbanjar com a criação de — entre outras — as chamadas empresas municipais, que tenham coragem de reduzir os serviços e pessoal dos governos civis, protecção civil e outros pseudo organismos que pouco ou nenhum rendimento dão, tenham a coragem de acabar com obras megalómanas, autênticos sorvedouros de dinheiros que não temos, enfim, tenham a coragem de — pela primeira vez! — se assumirem como homens que realmente querem fazer alguma coisa pelo País. E olhem que só isso já é trabalho gigantesco ! E nós cá estaremos, como sempre, para ajudar nessa obra, mesmo pagando a factura mais cara. Mas não se iludam, no fim exigiremos responsabilidades a quem não quis e depois não soube, evitar atempadamente todo este verdadeiro filme de terror em que nos meteram.

riccool 30 Setembro 2010
Isso não é bem assim
Vamos por pontos:
  1. Ficou finalmente à vista para os que ainda tivessem dúvidas sobre a incompetência deste governo.
  2. Sócrates mentiu diz o Pedro e agora é arregaçar as mangas e vamos trabalhar. Peço desculpa mas não partilho dessa visão. Aliás o facto de Portugal ser um país adiado há mais de 25 anos deve-se ao facto de implementarmos esse raciocínio "Está feito, não há nada a fazer, temos é de trabalhar". Peço desculpa mas isto tem de mudar. Um PM e Ministro das Finanças nitidamente incapaz e que mentem descaradamente até à desgraça final devem ser julgados por crimes contra a pátria, como se de um crime se tratasse. Porque na realidade o que se tem passado em Portugal desde Agosto de 2009 é um crime. Como tal deve ir a julgamento.
  3. Como se resolve o problema financeiro ? Mais uma vez repito, com redução de todos os gastos inúteis e não reprodutivos do Estado (e eles são muitos) e a posterior redução de impostos.

surpreso 30 Setembro 2010
Paleio
Ó Guerreiro, você andava assim tão distraído? Tudo isto era expectável, àparte a burla com o Fundo da PT. Este país já não tem futuro porque está corroído em todas as áreas, da educação à justiça, da agricultura ao mar. Se tem filhos, procure que emigrem.

AtomSmith 30 Setembro 2010
Concordo com riccool
A mentira e a hipocrisia são um dos problemas culturais mais graves do nosso país, não afectam apenas os governantes mas têm de começar a ser combatidos em algum lado. Devia haver sanções graves para a mentira.

raiano 30 Setembro 2010
Velhos do Restelo!
Desta vez os velhos do Restelo tiveram razão! Há anos que muitas vozes se levantaram contra um governo que, afirmavam, não governava mas sim gastava á tripa forra em megalomanias, mordomias e clientelismo politico. Digo políticos responsáveis porque o povo, que deveria ter opinião, não tem opinião. Para terem opinião era preciso ter acesso a noticiários, a debates públicos e, desta forma, aprender a pensar, mas, infelizmente, dão-lhe novelas e futebol e quem quer estar mais informado tem que ter dinheiro para pagar a TV por cabo.
Os rosas diziam que havia país para além do deficit. Agora foi o deficit que determinou o colapso! Será que essa gente poderá dormir tranquila?
O problema é que a despesa do estado continua a não ter correspondência com as receitas e a divida publica já excede os 100% do PIB. Esta situação, se não houver uma forte recuperação económica, vai-se manter e eu pergunto: Será que vai haver mais Fundos de Pensões, neste caso 2,490 mil milhões de euros da PT, para continuar a cobrir os deficits dos anos vindouros? Isto é dinheiro que pura e simplesmente vai ser absorvido em 3 meses e fica à responsabilidade futura da Seg. Social assumir reformas, algumas delas impensáveis na função publica, e que todos os portugueses terão que pagar em gerações futuras.
Resta ainda o aumento da tributação em sede de IVA que porá Portugal com o imposto mais caro (23%) da UE. Com esta medida vamos ter a forte concorrência dos espanhóis com o IVA de 18%.
Nos próximos tempos vamos assistir a mais desemprego, mais insolvências, mais insegurança. A pouca classe média existente, terá menos poder de compra e não passaremos de um país envergonhado na UE. Portugueses! Acordem!

fmarnoto 30 Setembro 2010
Mas alguém acredita nisto?
O maior problema de Portugal é ter um governo com falta de seriedade e credibilidade!
Quanto à seriedade basta ver as declarações do PM desde o início de 2009 (onde o aproximar da tempestade já entrava pelos olhos dentro e o PM transmitia a ideia que não via um palmo à frente do nariz, com declarações completamente deslocadas da realidade).
Quanto à credibilidade basta ver a aplicação do PEC2 (paz à sua alma!) na parte de redução da despesa que falhou redondamente e lá vamos levar com o fundo de pensões da PT, que daqui a 5 anos vamos descobrir, muito "admirados", que afinal é mais um buraco negro, tipo as PPP que começarão o seu efeito a partir de 2014.
A minha expectativa é que este PEC3 volte a falhar no corte da despesa (que onde é mais urgente — “boysada” —, inacreditavelmente o PEC3 pouco refere) e até ao final de 2011 teremos cá o FMI/UE.

alexnt 30 Setembro 2010
Petição A Favor da Redução do Número de Deputados na Assembleia da República de 230 para 180
Assine.

"Há tantos burros mandando
em homens de inteligência,
que às vezes fico pensando,
se a burrice não será uma ciência."
António Aleixo

Hierarquia de prioridades
Deve dar-se prioridade: à extinção/fusão de uma centena de institutos públicos altamente despesistas, à diminuição do número de deputados de 230 para 180 e das respectivas assessorias e comissões de trabalho, aos cortes nos automóveis de luxo do Estado, nos telemóveis de serviço (com chamadas particulares), nas subsídios de representação de todas os dirigentes da função pública e políticos (subsídios para mudar de fato todos os meses, para almoçar e jantar?) e outras tantas mordomias injustificáveis em tempos de crise.

Deve-se promover o uso dos transportes públicos em todas as deslocações dos funcionários públicos (com a excepção daquelas que não sejam compatíveis com os horários existentes).
Deve-se promover o uso das novas tecnologias para reuniões online, sem a necessidade de fazer viagens!

Deve-se combater o despesismo de energia, a começar pela super-iluminação pública, muito mais forte e luminosa do que a existente dentro de muitas fábricas do tecido produtivo português (ganha-se ao candeeiro, em espaço público?)
A energia consumida nos incêndios florestais, dava para alimentar o País se fosse dirigida para centrais de biomassa e cadeias de valor do processo de limpeza e transformação dos resíduos florestais (o levantamento do cadastro florestal português urge, para poder colocar no mercado da produção florestal mais de 1/3 do território nacional que está ao abandono).

libertas 30 Setembro 2010
Mas só havia outra alternativa: cortar nas pensões. Era pior
Era pior porquê? É imoral que quem trabalhe fique sem ordenado e quem está «aposentado» desde os 52 anos de idade, com 2900 euros/mês — caso das professoras primárias — não seja afectado.

cad7 30 Setembro 2010
Pois....
"Porque apesar de tanta incompetência governativa, de tanta corrupção, nepotismo, grupos de interesse, de tantos escândalos silenciados, organizações subsidiadas, estranhos financiamentos partidários, mordomias e regalias, ineficiências e má gestão..."

Estas são razões bastantes para ficarmos todos a saber que a "coisa pública" foi simplesmente vilipendiada. Gente que se aproveitou da sua posição para cometer roubos, omissões e favorecimentos. Numa palavra: crimes. A pergunta é: os crimes são punidos em Portugal? Ou só há crimes se forem praticados pela plebe que assalta?

Convém lembrar que os juros da dívida soberana chegarão aos 5,5 mil milhões de euros este ano. É apenas mais de metade das receitas do IVA para o presente ano. Muito destes juros são o reflexo do financiamento de despesa totalmente improdutiva e da tomada de medidas tardias. Na verdade subsidiaram crimes também. Não há culpados?
Curioso ... na Islândia o PM já foi citado e ouvido pelo Tribunal.

Portugal e estes palhaços são um enorme circo. Com as medidas anunciadas para o aumento de IVA e aumento dos custos do trabalho, o crescimento económico fica completamente hipotecado, e o surto de insolvências é inevitável porque haverá uma redução enorme na procura interna. Com tais medidas cresce o desemprego e com este a falência de inúmeras famílias. O corporativismo e os seus beneficiários ficam incólumes?


vl1950 30 Setembro 2010
A penúltima ilusão ...
é fazer passar a mensagem de que estas medidas são destinadas a resolver a crise nacional!
Na realidade, foi mais um (não será, infelizmente, o último) gesto de J. Sócrates na sua táctica contra o PPC, e apenas uma medida de desespero porque o País estava a ficar sem crédito, com o qual tem vivido nos últimos anos.

Mas ainda não foi desta que um governo disse a verdade aos portugueses sobre a situação actual e o futuro previsível. Definitivamente os portugueses terão que saber da realidade através de si próprios. Isto porque temos um PM incompetente, política e intelectualmente desonesto, e apenas preocupado com a sua pele.
Na realidade, estas medidas mostram apenas que percorremos a penúltima etapa da ilusão em que o governo tem mantido o País.
Lembram-se de quem há poucos meses disse que Portugal tinha sido o primeiro país a sair da crise? Lembram-se de quem há poucos meses dizia que Portugal tinha sido o País que mais tinha crescido no primeiro trimestre? O que aconteceu em tão pouco tempo? O mundo está contra nós?

Com as medidas ontem anunciadas o governo consegue manter ainda a ilusão de que a crise estará agora a ser combatida. Mentira! Estas medidas são apenas para se manter o fluxo de crédito externo, que está a falhar, e limitar o aumento brutal dos juros.
Quando hoje os trabalhadores e pensionistas pedem aumentos, não se apercebem de que esses aumentos têm que ser parcialmente pagos com empréstimos alemães ou suíços!
E o que dizer das mordomias dos gestores públicos nomeados pelo poder político?
Sim, uma parte das despesas públicas é anualmente paga com empréstimos obtidos do exterior.
Temos um PIB em boa parte falso, porque só existe devido ao que gastamos internamente com dinheiro que nos é adiantado pelo exterior, mas que teremos que pagar no futuro.
Temos uma área comercial por 1000 habitantes que é mais do dobro da média da Europa! Foi construída com a riqueza produzida pelos trabalhadores de outros países. Mas isto vai terminar porque é irrealista.
As medidas anunciadas ontem apenas significam uma coisa: os portugueses ficarão mais despertos ainda para a verdadeira crise que agora se vai aprofundar. Sim, agora é que crise nacional mais profunda vai começar. É preciso os portugueses perceberem que o poder político em Portugal tem sido basicamente incompetente - não é só em Portugal, mas isso não é consolo.

Preferem a mentira e a ilusão do PM ou a dureza da verdade?
Acham que isto é pessimismo? Então esperem mais um pouco...


rmmo1959 30 Setembro 2010
O corte de salários ...
... é uma medida que por si só pode chegar, ora vejam:

____________________________________

____________________________________
Fernando Pinto (TAP)
Faria Oliveira (CGD)
Guilherme Costa (RTP)
Carlos Tavares (CMVM)
Fernando Nogueira (ISP)
Amado Silva (Anacom)
Mara da Costa (CTT)
José Reis (Parpública)
António Fonseca (metro Porto)
Cardoso Reis (CP)
____________________________________
total

______________

______________
450.000
390.000
280.000
260.000
250.000
240.000
230.000
180.000
120.000
100.000
______________
2.500.000

2,5M€ + prémios + bónus + carrão + telelé + cartão crédito+ ...


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Humor




Para retemperar forças, porque é preciso continuar a lutar contra a mediocridade que tomou conta deste nosso belo país, terminemos este tormentoso dia com um pouco de humor lido no Público:


poislocal. 29.09.2010 21:46
Via PÚBLICO
Qual o seu QI?

Com a devida vénia a Maria Amélia Guimarães:
Um sujeito entra num bar novo, hi-tech, e pede uma bebida. O barman é um robô que lhe pergunta:
— Qual o seu QI? — o homem responde: — 150. Então o robô serve um cocktail perfeito e inicia uma conversa sobre aquecimento global, espiritualidade, física quântica, interdependência ambiental, teoria das cordas, nanotecnologia e por aí.
O tipo ficou impressionado e resolveu testar o robô. Saiu, deu uma volta e retornou ao balcão. Novamente o robô pergunta:
— Qual o seu QI? — o homem responde: — Deve ser uns 100. Imediatamente o robô serve-lhe um whisky e começa a falar, agora sobre futebol, fórmula 1, super-modelos, comidas favoritas, armas, corpo da mulher e outros assuntos semelhantes.
O sujeito ficou abismado. Sai do bar, pára, pensa e resolve voltar e fazer mais um teste. Novamente o robô lhe pergunta:
— Qual o seu QI? — o homem disfarça e responde: — Uns 20, acho eu! Então o robô serve-lhe uma pinga de tinto carrascão, inclina-se no balcão e diz-lhe bem pausadamente: — E então meu, vamos votar de novo no Sócrates? Ou agora é no Coelho?


Reacções ao PEC 3


Ouçamos as opiniões manifestadas pelos líderes dos partidos com assento na Assembleia da República durante o dia:










Segue-se o anúncio das medidas do PEC 3 nos telejornais das 20:00:








Finalmente as primeiras reacções dos partidos:







O PEC 3


O Governo liderado por José Sócrates aprovou hoje em Conselho de Ministros um conjunto de medidas adicionais de consolidação orçamental, em que se baseará a proposta de Orçamento do Estado para 2011. Algumas delas serão antecipadas para reforçar a execução orçamental de 2010.
Estas medidas representam um esforço adicional no sentido de assegurar o equilíbrio das contas públicas, essencial para defender a credibilidade internacional do País e garantir o regular financiamento da economia portuguesa bem como a sustentabilidade das políticas sociais.

Reafirma o Governo o seu empenhamento em atingir as metas para as finanças públicas em 2010 e 2011, respectivamente de 7,3% e 4,6% do PIB para o défice orçamental.

Para o Orçamento do Estado de 2011 as principais medidas são quantificadas no Quadro anexo e concentram-se principalmente na redução da despesa (2% do PIB). Também há medidas de aumento da receita, quer no que respeita à despesa fiscal, como já previsto no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), quer no que respeita ao aumento da receita fiscal e não fiscal. A componente fiscal representará aproximadamente 1% do PIB.

Para a redução da despesa, em 2011, o Governo decidiu:

  • Reduzir os salários dos órgãos de soberania e da Administração Pública, incluindo institutos públicos, entidades reguladoras e empresas públicas. Esta redução é progressiva e abrangerá apenas as remunerações totais acima de 1500 euros por mês. Incidirá sobre o total de salários e todas as remunerações acessórias dos trabalhadores, independentemente da natureza do seu vínculo. Com a aplicação de um sistema progressivo de taxas de redução a partir daquele limiar, obter-se-á uma redução global de 5% nas remunerações;
  • Congelar as pensões;
  • Congelar as promoções e progressões na função pública;
  • Congelar as admissões e reduzir o número de contratados;
  • Reduzir as ajudas de custo, horas extraordinárias e acumulação de funções, eliminando a acumulação de vencimentos públicos com pensões do sistema público de aposentação;
  • Reduzir as despesas no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente com medicamentos e meios complementares de diagnóstico;
  • Reduzir os encargos da ADSE;
  • Reduzir em 20% as despesas com o Rendimento Social de Inserção;
  • Eliminar o aumento extraordinário de 25% do abono de família nos 1.º e 2.º escalões e eliminar os 4.º e 5.º escalões desta prestação;
  • Reduzir as transferências do Estado para o Ensino e subsectores da Administração: Autarquias e Regiões Autónomas, Serviços e Fundos Autónomos;
  • Reduzir as despesas no âmbito do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC);
  • Reduzir as despesas com indemnizações compensatórias e subsídios às empresas;
  • Reduzir em 20% as despesas com a frota automóvel do Estado;
  • Extinguir/fundir organismos da Administração Pública directa e indirecta;
  • Reorganizar e racionalizar o Sector Empresarial do Estado reduzindo o número de entidades e o número de cargos dirigentes.

No que respeita ao reforço da receita em 2011:

  • Redução da despesa fiscal
    • Revisão das deduções à colecta do IRS (já previsto no PEC);
    • Revisão dos benefícios fiscais para pessoas colectivas;
    • Convergência da tributação dos rendimentos da categoria H com regime de tributação da categoria A (já previsto no PEC).
  • Aumento da receita fiscal
    • Aumento da taxa normal do IVA em 2 p.p.;
    • Revisão das tabelas anexas ao Código do IVA;
    • Imposição de uma contribuição ao sistema financeiro em linha com a iniciativa em curso no seio da União Europeia.
  • Aumento da receita contributiva
    • Aumento em 1 p.p. da contribuição dos trabalhadores para a CGA, alinhando com a taxa de contribuição para a Segurança Social.
    • Código contributivo (já previsto no PEC).
  • Aumento de outra receita não fiscal
    • Revisão geral do sistema de taxas, multas e penalidades no sentido da actualização dos seus valores e do reforço da sua fundamentação jurídico-económica.
    • Outras receitas não fiscais previsíveis resultantes de concessões várias: jogos, explorações hídricas e telecomunicações.





Ainda em 2010, a despesa extraordinária relativa à aquisição dos submarinos (contrato celebrado em 2004) e a execução abaixo do previsto da receita não fiscal serão compensadas, por um lado, pela receita extraordinária decorrente da transferência dos planos de pensões da Portugal Telecom para o Estado.
Por outro lado, antecipam-se as seguintes medidas entre as acima elencadas para 2011:

  • Eliminar o aumento extraordinário de 25% do abono de família nos 1.º e 2.º escalões e eliminação dos 4.º e 5.º escalões desta prestação;
  • Reduzir as ajudas de custo, horas extraordinárias e eliminando a acumulação de vencimentos públicos com pensões do sistema público de aposentação;
  • Reduzir as despesas com medicamentos e meios complementares de diagnóstico no âmbito do SNS e redução dos encargos com a ADSE;
  • Congelar as admissões e reduzir o número de contratados;
  • Reduzir as despesas de investimento;
  • Aumentar as taxas em vários serviços públicos designadamente nos sectores da justiça e da administração interna;
  • Aumentar em 1 p.p. a contribuição dos trabalhadores para a CGA.


O mundo mudou, de novo!







Um País ao deus-dará


Mais um artigo de Helena Garrido que ao passar, de defensora das políticas do governo, para o saudável campo da crítica, tem encontrado eco nos habituais comentadores do JN.


pjose 29 Setembro 2010
Irresponsabilidade
Antes de mais nada, os meus sinceros parabéns ao Jornal de Negócios pelos vários editoriais que tem publicado sobre a crise e os seus motivos. Chegou a hora de apresentarem histórias detalhadas e comprovadas sobre as grandes empresas públicas, ministérios, fundações e institutos públicos - despesas, objectivos e respectivos líderes. O jornalismo económico sério assim o exige. A comunicação social deve ser uma tribuna aberta para a discussão das principais preocupações que afligem os portugueses.
Portugal vive um momento tenso em que os vários actores políticos não primam pela responsabilidade e competência. O Estado idealizado com a Constituição Portuguesa de 1975 (com revisões posteriores) chegou ao fim. Temos de mudar de vida e de paradigma. Acabar com as guerras de poder mesquinhas e infrutíferas é um imperativo nacional. Precisamos de uma lufada de ar fresco na economia, na justiça, no estado e na comunicação social. A Constituição Portuguesa e a organização do Estado são hoje um entrave ao desenvolvimento económico.
Mas não nos podemos esquecer do sector privado, que muito tem contribuído para esta situação. Muitos deles vivem à sombra do Estado, não investem, não se internacionalizam e pior que tudo não deixam ninguém evoluir. São um escudo contra o desenvolvimento económico e a evolução dos portugueses.
Passando os olhos pelos manuais de história, vivemos como há cem anos. Pobres, analfabetos e sem visão de futuro.


Vic_Lion 29 Setembro 2010
Felicitações para a Sra Helena Garrido!
Felicito-a pelos seus artigos, habitualmente certeiros, discutem factos e deixa de lado especulações.
Pegando no tema, hoje li que na Islândia já corre em tribunal um processo contra o primeiro-ministro por gestão danosa da coisa pública. Se esta notícia for verdadeira, acho simplesmente fantástico.
Na lei portuguesa não sei quais são os requisitos para encetar um procedimento idêntico. Mas afirmo a minha disponibilidade para integrar um grupo de cidadãos que promova processos judiciais, tantos quantos sejam necessários, para levar à barra do tribunal todos os governantes que nos últimos 20 anos foram responsáveis pelo monstro da dívida pública, pelos autarcas que desbaratam e pelos gestores das empresas públicas que derretem o nosso dinheiro anos a fio. Só necessitamos de um Baltazar Garzon português.


pjose 29 Setembro 2010
Borradas
O PS está desde 1995 no poder (com um interregno de três anos). A dívida pública subiu de 32 mil milhões em 1995 para 160 mil milhões de euros em 2010. (87% para o PS / 13% para PSD/CDS). Espero não continuar a ler mentiras neste fórum. As medidas foram muito escassas.
Acabem com empresas públicas, institutos e fundações desnecessários. São apenas 23.000 militantes do PS que estão nestes organismos e empresas. Os americanos jogam e perdem na bolsa. Portugal emprega militantes do PS. Já chega de mentiras.



Parlamento sueco versus Assembleia da República


"Não é por acaso que alguns povos se engrandecem e outros empobrecem."
Anónimo





Depois de observar a parcimónia dos deputados suecos, regressemos a Portugal para ler algumas rubricas do Orçamento da Assembleia da República para 2010, aprovado pela Resolução da Assembleia da República n.º 11/2010:


______________________________________________________
Vencimento de Deputados
Ajudas de custo: Deputados
Transportes: Deputados
Deslocações e Estadas
Assistência técnica (??)
Serviços de restaurante, refeitório e cafetaria
Outros trabalhos especializados (??)
Subvenções aos Grupos Parlamentares
Equipamento de Informática
Outros Investimentos
Edifícios
Subvenções aos Partidos e Forças Políticas representados na AR
Subvenções Estatais p/Campanhas Eleitorais
______________________________________________________
milhar de €
__________
12.349
2.724
3.869
2.363
2.948
961
3.593
970
2.110
2.420
2.686
16.977
73.719
__________

Como o TOTAL DA DESPESA ORÇAMENTAL para 2010 é 191.405.356,61 €, temos:

191.405.356 / 230 = 832.197

Portanto este ano cada deputado, em vencimentos e encargos directos ou indirectos, vai custar ao País 832 mil euros, ou seja, cerca de 70 mil euros por mês.


Governo avança com subida de impostos e corte de salários


No seguimento do descalabro na Execução Orçamental publicada neste mês, o Governo discute hoje, em Conselho de Ministros, medidas adicionais ao PEC II, aprovado em Maio, para reduzir o défice público. Entre essas medidas encontram-se novo aumento de impostos e corte de salários da função pública, afirma o Jornal de Negócios.

E acrescenta: "Um mês de salários da função pública, que seria, por exemplo, o subsídio de Natal correspondem a 1450 milhões de euros. O aumento do IVA em dois pontos percentuais gera 700 milhões de euros.
As duas medidas somadas são insuficientes para satisfazer as necessidades financeiras adicionais de 2500 milhões de euros em 2011 detectadas pela Comissão Europeia depois do acordo entre o Governo e o PSD no chamado PEC 2
".

Relembremos a opinião de reputados economistas e ouçamos a dos comentadores do JN:


CarlosCostaTeixeira 29 Setembro 2010
Vamos reduzir o deficit
Não sou funcionário público, pelo que estou à vontade para dar a minha opinião:
1º Reduzir a 50% todos os institutos que pululam em volta do Estado.
2º Despedir com justa causa todos os Administradores de empresas públicas que tenham excedido o limite do deficit.
3º Eliminar a função de Governador Civil.
4º Reduzir o número de deputados para 180.
5º Reduzir o número de Câmaras Municipais.
6º Reduzir o nº de freguesias (p.e. em Lisboa)
7º Suspender todo e qualquer subsídio a toda e qualquer Fundação.
8º Reduzir o nº de visitas de corta fitas (inaugurações da treta que nem no tempo do Américo Tomáz).
Se, depois de terem feito tudo isto, não for suficiente, então subam os impostos e reduzam os ordenados da FP.


GabrielOrfaoGoncalves 29 Setembro 2010
Carta que enviei hoje, 8:30, aos Deputados

Lisboa, 29 de Setembro de 2010
Exmos./as. Srs./as. Deputados/as
O aumento generalizado de impostos e a possível falência de milhares de famílias

Desde que o então Primeiro-Ministro Cavaco Silva tomou a decisão irracionalíssima de acabar com o na altura conhecido como "IVA de luxo" (que taxava certos produtos de luxo a 32%, se não me falha a memória), que o sistema fiscal português nunca mais teve decência. Os impostos vão subir, referem as notícias de toda a imprensa de hoje, mas os casacos de pele, os Porsches Cayenne, os charutos e os licores de 50 euros a unidade continuam a pagar a mesma taxa de IVA que um sofá, um CD, ou uma simples cadeira e secretária para trabalhar. E não me venham dizer que quanto a alguns produtos referidos há impostos especiais adicionais que se lhes aplicam. Não chegam ainda! Os automóveis com mais de 2000 de cilindrada (patamar discutível, como tudo na vida) deveriam ser muito mais taxados do que o são. Um país que não os produz não os deveria ter: é dinheiro que mandamos para fora (sobretudo Alemanha) e que não volta; o dinheiro vive para sempre; já os carros morrem ao fim de 15-20 anos. As viagens para fora do país deveriam ser taxadas com uma taxa de IVA para produtos de luxo.
O IRC deveria ser fortemente abaixado para todos os sectores, excepto para a banca e demais sector financeiro (mesmo nesta, deveria manter-se a níveis razoáveis, mas que para mim deveria ser um pouco acima do actualmente taxado, dada a especificidade do sector: criador de riqueza, sim, mas muito menos que os outros, sejamos honestos); de contrário, não há incentivo a captar investidores para constituírem empresas. A Auto-Europa há-de sair deste País, a continuar esta situação. Esperem pela pancada!
Podem achar estas ideias muito duras, anti-capitalistas, radicais mesmo, por ex. quando defendo que quem viaja de avião para fora deveria pagar uma taxa especial de IVA. Mas então o que dizer das ideias do Governo que vai fazer com que todos nós - ricos e pobres - paguemos a crise por igual? Só na minha rua conto mais de 8 carros de valor superior a 100.000 euros (3 Cayenne, um Jaguar, um BMW, etc.). Uma boa parte foi paga ao Estado em impostos, mas e a outra, para onde foi? Para fora! Uma economia destas não resiste! Sempre que vou a uma grande superfície comercial, vejo várias famílias a comprarem TVs (LCD ou plasma) de várias centenas ou mesmo milhares de euros. Mas nenhum é feito cá - vem tudo da Ásia! A partir de determinado valor (500 euros, por ex.) deveriam ser taxados com IVA de luxo. Mas não é isso que acontece. "PlayStations", "Nintendos", "Wiis", e outras bugigangas que tais, e respectivos jogos, também deveriam ser especialmente taxados. Vem tudo de fora! E nada daquilo presta para nada! O imposto sobre produtos petrolíferos deveria ser aumentado no que toca ao abastecimento de automóveis particulares. Nós importamos todo o petróleo que consumimos! (O litro de gasolina é mais barato do que o litro de água num restaurante!) O País está em crise, mas só uma pequena percentagem usa os transportes públicos, e quase ninguém se empenha activamente em reclamá-los mais e melhores! Uma economia assim não resiste, como diz e bem, desde há muitos, muitos anos, o Excelentíssimo Dr. Medina Carreira.
Deve haver menos impostos sobre a produção de riqueza (IRC); muito mais impostos sobre o consumo de produtos de luxo (taxa especial de IVA a 30%); manutenção dos impostos actuais sobre os produtos de consumo corrente (taxas II e III) e sobre o rendimento; abaixamento do imposto sobre bens de primeira necessidade (taxa I); corte nas pensões milionárias (mais de 2000 euros), e corte esse exponencial em relação ao seu valor; corte gigantesco nos salários obscenos, pornográficos, mesmo, do presidente de uma TAP, da PT, da REN, da ANA, do Metro de Lx e do Metro do Porto, da GALP, e de não-sei-quantas fundações e institutos públicos absolutamente inúteis. Devem ser abandonados projectos megalómanos como o novo aeroporto de Lisboa, e a importação de comboios de Alta Velocidade, cujo preço é desmesuradamente superior aos de velocidade convencional (mantendo-se no entanto a construção das vias férreas, por constituírem um meio de transporte de mercadorias muito mais barato que o camião). A SOREFAME, vergonhosamente extinta durante o mandato de Durão Barroso, deve ser ressuscitada e devemos ser nós, com a nossa indústria, a produzir, pelo menos em parte - para começar! - os nossos comboios! (Sobre política ferroviária e aeroportuária, vide alguns factos e as minhas ideias no meu http://bravosdopelotao.blogspot.com/)

Só se estas medidas não resultarem na correcção das Finanças do Estado e da Economia do País é que se deve ponderar: primeiro, a supressão parcial do 14º mês, com taxas de supressão exponencialmente proporcionais ao valor desse salário (quanto mais baixo, menor taxa de supressão; quanto mais alto, maior taxa de supressão); se necessário, o mesmo com o 13º mês; por último, e mesmo só por último, o aumento generalizado de impostos.

De todas as medidas, só a última se arrisca gravemente a ter efeitos contrários aos que se pretendem obter, dada a machadada que vai implicar, por exemplo, no rendimento disponível das famílias de classe baixa e média para pagarem a prestação da casa ao banco. Por isso mesmo só em último recurso devem ser utilizadas. Lembro-me de ouvir, salvo erro o antigo Bispo de Setúbal (eu era miúdo e não posso assegurar em absoluto quem era a pessoa, mas apenas a frase) dizer numa entrevista algo que me chocou profundamente e que nunca, mas nunca mais pude esquecer:

«No início dos anos 80, num clima de crise económica e de falta de emprego e de rendimentos, suicidaram-se em Setúbal num só domingo 8 chefes de família

Há alguém no Governo que tenha a sabedoria e a sensatez que se impõe?

Cortem na despesa; e aumentem na receita através de impostos sobre produtos inúteis e de luxo e através do corte de remunerações e pensões milionárias. Este é o meu humilde mas firme conselho.

Com os meus melhores cumprimentos,
Gabriel Órfão Gonçalves,
jurista (FDUL, 2002)

Esta minha missiva pode ser livremente publicada — desde que na íntegra — por qualquer meio e em qualquer sítio.


jalves112 29 Setembro 2010
Isto é fácil...
O BPN deve 4.000 milhões de euros ao Estado, chega e sobra para 2.500 milhões, Digam lá aos amigos para devolver o dinheiro sff...


pipapapigrafo 29 Setembro 2010
Gostava é de ouvir falar sobre:
- Extinção de Governos Civis;
- Agregação de Câmaras com menos de 30.000 habitantes;
- Extinção do IPJ;
- Estipulação de um plafond para viaturas novas, por ex. 30.000 €
- Fim das ajudas de custo a servidores do Estado que não apresentem documento comprovativo e legal;
- Estipulação de um período de vida útil para viaturas do Estado, por ex. 5 anos ou 150.000 km;
- Encerramento dos Consulados onde não haja, pelo menos, 50.000 portugueses emigrados;
- Avaliação da possibilidade de extinção de todos os institutos públicos e/ou afectação ao respectivo ministério;
- Redução do nº de deputados para 101 (média de 5 por distrito ou média de 1 deputado. por 100 mil habitantes);
- Redução progressiva do subsídio de desemprego em relação ao último ordenado (por ex. de 75% a 0%);
- Estipulação de um tecto para reformas (por ex. 2.500 €);
- Não acumulação de reformas, tendo que se optar pela melhor;
- Fim do Subsídio por Morte do cônjuge para quem aufere mais de 600€/mês ou tenha património superior a 'x' mil euros (podendo também, se for o caso, optar pelo melhor valor);
- Equiparação da atribuição de reformas em função do tempo, para todos os funcionários públicos, incluindo os cargos políticos;
- Extinção, ou forte redução, das competências das Ordens (Médicos, Advogados, etc), com consequente transição de competências para o Estado;
- Inibição de exercer, progressiva consoante a reincidência, para todos os médicos que emitam baixas fraudulentas. Basta investigar quem emite mais de 'x' baixas por mês e/ou emite baixas à la carte;
- Extinção da ADSE e agregação dos seus beneficiários ao SNS;
- Limitação do nº de chefias do Estado e suas empresas e também autarquias, estipulando um rácio sério, em conjunto com as entidades patronais;
- Penalização das autarquias que façam “carrossel” de funcionários tipo 6 meses a trabalhar, x meses no desemprego;
- Extinção de todas as empresas que têm facturação zero, ou quase zero, mas têm trabalhadores a descontar para a Seg. Social;
- Limitação do nº de chefias no Exército e consequente fim das promoções por antiguidade;
- Encerramento das delegações regionais do Ministério da Agricultura e despedimento por justa causa de todos os funcionários que acumulem funções no privado (por ex. em imobiliárias);
- Fim dos horários "zero" no corpo docente do Ministério da Educação e consequente atribuição de funções;
- Fim da retribuição de todos os funcionários públicos que não trabalham para o Estado por terem funções sindicais, ou seja, passam ao estatuto de Licença sem Vencimento;
- Extinção da retribuição por Reinserção na Vida Activa que é dada aos cargos políticos;
- Fim do Subsídio de Alojamento para os cargos políticos dentro do território nacional;
- Fim do Subsídio de Deslocação para os mesmos cargos políticos, excepto os das ilhas;
- Criação de um sítio da internet onde estejam todas as vagas a cargos públicos, Estado, suas empresas e autarquias e induções sobre forma de candidatura;
- Venda, em hasta pública, do património devoluto do Estado;
- Fim do Abono de Família para agregados que ganhem mais de 600€ per capita (incluindo crianças);
- Atribuição de Serviço Comunitário a todos os beneficiários de RSI que não sejam portadores de deficiência motora e/ou mental;
- Estipulação de uma coima, escalonada por valor, a quem não emita factura/vd, mesmo quando não solicitada, e nunca inferior a 100 vezes do IVA não declarado;
- Criação de um sítio na internet onde, obrigatoriamente, serão anunciados todos os concursos de fornecimento ao Estado, suas empresas e autarquias;
- Fim dos medicamentos a custo zero. Utente pagará sempre, nem que seja um valor residual;
- Investigação de todos os beneficiários de medicamento a custo zero/valor residual e cancelamento da comparticipação para os abusadores (por ex. quem vende depois esses medicamentos na Net ou nos EUA);
- Liberalização da propriedade das farmácias nos mesmos moldes que o é, salvo discrepâncias, para hospitais privados.
...
Demorei 10 min mas podia estar a escrever o dia todo.


Islândia processa o ex-primeiro-ministro


O Parlamento islandês decidiu processar o ex-primeiro-ministro Geir Haarde, que governava o país na altura em que o sistema financeiro se afundou, em Outubro de 2008, por “negligência”.

A medida foi aprovada por 33 votos a favor e 30 contra. 

A actual chefe do Governo, a social-democrata Johanna Sigurdardottir, votou contra mas o seu ministro das Finanças, Steingrimur Sigfusson, do Partido de Esquerda-Verdes, votou a favor.

Haarde, de 59 anos, do Partido da Independência, é um conservador e eurocéptico, ao contrário da actual coligação no poder que iniciou o processo de adesão à União Europeia, e apoiou sempre o impopular governador do Banco Central, David Oddsson, responsável pela liberalização do sector financeiro nos anos 90 quando foi primeiro-ministro.

O crescimento económico da Islândia nos últimos anos fez-se à custa dos mercados financeiros e, após a falência do sistema financeiro nacional, muitos islandeses perderam o emprego ou as suas poupanças.

Haarde foi considerado culpado de não ter agido para travar o desenrolar da crise mais cedo, que acabou por obrigar o Governo a tomar o controlo, à pressa, dos três maiores bancos do país, por uma Comissão de Inquérito Especial. Esta concluíu ter havido enorme negligência por parte dos dirigentes políticos e dos banqueiros islandeses, na altura em que o sistema financeiro do país se afundou, mas o Parlamento decidiu processar apenas o ex-primeiro-ministro Geir Haarde.


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Discursar no vazio



Sócrates na ONU
Foi um discurso de campanha o que o primeiro-ministro proferiu em Nova Iorque, na Assembleia Geral das Nações Unidas, para uma sala quase vazia. Campanha por Portugal, que se candidatou a membro não-permanente do Conselho de Segurança em 2011.

Fotografia: Chip East/Reuters


Não há almoços grátis




Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças, lembrou que a despesa pública cresceu 7000 M€ desde 2008, atingindo 85.500 M€, e a carga salarial é apenas 30%. No entanto, acrescentou que "cortar nos consumos intermédios, nas macroestruturas, nas microestruturas, na carga salarial, nas prestações sociais ou nos subsídios, escolher o peso relativo da estrutura de redução depende de quem exerce o poder político". Mas foi dizendo que em 1994-95 conseguiu pôr o Estado a funcionar sem tanta estrutura.





João Salgueiro, ex-presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) e ex-ministro das Finanças, afirmou "o que fizemos este ano foi agravar o financiamento a toda a economia portuguesa (...) neste momento Portugal não tem crédito, há um ano tínhamos" e sugeriu que "devia ser obrigatório os portugueses e os dirigentes irem passar uns dias ou umas semanas ao Extremo Oriente para perceber o que se está a passar, taxas de crescimento de 20% na costa da China e nós estamos aqui a discutir se é 0,5 ou 1%, com o desemprego a subir".


AtomSmith 28 Setembro 2010
O mito do almoço grátis
O mito do almoço grátis, "free lunch myth" é a ideia de que as pessoas podem viver à custa do Estado sem que ninguém pague. E infelizmente no nosso país isto não se resume aos políticos e aos boys mas à sociedade em geral.
Já agora é impressionante a imbecilidade como algumas perguntas são feitas nesta entrevista.


Vic_Lion 28 Setembro 2010
Oh sr doutor, já percebemos isso...
Nós os portugueses que estamos com o cinto mais que apertado, desempregados, com reformas miseráveis e sem horizontes, já percebemos há muito tempo que os almoços não são grátis. Principalmente os vossos — banqueiros, governantes, políticos e outros irresponsáveis e incompetentes...


riccool 28 Setembro 2010
Não é bem assim
Normalmente concordo com a maioria das afirmações deste senhor. Mas todos sabemos que a máxima de não há almoços grátis (correcta aliás) não se aplica a todos. Há malta que teve e continua a ter almoços grátis apesar da situação do país. E o drama é esse mesmo.
Não se motiva ninguém para o sacrifício enquanto não for aplicado a todos. Eu não planeio sacrificar-me em nada para tudo ficar na mesma. Para esse peditório não dou.


Orçamento do Estado com base zero


Actualmente o ponto de partida para a elaboração do orçamento é o que cada serviço ou ministério gastou no ano anterior.

Mas há países que decidiram elaborar um orçamento com base nas despesas que forem justificadas como estritamente indispensáveis: é o chamado orçamento com base zero.

Louçã fez a proposta há mais de um ano e Passos Coelho neste Verão, mas ninguém avança com um projecto lei.

No entanto é uma excelente ideia! Há por aqui alguém que saiba e tenha vontade de a defender?




A crise é financeira ou ética?


vl1950 27 Setembro2010
Muito bem HG

Até agora você alinhou num certo discurso que poupou o poder político, em particular o PS, das responsabilidades nesta crise.
Agora começa a denunciar que os actuais líderes partidários apenas fazem cálculos eleitorais, e não abordam as verdadeiras soluções que terão que ser adoptadas. Já a critiquei duramente nos meus comentários, mas agora é a vez de a saudar, embora HG diga apenas o óbvio (mas importante)!
HG, ajude o seu Jornal de Negócios a assumir um papel mais sério na actual crise nacional.

Vamos abordar as soluções para este País? Muito bem!
Apenas para começar, um teste só para ver se há compreensão e coragem.

1º Reconhecer a natureza da actual crise (a componente internacional e a componente própria) quem nem J. Sócrates nem PPC têm feito.
2º Reconhecer que a crise financeira nacional não poderá ser resolvida pela UE, ou FMI, tal como não resolveu estruturalmente a da Grécia, nem a de outros em dificuldades. Apenas pode adiar o default!
3º Perceber que enquanto a UE terá imensas dificuldades em encontrar algum consenso em torno da solução da tripla crise à escala da UE (crise orçamental, dívidas soberanas e desequilíbrios macroeconómicos), cada país terá que fazer o seu trabalho de casa em função dos seus desvarios das últimas duas décadas.
4º Reconhecer que um País endividado a nível público, das empresas e das famílias, como Portugal, só tem um caminho a percorrer internamente: deflacionar a dívida, o que implica redução do consumo e aumento da poupança para poder voltar a haver investimento criador de emprego.
5º Adoptar políticas capazes de mitigar o impacto brutal no agravamento das condições de vida dos desempregados, que vão aumentar.
6º Reduzir o peso estúpido do Estado na economia: reduzir o número de autarquias (câmaras e juntas), institutos públicos e cargos ditos políticos. É, acima de tudo, uma questão moral: não se podem manter cargos inúteis ao mesmo tempo que milhares de pessoas vão para o desemprego.
7º Reduzir o número de deputados, de ministérios, e acabar com reformas em simultâneo com rendimentos de cargos políticos (O Presidente da República recebe três pensões de velhice, mas não é o único: há casos ainda piores).

Se este pequeno conjunto teste de medidas for adoptado, então será possível adoptar as medidas necessárias nas várias esferas da actividade económica, financeira, política, social e cultural.
Estas primeiras medidas não se destinam a resolver a crise imediatamente, mas a criar condições dinâmicas que alterem os papeis hoje desempenhados pela classe política, pelos empresários, pelos sindicatos e pelo sector social.
Destinam-se a criar mais justiça, dar oportunidade aos melhores do País, e a dar mais credibilidade a Portugal. Em suma a reconstruir um País que se desviou em direcção a um rumo de facilidades inesperadas permitidas pela entrada na CEE.

Se este conjunto de medidas forem rejeitadas pelo poder político, então só uma revolução popular que mude o actual sistema político, reduzindo o papel do parlamento e reforçando o do Presidente da República pode trazer alguma esperança.

Os partidos estão actualmente num estado em que sufocam a sociedade em vez da estimular.
O nosso problema não é escolher entre PS ou PSD, entre JS ou PPC. Uma parte do nosso problema é o actual PS e o actual PSD, o actual JS e o actual PPC!

Mas nesta fase é necessário perceber mais uma coisa importantíssima:
Quanto mais tempo levarmos a compreender isto, mas dolorosas serão as soluções.
O que a HG escreveu hoje já era verdade no início da crise.
Portanto HG, resta-me dizer-lhe: continue assim, que da minha parte só terá apoio, mesmo que simplesmente moral.


Como arranjar uns trocos para não aumentar o IVA


Mais um artigo de H. Garrido, Quem serve o país e quem se serve dele, a suscitar excelentes comentários:


carlos.gaspar 27 Setembro2010
CG - Relembro que dois terços (66%) das empresas em Portugal não pagou IRC

Estatisticamente quanto maior a empresa menos impostos paga. Vejam os bancos... Será que aqui em Portugal não arranjávamos um imposto especial para o sector bancário e sucedâneos, como os franceses?
E quanto é que os cofres do estado encaixaram com a famosa medida do Sócrates em cobrar os bónus atribuídos pelos bancos ao seus colaboradores?...:X Em Inglaterra o encaixe financeiro da medida imposta aos bancos de pagar 50% de imposto sobre os bónus rendeu aos cofres do estado 3,5 mil milhões de libras... Dava para pagar muito submarino.
Era assim tão difícil arranjar uns trocos para evitar aumentar o IVA?
A PT faz um negocio multimilionário com a venda da VIVO de 7,5 mil milhões de euros e não paga um cêntimo de imposto pois cria uma subsidiária na Holanda... Se a PT pagasse pelo menos 10% de imposto sobre as mais valias decorrentes do negocio, já me daria por contente... Os portugueses são taxados a taxas maiores...
O país adormeceu ao som de fazedores de opinião e políticos que para resolver o problema fingem esquecer onde está o dinheiro que pode ser facilmente cobrado.


CG - Taxação dos bancos
"La taxe bancaire, qui s'appliquera à partir de l'année prochaine, rapportera 504 millions d'euros à l'Etat en 2011", a déclaré Christine Lagarde dans une interview accordée au journal Les Echos. "Ce chiffre passerait à 555 millions d'euros en 2012, puis à 810 millions en 2013", a précisé la ministre de l'Economie. "Cette taxe, assise sur les actifs risqués, frappera les banques françaises au titre de leur activité internationale, mais aussi les banques étrangères au titre de leur activité française", a-t-elle indiqué.
"Le principe est clair: plus une banque prendra de risques, plus elle sera taxée", détaille la ministre. Elle annonce par ailleurs un relèvement de la participation des établissements financiers au fonds de garantie des dépôts à hauteur de 90 millions d'euros supplémentaires en 2011, 2012, puis 2013.
Embora uma medida claramente insuficiente... uma boa medida.


CG - Reino Unido aumenta o IVA e taxa os bancos para reduzir o défice


A PT segundo Mr. Pontes


Mr. Pontes é um comentador do JN conhecido pelas suas análises financeiras às empresas do PSI20. Aqui fica o seu último alerta sobre a Oi/PT:


Mr Pontes 27 Setembro 2010 - 12:44
PT: Análise à incorporação da Vivo na Telefónica, efectuada pela Anatel, é demolidoramente negativa para Oi/PT

Tenho dois motivos para escrever actualmente mais sobre a PT: (1) Tenho acesso diariamente a muita informação do mercado brasileiro; (2) Verifico que pelo menos metade dessa informação, no que à Oi/PT diz respeito, não chega a Portugal. Daí que escreva actualmente mais sobre PT do que sobre outras cotadas.

Pois, neste fim-de-semana, o que mais se realça, e que mais uma vez não chegou a Portugal, é uma análise com consequências demolidoras para a Oi/PT, na análise que é efectuada à concentração da Vivo na Telefónica. Resumidamente a Anatel diz o seguinte:

Demolidora para a concorrência:
1- a Anatel diz que a concentração da Vivo na Telefónica deixará o grupo Telefónica/Vivo com condições privilegiadas face aos concorrentes;
2- a Anatel acrescenta, na redacção do conselheiro Jarbas Valente, que a Vivo/Telefónica terá uma GRANDE vantagem competitiva face aos concorrentes, sobretudo no Estado de São Paulo, o mais rico do Brasil.

E agora a análise demolidora para a Oi/PT:
3- a Anatel diz, para surpresa geral em Portugal face ao que se tem dito, estimar que, actualmente, a Telefónica já é detentora da maior quota de mercado na comunicação de dados na rede fixa no Brasil, com 58,7% de quota, seguida da Embratel com 31,7%; ou seja, as duas juntas totalizam 90,4% de quota de mercado, pelo que se conclui que a Oi não atinge os 10% de quota de mercado na comunicação de dados através da rede fixa no Brasil. Ora isto é novidade absoluta em Portugal, e é arrasador para a Oi, pois a comunicação de dados é dos principais suportes da rede fixa em qualquer país.
4- a Vivo lidera as comunicações de dados móveis no Brasil com 33,2%, ou seja, um terço do mercado, e a Oi tem cerca de 11,6%, um terço da líder Vivo;

Assim, esta análise oficial do mercado brasileiro é demolidora para Oi/PT que se revela demasiado ultrapassada na área de comunicação de dados pela rede fixa e móvel, área que é vital para a PT.
Impacto muito negativo para PT, que pagou um preço substancialmente acima do mercado por uma empresa que, notícia a notícia, se tem verificado não ser competitiva face aos concorrentes e que está a ser esmagada em áreas vitais pela líder Vivo.


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

OCDE dá uma mão ao governo


Para reduzir o défice e sossegar os investidores, seguem-se as sugestões do relatório da OCDE hoje apresentado em Lisboa pelo próprio secretário-geral da instituição, Angel Gurría:

• congelamento dos salários da função pública até 2013
• imposição de um "tecto" para o crescimento da despesa pública
• cortes nas deduções e benefícios fiscais
• "se necessário", novas subidas de impostos, de preferência no IVA por ser o que menos distorce a economia

Comprimido entre o Presidente da República e o governo, agora escudado na OCDE, parece-me que Passos Coelho vai ser obrigado a pedir desculpas aos portugueses pela segunda vez este ano.
E a descredibilizar-se por completo, que é justamente o que interessa tanto ao PR como a José Sócrates.



Vic_Lion 27 Setembro 2010 - 15:02
Cortemos os vossos salários também...

Como o problema do défice é geral, porque não cortar nos salários principescos destes senhores? Não esqueçamos que eles apenas produzem afirmações, relatórios, estudos, etc, que fazem "pontaria" apenas para quem lhes paga através dos impostos.

E que competência tem quem fala em regresso rápido ao mercado de trabalho quando sabemos que só em Portugal existem 200.000 pessoas que já perderam o subsídio de desemprego mas que continuam sem trabalho? E quantos serão no país deste "talento"?

Como se fossem os desempregados os responsáveis pelo descalabro que se abateu sobre o mundo nestes últimos 3 anos! O capitalismo selvagem está a ganhar asas, estão a aproveitar esta rara oportunidade para aniquilar o que ainda resta de justiça social.
O pior disto tudo é o silêncio dos visados. Fazem-me lembrar o silêncio dos judeus a caminho de Auschwitz...


O vendaval 2011


No artigo IVA e subsídio de Natal não chegam para tapar buraco orçamental de 2011, afirma-se:

"O próximo ano pode exigir um vendaval de medidas de consolidação orçamental. De acordo com cálculos do Negócios, com base em números do próprio Governo e da Comissão Europeia, a eliminação do 14º mês da Função Pública e a subida do IVA de 21% para 23% serão insuficientes para tapar o buraco orçamental de 2011, estimado em 2,5 mil milhões de euros por Bruxelas."

Devolvemos a palavra aos comentadores:


qwerty2010 27 Setembro2010
Recebi por mail e parece uma boa resposta:

Cortar nos salários da função pública - Estamos sempre na berlinda

Uma crónica aqui, um comentário ali, um "estudo" acolá, um perito conferencia em qualquer lado e, paulatinamente, torna-se uma inevitabilidade "15 cêntimos de cada euro que v. ganha, caro leitor, são destinados aos salários da função pública".
Fica-me uma interrogação: quanto pagou ele de impostos? Não sei, não posso saber, há sigilo fiscal.

No entanto, o meu salário é público. Está disponível na internet e no Diário da República. Sobre esse salário também eu paguei os 15 cêntimos por cada euro que realmente ganhei. Sim, por cada euro que realmente ganhei pois eu não recebo envelopes no final do ano, nem tenho carro da empresa, nem telefone, nem criei uma empresa à qual pertence a minha casa e os meus carros. Não tenho nada, apenas o meu salário que é público, sem sigilo.
Ainda hoje li no jornal que os gestores da REN são obrigados a entregar declaração de rendimentos mas requereram que ela ficasse sigilosa. Porquê? Por que é o meu ordenado público e o deles não?
Ah, os malditos funcionários públicos…

E as parcerias público-privadas que sugam mais dinheiro que um tornado do Arkansas?
E os Magalhães que rapidamente foram encostados?
E as SCUT (lembram-se de João Cravinho, o pai delas e grande "combatente contra a corrupção" que, coitado, lá foi trabalhar para o estrangeiro para um bom tacho) criação deste partido que agora acaba com elas.
E a Liscont dos contentores, e a Lusoponte de Ferreira do Amaral e agora de Jorge Coelho através da Mota Engil, dona da AENOR que era presidida (se calhar ainda é) por Luís Parreirão Gonçalves, presidente também de não sei quantas SCUT, que era secretário de Estado do governo de Guterres que … criou as SCUT e concessionou várias?
E os pareceres jurídicos encomendados a sociedades de advogados e pagos a pesos de ouro?
E os 30 milhões de euros pagos à GESCOM do grupo Espírito Santo por intermediação na compra dos submarinos? E...? E...?

E quem paga isso tudo? Os 15 cêntimos sobre todo e cada euro que eu, funcionário público de salário público não sigiloso, recebo. E agora querem que ganhe menos para terem mais dinheiro para mais pareceres, mais comissões, mais parcerias da treta.

Pergunto: a despesa da Administração Pública com outsourcing será que também vai ser reduzida na exacta medida da redução dos salários dos funcionários públicos? E os Institutos Públicos também sofrem reduções na sua despesa? E...? E...?
E a verdade é só uma, querem que eu passe a ganhar menos mas pagar … bom, pagar vou continuar a pagar o mesmo ou mais.

Será que o privado está disposto a mostrar em que carro anda, em que casa mora e sobre quanto pagou impostos?
Eu estou. Quantos destes gurus estão?


domingo, 26 de setembro de 2010

A nata e o esgoto


Em Chegou a hora de tirar a cabeça da areia Helena Garrido, árdua defensora da política de José Sócrates, junta a sua voz aos que pedem cortes na despesa pública (embora nâo diga onde) para diminuir o défice orçamental e, consequentemente, a necessidade de financiamento do nosso país:

"Para os bolsos dos portugueses, o ano de 2011 vai ser pior do que este e, muito provavelmente, o mais violento desde que se iniciou esta crise em 2007. Poupar, poupar e poupar e cortar para o mínimo as compras são as regras a seguir. Deixámos de ter margem para manter a cabeça na areia como a avestruz.

Com ou sem FMI, com ou sem eleições, o próximo ano vai ser de redução acentuada do nosso nível de vida. O nosso empobrecimento será tanto mais violento e rápido quanto mais lentas forem as decisões do Governo de cortes nas despesas públicas e nos rendimentos das famílias para que se concretize a inevitável redução das nossas necessidades de financiamento externo.

Quanto mais tarde se tomarem as medidas maior será o aperto necessário para recolocar a economia no nível da sua capacidade de consumo. Hoje já são necessárias medidas muito mais violentas do que aquelas que eram exigidas em Maio, quando assistimos ao colapso da Grécia. E a razão é simples: neste momento o Estado já se está a financiar a taxas de 6% a dez anos, juros esses que serão pagos pelos contribuintes portugueses. E o dinheiro que for para juros tem de ser retirado de outro lado qualquer
."


vl1950 24 Setembro2010
Finalmente, meus senhores...

Começamos a perceber a realidade?
Mais vale tarde do que nunca!
Mas eu tenho dito sistematicamente que andam todos a mentir ao País!

Só a partir da consciência da realidade podemos começar a mudá-la. E há soluções.
O problema, como já tenho escrito, e alguns comentadores também, está na classe política actual.
E não venham com a treta de que a classe política é um reflexo do País. Porque se o é, então os partidos são um equívoco, porque a ideia de base da democracia partidária é que os partidos devem liderar o processo político de transformação da sociedade.
Ora o que temos em Portugal é que os partidos têm alguma nata da sociedade portuguesa, mas também muita gente do esgoto que contamina o resto.

Há um País a reconstruir e reorientar para a nova era da globalização. É esse País que vai triunfar quando e à medida que a classe política for sendo reformada e remetida à sua função.
Hoje a classe política sufoca e estrangula tudo e temos um défice de sociedade.

Isto vai mudar, mas infelizmente ainda será necessário muito sacrifício, porque a gente do esgoto não vai sair a correr e sem luta.
É o próprio regime que será posto em causa nos próximos anos e o sistema parlamentar.
Precisamos de visão e orientação política e não de parlamentares que não justificam o que o País gasta com eles.

Com este artigo, alguns jornalistas que têm feito frete ao regime começam a abandonar o barco. Sinal de mudança, o que significa esperança.
Todos os que nos últimos tempos disseram e escreveram o que hoje a H. Garrido escreveu foram considerados pessimistas e tremendistas! Lembram-se?
Pois é! É a vida!
O nosso problema não é falta de ideias, de meios e de soluções.
O problema é que só recebem atenção quando os políticos e alguns jornalistas compreendem a situação e as soluções.

O País tem tido que seguir ao ritmo dos mais lentos e burros.
Portugal não tem mais idiotas e burros do que os restantes países. Só que os tem em maior número em funções onde não podiam estar, e sobretudo quando estão tanto tempo a fazer disparates. Porquê?
Simples. Porque o sistema democrático funciona deficientemente com os partidos a controlarem a sociedade através do Estado e do sistema de Justiça. (Estado de Direito deficiente!)
Noutra sociedade, este PM já teria sido demitido e provavelmente preso, depois do que já se sabe do processo Tagus Park e da TVI.

Enfim, este artigo de HG é um sinal de que ela está assustada! Estou satisfeito que comecemos a por fim à mentira e à ilusão. Alguns comentadores, não vou mencionar os seus nomes de guerra, também andaram aqui muito tempo a vender e insistir nas ilusões, para quem as quis comprar bem entendido!


sábado, 25 de setembro de 2010

Burocracia e competitividade


No relatório da competitividade do World Economic Forum, de 2010-2011, são apontados como constrangimentos que, na opinião dos inquiridos, mais contribuíram para a desequilibrada situação financeira do nosso país os seguintes:

1. Burocracia governamental ineficiente
2. Legislação laboral restritiva
3. Instabilidade das políticas
4. Carga fiscal
5. Acesso ao financiamento
6. Legislação fiscal
7. Força de trabalho com educação desadequada
8. Corrupção



Na área da educação, as escolas passaram a ser avaliadas pela Inspecção Geral da Educação através de vários parâmetros, um dos quais ainda é os resultados dos alunos. Mas as actividades relativas ao relacionamento com a comunidade, como passeios, competições desportivas, acampamentos, convívios, festas, comemorações, ... , têm um peso decisivo.
Ao longo do ano lectivo, além das habituais actas das reuniões, os docentes passaram a elaborar relatórios sobre todas as actividades que decorrem dentro ou fora da escola que são arquivados em dezenas de dossiers e levados num carro de transporte de material do tamanho dos carros dos hipermercados até à sala onde decorre a inspecção anual.

Os docentes deixaram de preparar aulas, reflectir e aprofundar os conteúdos programáticos que deveriam ensinar e passaram a debitar os manuais na sala de aula, usando conhecimentos que tenham adquirido na sua formação inicial. Partilham testes para poupar tempo e reduzem o seu aperfeiçoamento individual à acção de formação de 50 horas exigida por biénio, a mais simples que houver, que tempo para mais não existe.
Este é o panorama na maior parte das escolas do ensino básico (1º ao 9º ano), mas o ensino secundário também acabará por ser contaminado pelas Ciências da Educação e pela “pedagogia” do Eduquês que transformaram os docentes em seres acríticos e burocratas.

Portanto não deve surpreender que a burocracia seja o principal problema do nosso país.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

OE 2011- Onde cortar na despesa pública?




O economista Alberto Castro defende que o Orçamento do Estado 2011 tem de apresentar medidas para o corte da despesa, já que do lado da receita "não há espaço de manobra".




Francisco Murteira Nabo, Bastonário da Ordem dos Economistas, considera que são necessárias medidas adicionais para cumprir os objectivos relativamente ao défice e à dívida. Defende que "a administração pública precisa de ser repensada em termos de simplificação e redução dos seus gastos, provavelmente não se justificará um número tão elevado de institutos públicos e direcções públicas que se podiam somar, agregar (...) tem que haver uma racionalização sustentada da despesa pública".




O Governo deve acabar com institutos públicos e fundações, antes de cortar nas prestações sociais, para cortar na despesa, defende João Cantiga Esteves, docente do ISEG.




António Saraiva, Presidente da CIP, pede a redução da despesa com institutos e fundações e não se mostra favorável ao corte de salários e prestações sociais.



pjose 21 Setembro 2010
Medidas Duras?
Um país sem gente de coragem e acomodada é o triste retrato de Portugal. Um país que passou um semestre de crise a discutir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, só pode ser mesmo um país adiado. Situações destas devem ser resolvidas rapidamente e por decreto. Não é um problema nacional, é uma questão pessoal. Este é bom exemplo da esquerda retorcida e sem ideias que pulula neste país à beira-mar plantado.

O governo quer reduzir a despesa. Muito fácil. Reduzir o número de ministérios, assessores, deputados, viaturas e funcionários públicos. Existem actualmente 270.000 funcionários públicos que não produzem nada e que são meros consumidores de dívida pública (6 mil milhões de euros por ano custam estes senhores e senhoras). Dêem condições aos que querem trabalhar e premiem o mérito e a dedicação. Acabar com os institutos públicos inúteis (todos) e iniciar uma nova administração pública sem critérios partidários. Obrigar as empresas públicas a reduzir as dívidas e acabar com os luxos e as mordomias.
Reduzir o número de câmaras municipais de 308 para 200 e o número de freguesias de 4200 para 2500 de acordo com as necessidades das populações. Reduzir o parlamento de 230 para 130 deputados. Acabar com as empresas municipais.
Acabar com os subsídios à actividade económica (isenções de impostos) sem retorno para o país. Reformular todos os contratos de fornecimento de produtos e serviços do Estado.

Estas são as medidas que o FMI (e a Alemanha) vai exigir a Portugal. E deixei de fora os famosos subsídios de férias e de natal de reformados e funcionários públicos (4 mil milhões de euros). Quando chegarem ao fim e somarem tudo, vão chegar a uma triste conclusão, os 14 mil milhões de euros de défice (2009) servem para pagar este despesismo. Não fosse esta despesa inútil e Portugal teria uma dívida pública de 58% e um défice público de 0%. Um oásis nesta altura de crise.
Tudo o que os "reputados" economistas digam, não passam de balelas e modelos económicos ultrapassados. Nada substituiu a coragem e a vontade de vencer.


zap 21 Setembro 2010
sr. pjose
Apreciei o seu longo comentário, o qual tem em minha opinião algumas sugestões interessantes conducentes a reduzir a despesa do Estado. Mas, se essas medidas que sugere fossem tomadas, o que aconteceria é que esses recursos financeiros ficariam nas mãos de privados, e menos nas mãos de FP da administração central e local e de empresas públicas (ou de gente subsidiada, como desempregados, etc.). Ora, não está nasda provado que esses recursos seriam bem gastos, por exemplo em investimento produtivo, em aquisição de conhecimento, ou de criação de ciência ou de tecnologia. Medina Carreira tem dito que em cada dez euros, sete vão para parar lá fora, por causa das importações. O mais provável é haver mais consumo dos privados, já que haveria menos impostos e taxas.
Isto para dizer que já tivemos disso tudo no passado, menos Estado, menos FP, enfim menos despesa pública, e nem por isso deixámos de ser sempre um país atrasado, bem mais atrasado do que agora. Porque o nosso atraso estrutural deriva e sempre derivou da falta de conhecimento científico e tecnológico, porque é este que enriquece as nações através de empresas tecnicamente evoluídas, empresas que saibam produzir e vender bens e serviços cientificamente evoluídos, tais como automóveis, televisores, electrodomésticos, medicamentos, maquinaria industrial e de consumo, etc.. Só quando formos mais ricos por esta via é que as nossas contas públicas serão mais saudáveis.
Dou-lhe apenas um exemplo, a Suécia, relativamente à sua população, tem muitos mais deputados do que nós e gasta muito mais com o seu funcionalismo público (em termos absolutos). e todavia tem contas públicas mais saudáveis. É assim porque cada sueco produz, EM VALOR, o dobro ou o triplo de cada português. E produz muito mais, não porque trabalha mais horas, mas porque produz bens e serviços de alto valor acrescentado, e isso acontece porque a Suécia produz ciência e tecnologia de alto nível, as quais lhe permitem produzir esses bens e serviços. Resumindo, sem SABER CIENTÍFICO DE VANGUARDA Portugal jamais sairá do buraco, mesmo que reduza a despesa do Estado para metade. Ou tem dúvidas sobre isto?


pjose21 Setembro 2010
Esclarecimentos - Medidas Duras?
ZAP
Não falei em retirar apoios sociais de qualquer espécie. O RSI, o subsídio de desemprego e as reformas antes dos 65 anos têm de ser devidamente regulados e fiscalizados. Continuo a não perceber por que razão estas pessoas não fazem trabalho comunitário. Passar o Verão na praia é uma ofensa a quem trabalha e paga os seus impostos. Vejo idosos sem ajuda, deficientes com necessidades, crianças sem creches e apoio, lixo na rua, florestas sem limpeza.
O dinheiro poupado permitiria fazer uma política de investimento saudável - Qualificação da educação, formação profissional, investigação científica, justiça, saúde, património e do ambiente. Actividades que devem ser realizadas pelo Estado (Mas por favor não em Parcerias Público-Privadas, mais um sorvedouro nacional) para promover uma economia saudável, um país moderno e de qualidade. Gastar 14 mil milhões por ano em inutilidades é que não pode ser. Os direitos adquiridos servem para muita coisa, mas não para justificar este roubo.


Juros da dívida portuguesa a 10 anos atingem novo recorde


Noticia o JN que a taxa de juro das obrigações do tesouro portuguesas a 10 anos atingiu os 6,421%, o que corresponde a um novo recorde desde 1997, de acordo com a Bloomberg.
Este nível de juros corresponde a um spread de 398 pontos base face à bund alemã a 10 anos, tendo superado mesmo os 400 pontos base o que também representa o valor mais elevado de sempre.
Este spread é um dos melhores indicadores de risco da dívida portuguesa, já que mede o juro adicional que os investidores exigem para comprar obrigações portuguesas, em detrimento das alemãs. Os juros das obrigações alemãs a 10 anos estão a subir pouco mais de um ponto base para 2,44%.

Esta evolução está a ser observada na generalidade dos prazos. Nas obrigações com maturidades a cinco anos a taxa sobe para 5,165% e na maturidade a dois anos sobe para 3,950%.

O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) tem agendada uma dupla emissão de dívida de longo prazo para quarta-feira. Vai tentar vender entre 750 e 1.000 milhões de euros no total dos dois prazos e o montante mínimo em cada uma é de 300 milhões de euros.

Em Portugal muitas são as vozes críticas em relação à execução orçamental, com a oposição a lembrar ao Executivo que é preciso cortar na despesa pública para que se consiga reduzir o défice orçamental até 7,3%, conforme acordado com Bruxelas.


OE 2011 - Empresários e economistas exigem redução da despesa do Estado















carpediem111 17 Setembro 2010
Está enganado...
Sr. Ernâni Lopes, seja independente dos poderes políticos, respeite a classe dos economistas e os portugueses em geral. Todos sabem que há excesso de administradores, assessores, advogados, consultores, auditores, institutos, fundações, associações, e outros organismos que acrescentam pouco valor (pouco ou nada produzem, pelo menos que seja transaccionável), e isso vai buscar muito dinheiro ao orçamento, e não é só em salários, sr. Ernâni, é em ajudas de custos, em serviços contratados, em secretárias e motoristas, em viagens, em eventos, acções de formação, ... a lista é grande.
Se precisarem de ajuda digam, há muita gente no país capaz de fazer e executar um plano de corte de gastos. Depois disso, então sim mexam nos salários. Ah, mas antes cortem nas regalias e pensões milionárias de indivíduos que por trabalharem 3 ou 5 anos num organismo ficam com regalias vitalícias e a viver como reis, e depois ainda vêm para a TV e para debates, ganhando ainda mais dinheiro.

espaco1999 17 Setembro 2010
A receita é sempre a mesma
Este Sr. Hernâni Lopes tem sempre a mesma receita. E que tal começarmos por limpar as várias reformas que ele tem, adquiridas em vários cargos públicos por que passou? Talvez deixar-lhe a mais pequena, para ele poder experimentar uma aproximação a uma vida modesta.
Quanto ao comentário de JNPereira, talvez seja de lhe explicar que o 13.º mês não é um mês de salário a mais. Ele está incluído na retribuição do salário anual. Se quisermos acabar com ele, tudo bem, divide-se pelos 13 meses de salário restantes. De qualquer modo, devo dizer-lhe que, para muitas famílias em Portugal, representa a única oportunidade que têm para poupar algum dinheiro,ou para pagar os livros da escola dos filhos que compraram a crédito. Talvez se consuma também um pouco, mas na maioria dos casos, trata-se de compra de bens de primeira necessidade, ou de pequenos luxos de quem nada tem. Muito diferente do 13.º mês do Sr. Hernani Lopes e de outros como ele, que falam mas, sempre mamaram e continuam a mamar à conta do Estado, auferindo salários e regalias que não têm nada que ver com o comum dos cidadãos.

jmloureiro 17 Setembro2010
Sempre o mesmo...
Não percebo estes "inteligentes"... a sugestão é sempre a mesma: "reduzir salários"... os dos outros, claro! Porque os deles são sagrados... não admira que estejamos como estamos, quando a imaginação dos ministros e ex-ministros não passa desta "cepa torta"! Que tal: reduzir para metade o nº de deputados, reduzir para metade o nº de concelhos, reduzir para metade o nº de freguesias, reduzir para metade o nº de assessores dos srs. ministros, secretários de estado e quejandos?... Ah! É verdade, já me esquecia: isso resolvia, de facto, o problema mas... e depois o que se faria dos políticos inúteis que iam ficar sem emprego? Uma sugestão: mandamo-los para a Roménia, "à la Sarkozy"...

Oespanhol 17 Setembro2010
Acho que ele quer dar o exemplo mas está com vergonha de o dizer
Hernâni Lopes? Um dos reformados do Banco de Portugal desde os 47 anos tal como Campos e Cunha, Silva Lopes e (muitos) outros. E durante quantos anos descontaram que justifique essas formas que desgraçados com o salário mínimo têm que sustentar? Esses senhores só deveriam ter uma reforma. Em nome da sustentabilidade. Não venham falar em direitos adquiridos. Não os merecem. Uma proposta já feita por alguém: cortar a reforma que Hernâni Lopes recebe do Banco de Portugal desde os 47 anos. A cru e sem explicações. Ele já tem tantas reformas e como pessoa "caridosa" que é certamente até gostaria de dar o exemplo.

wuzzu 18 Setembro2010
comentários à portuga
O interessante ao analisar os comentários é ver como o portuga nunca admite que trabalha mal e que a culpa é também sua!
Acham que Portugal está mal por causa das pessoas que mais fizeram pelo país, como este senhor chegou a fazer alguma coisa. São incapazes de ver que é por haver falta de formação em Portugal, pelo facto dos nossos estudantes serem em média maus alunos e cada vez piores, por as pessoas serem pouco ambiciosas e terem pouca iniciativa (em média) que o país está a decair em relação aos outros.
Hoje há muito chinês a fazer tão bem ou melhor o que os portugueses sabem fazer, e trabalhando mais. É esse o problema. E bem sei que muitos portugueses são excepções, mas em média somos piores. Cada um pode-se julgar bom, mas é pior que os bons equivalentes que há na China, pois para ser tâo bom quanto eles quer mais dinheiro. É esse o problema e que custa a aceitar... E os comentários mostram que o país não percebeu nada. Nem Portugal, nem a França, nem os EUA...

pjose 20 Setembro 2010 - 17:33
Quinze anos de socialismo
Portugal é um país mergulhado num atoleiro cada vez mais fundo. Esta esquerda incompetente, dirigida por mentecaptos (PS, PCP e BE), nada mais faz do que arranjar despesa e mais despesa para satisfazer as clientelas - empresários, banqueiros, funcionários públicos e pedintes (RSI, Subsídio de Desemprego e Reformados com menos de 65 anos de idade). Temos um exército de 5 milhões de pedintes sustentado por uma minoria de 3 milhões. Esta é a grande verdade que o PS e toda a esquerda esconde para interesse próprio (A direita também não presta para nada. Não passam de um bando de inúteis e incapazes. Onde estão as ideias para resolver os problemas, meus senhores?). Sustentar um país de acordo com empresários de meia tigela, banqueiros falidos, trabalhadores incompetentes é um osso duro de roer, mas parece que o FMI vem a caminho, ainda bem. Sonho com o dia em que os impostos baixam e estes pedintes mudam de vida. Obrigado credores. Portugal não consegue mudar de vida porque esta esquerda enraizada no poder faz-me lembrar aquelas pessoas que compram tudo com cartão de crédito, ou seja, gastam agora e pagam depois.

O país precisa de um plano económico e de desenvolvimento viável alicerçado em pequenos investimentos e na mudança de atitudes. Mais tecnologia não resolve nada porque pessoas analfabetas (a maior parte dos portugueses) não conseguem tirar partido dessa mesma tecnologia. Precisamos de mais e melhor educação. Sem educação, a revolução de Abril nunca cumprirá o D do desenvolvimento.
Afinal a esquerda que tanto idolatra Abril, não passa de um capacho do Estado Novo. Fado, Futebol e Fátima continuam a ser os lemas desta esquerda perdida no tempo e movida por interesses obscuros.